✧06.

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NOAH|🍒
|point of the views|

🍒|𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖘𝖊𝖎𝖘.

Estacionei em frente a casinha de madeira delicada e destravei as portas, liberando nós dois para sairmos do carro preto. Ajudei a garota a levar seus materiais para dentro, e me virei para carregar tudo até sua porta, enquanto ela destrancava a mesma.

Sina girou a chave na tranca e empurrou a portinha de madeira para dentro, dando a visão de uma bela casa, que exalava delicadeza e Sina Deinert. Todos os seus móveis eram brancos, ou em tons claros ou pastéis e suas paredes haviam uma pintura singela de um rosa tão claro, que parecia ser branco. Um sofá pequeno ocupava a sala e uma televisão apoiada numa mesinha branca com detalhes davam uma espécie de contraste no cômodo. Havia também uma pequena mesinha cor-de-rosa claro com duas cadeirinhas, encostada em uma parede.

Alguns quadros estavam pendurados nas paredes e algumas plantas leves e pequenas estavam enfeitando os espaços vazios da sala. Deixei as coisas no canto do cômodo e estalei minhas costas, sentindo a mesma doer com o esforço feito anteriormente. Vi Sina cumprimentar um gato que saiu de um corredor curtinho que provavelmente levava aos quartos, banheiro e etc.

─── Pode se sentar, eu vou fazer algo para comermos. ─── Ela foi para o corredor e sumiu no último cômodo em que o corredor levava.

Me sentei no pequeno sofá que havia na sala e observei a casa ainda mais. Não tinha muito mais o que reparar, apenas que ela era ainda mais delicada do que eu pensava. A televisão ligou sozinha e eu pulei de susto, mas logo percebi Sina atrás de mim, ligando a TV com o controle remoto.

─── Não me assuste assim. ─── Ela riu e deixou o controle comigo.

─── Desculpe. Agora vou lá fazer alguma coisa mesmo, se quiser, pode ir se adiantando para a aula. ─── Sorriu amigável e foi novamente para o corredor.

Coloquei em algum reality show, não dando muita atenção, apenas preenchendo um pequeno intervalo em que Sina estaria fora, fazendo algo para nós dois comermos. Sua gata subiu no meu colo, soltando um pequeno miadinho e cheirando minha blusa e rosto.

─── Que isso, amiguinha. Sei que eu estou estranho, mas eu não trouxe droga nenhuma. ─── Afastei meu rosto minimamente e ela apoiou as patinhas da frente em meu peito, tendo mais liberdade e facilidade para me avaliar.

Ela era bem peluda, e seus pelos eram brancos e compridos. Um bigode grande e seu narizinho rosado, fazendo um conjunto com suas patinhas também rosa. Seus olhos eram azuis e no momento, suas pupilas estavam dilatadas como duas bolas de gude. Um rabo comprido, e também peludo fazia conjunto com seu pequeno corpo felino. Seu cheio era bom, parecia pêssego com alguma outra fruta, eu diria... cereja!

Senti um cheirinho bom de café e pãezinhos invadirem o local, e olhei para trás, vendo Sina com duas xícaras nas mãos e um pratinho sendo equilibrado na cabeça. Corri até ela rindo e tirei os pães de sua cabeça, colocando os mesmos na pequena mesinha que havia ali.

─── Também consegue equilibrar as coisas no topo da cabeça? ─── Brinquei, e ela riu.

─── Não queria dar duas idas, então... ─── Deu de ombros. ─── Pronto para ter sua primeira aula de libras com a melhor professora?

─── Mas é claro. ─── Sentei em uma das cadeiras e peguei a xícara que estava ao lado do pratinho.

─── O que sabe de libras? ─── Sina perguntou, quando se sentou a minha frente.

─── Eu entendo tudo, mas fazer, eu sou péssimo. De verdade. ─── Respondi e ela assentiu.

─── Vamos começar então.

•°•°•°•

Depois de algumas horas, eu já estava quase que fluente em linguagem de sinais. Já sabia tudo o que precisava, mas ainda me dava pânico em alguns momentos, mas Sina disse que é completamente normal e para eu relaxar. Estamos fazendo algumas lições, e eu deveria falar mais com ela. Decidimos fazer ligação via vídeos todos os dias, para eu treinar, e logo eu estaria completamente fluente.

─── Já vai dar oito da noite. ─── Detalhei, olhando para o relógio a cima da televisão.

─── Então eu vou fazer uma janta para nós dois. ─── Ela disse e eu neguei.

─── Não precisa, Si.

─── Claro que precisa, seu bobo. Tem massa de lasanha na geladeira e eu sou uma boa cozinheira!

─── É o que aquele restaurante disse e de vez em quando algumas pessoas saem com intoxicação alimentar. ─── Ela abriu a boca indignada e me deu dedo do meio, me fazendo rir. ─── Tá bom, tá bom, mas eu vou te ajudar.

─── Não precisa, mas se você quiser. ─── Deu de ombros. ─── Se estiver ruim, a culpa é sua.

Nos levantamos e fomos até o corredor, onde haviam alguns quadros decorativos nas paredes e portas fechadas e entreabertas. Meu lado curioso dizia para eu enfiar minha cara nas portas, mas não o fiz, obviamente.

Entramos na cozinha e ela era adorável, assim como o resto da casa. Um fogão branco e moderno ficava no meio de balcões da mesma cor que as paredes - rosa claro, quase branco - e haviam armários em todos eles. Uma geladeira branca e também bastante moderna ficava do outro lado dos balcões, com um adorável flamingo no topo da mesma. Haviam também, alguns panos de pratos com desenhos bonitinhos pendurados em um suporte próprio para isto.

Toquei seu ombro e ela virou para mim.

─── Tudo nesta casa é fofo?

─── Para! Eu só gosto, seu bobo.

─── Tá bom, me desculpe.

─── Se desculpe pegando a massa ali na geladeira.

Fui até a geladeira branca e abri a porta da mesma, vendo tudo que era possível. Leite, ovos, queijo, frutas e legumes na gaveta de baixo, menos a bendita massa de lasanha. Chamei sua atenção novamente, e sinalizei:

─── Não está aqui.

Ela franziu o cenho e foi até ela, vasculhando por alguns segundos, até que Sina enfiou o braço no fundo da geladeira e com uma carinha fofa, tentando ser brava, ela se virou.

─── E o que é isto aqui? Camisinha? ─── Arregalei os olhos rindo, e ela foi até o balcão, colocando a massa em cima do mármore.

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Estou triste com vocês.

💔
- Natti

I can hear your heart - Noart ᵃᵈᵃᵖᵗᵃᵗⁱᵒⁿOnde histórias criam vida. Descubra agora