Seus dedos finos e compridos movimentam o lápis com a tamanha rapidez e delicadeza quanto penso terem sido feitos os teus traços. Aquela escassa luz neste canto do refeitório banha teu rosto e teus cabelos acizentados como as cúmulos do lado de fora, tão melancólicas quanto o meu pequeno ser a lhe observar com tamanha atenção e falta de discrição. Você repuxa os lábios e aperta os olhos, encarando sua proxima obra de arte.
Entretanto, não tive a chance de continuar a decorar-te, pois teus olhos bem desenhados e profundos perfuraram-me, por um longo, longo tempo. E eu, na mais profunda vergonha, deixo de encarar-te para olhar o teto cinza e desgastado daquele lugar.
Porém, o teto de tão desinteressante, mandava-me encarar-lhe de soslaio.
Mordias o canto dos teus lábios avermelhados e carnudos, ainda olhando-me. Ficamos assim por segundos, finjo ter interesse nas vigas de metal que sustentam os tijolos e cimento sobre nossas cabeças, e pego-lhe no flagra me estudando com tanto fervor. Você percebe, e por fim, sorri escanteado, voltando a rabiscar a folha solta sobre seu caderno preto e sem detalhes. E voltamos ao início daquele momento, daquela hora, como todos os dias que venho aqui te observar, enamorado do teu jeito misterioso e elegante.
A manga do teu casaco longo e de paleta escura sobe, revelando seu pulso fino, ao que guardava seus matérias de volta a seus devidos lugares: lapiseira e borracha no bolso menor do estojo, estojo e caderno no bolso do meio de sua bolsa de ombro, com um chaveiro em formato da torre Eiffel pendurado, assim como a pendura em seu ombro, e se retira em passos leves, lançando-me um último olhar antes de atravessar as portas do refeitório.
Por alguns instantes, encaro as duas portas, enquanto o mundo ao meu redor volta a existir, e eu voltava a lhe dar um pouco da atenção. Direciono meu olhar a mesa em que estava, você deixou um papel. Pensei um pouco, talvez na próxima vez que te visse fosse uma boa desculpa para falar com você sem parecer estranho. Levantei rapidamente e tomei teu lugar anteriormente. O papel estava dobrado. Minha curiosidade era deveras mais forte que meu desejo de não parecer bisbilhoteiro, e sinceramente, agradeço, pois talvez nunca descobrisse que o príncipe elegante de meus sonhos já havia me desenhado.
Mas algo a mais naquela folha com lindos e finos traços que formavam a minha figura, chamaram-me a atenção. No canto superior, havia um pequeno brilhete, endereçado a mim, ao que tudo indicava.
"Tenho muito a dizer-te, entretanto, o principal é que és extremamente belo, pequeno escritor.
— Lim Jimin."
Minha expressão de surpresa era clara. Enquanto encarava o pequeno bilhete escrito numa caligrafia delicada e bonita, com meu rosto quente pelas chamas em meu coração com aquele pequenino bilhete que fez-me sentir flutuar e não conseguir nem pensar em como o encararia na próxima vez que o visse. O fato era que alguém tão bonito como ele tinha me elogiado, e o principal, ele sabe da minha existência. E seu nome saía de modo tão doce de meus lábios, a pronúncia era tão terna quanto ele. Alguém tão sombrio poderia ser tão doce quanto o nome a qual fora lhe dado? Eu imaginava que sim. Lim Jimin.
Dedilhava com meu indicador os meus traços feitos por ele no papel. Tinha ideia de que era bonito, mas através do teu desenho pude ver-me com os teus olhos. Havia me desenhado sentado na mesma mesa a qual sento-me para admirar-te, com meu olhar perdido em você, meu caderninho sobre a mesa e minha caneta de metal negra entre meus dedos. Havia um sombreado bonito e havia feito todos os detalhes de minhas vestes, como meu relógio no pulso esquerdo, anéis, e o pequeno pingente de prata pendurado em meu pescoço.
Era uma aura completamente diferente a qual eu achava ter. Uma calmaria, ternura, com um sorriso reprimido, brilho no olhar. Era assim que ele me via?
Afinal, desde quando tu me vês?
★ — ★
Sejam bem-vindes a "DESNHOS, POESIAS E OLHARES" meus docinhos!
Não tenho muito a dizer, mas espero de verdade que gostem e dêem muito carinho à esse projetinho do qual eu me empenhei muito e sinto muitíssimo orgulho!
Comentem e deixem o voto! Pois me deixa feliz e me mostra que gostam da história <3
Espero que tenham um bom dia, tarde ou noite, até o próximo capítulo que deve sair na semana que vem! 💖💖
© LJHDI4BRETE 02/11/2021
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DESENHOS, POESIA & OLHARES. just b
Fanfiction(LIM!JEON) Doyum era um poeta apaixonado. Jimin um estudante misterioso de belas artes. Desenhos, poesia e olhares. O que há entre dois desconhecidos, mas conhecidos de olhares e sensações? .limjimin + dy / just b .capítulos curtos. +600 pa...