Capítulo 22-Fugindo da Realidade

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Pov Carolina Lima

Depositei um segundo beijo sobre a linha de sua coluna, bem no meio de suas costas nuas. Bárbara estava debruçada sobre sua confortável cama, totalmente despida. Uma mera consequência de nossa noite animada. Eram quatro e meia da manhã, e o sol ainda estava dando sinal. Ergui meu corpo lentamente, tendo todo cuidado para que ela não acordasse. Bárbara teve sua folga roubada pelo trabalho que lhe dei, não que ficar por algumas horas em um sexo comigo fosse um sacrifício, é claro; mas se seus planos eram deitar e dormir, fugiram totalmente de suas mãos.

- Eu tenho que ir. - Sussurrei ao depositar um pequeno beijo em sua nuca.

Ela encolheu o pescoço em resposta, mas não acordou, apenas moveu seu corpo na cama, na qual me levantei. Caminhei pelo seu quarto a procura de minhas peças de roupa que estavam jogadas pelo chão, retiramos tudo da sala para não sermos descobertas por seu melhor amigo,mas ao entrarmos em seu quarto fui agarrada novamente, o que rendeu uma nova retirada de roupas sem o menor cuidado. Após conseguir todas as peças, segui para o banheiro de seu quarto, onde tomei um banho rápido. Eu tinha que voltar para casa antes que Everton acordasse, não poderia me dar ao luxo de acordar tarde, mesmo que minha vontade fosse acordar com alguns carinhos de Bárbara. Sai do banheiro, vendo a mulher descansar em um sono pesado, sua expressão serena demonstrava a satisfação evidente. Eu me aproximei da cama, sentando ao seu lado. Puxei o edredom cinza, cobrindo seu corpo até a cintura, e em seguida deslizei a ponta de meus dedos por sua pele bronzeada, como se fizesse pequenos desenhos circulares. Sentia-me incrivelmente bem ao lado daquela mulher, como nunca mais havia me sentido em anos. Mas eu sabia que devia aproveitar aquilo enquanto ainda era tempo, não tardaria até o momento que nossa relação teria que ser cortada.

"Você não devia ter aparecido. Só complicou meus planos,Bárbara."

Inclinei minha cabeça para frente, depositando um beijo suave sobre sua boca, quase como apenas um roçar de nossos lábios. Levantei-me da cama, a procura de papel e caneta, e por sorte encontrei um bloco de notas na cozinha. Segui para seu quarto novamente, mais precisamente até o banheiro onde grudei o pequeno bilhete amarelado no espelho.

"Não pude ficar até você acordar, mas queria que soubesse que gostei muito da nossa noite. Obrigada por cuidar de mim. -CM."

Soltei um sorriso de canto a ver o bilhete grudado no espelho, e então me retirei daquele apartamento. Ainda estava escuro, o que facilitou o quase nulo movimento de pessoas pelas ruas. Entrei em meu carro, ou melhor, o de Everton. Eu não ousaria sair em meu carro, e dar aos seguranças motivos para falar. Os vidros peliculados impediam qualquer visão do interior do automóvel, assim pensariam que era apenas uma pequena fuga de meu marido pela madrugada. Já passavam das cinco, quando adentrei no estacionamento de mansão Lima. Deixei o veículo, e entrei em casa, tudo estava no mais repleto silencio. Olhei para ambos os lados, e nem mesmo os empregados estavam acordados. Subi as escadas delicadamente, como se pisasse sobre ovos, e segui em direção ao meu quarto com Everton. Abri a porta delicadamente, percebendo o total silencio no interior do cômodo, assim que fechei a porta a luz do abajur ascendeu.

- Posso saber onde esteve,Carolina?

Naquele instante, a sensação foi como se meu corpo inteiro esfriasse. Ser pega no flagra era uma das situações mais difíceis de lidar. Eu fechei os olhos, engolindo em seco o nó em minha garganta. Encostei a porta, e respirei fundo antes de virar na direção do homem.

- Fui tomar um ar.

Caminhei até o outro cômodo, mais precisamente o closet do outro lado,
agindo da forma mais natural que poderia.Everton tinha o cenho franzido, em raiva ou confusão. Ele levantou da cama, e caminhou em passos lentos até
mim. O vi encostado no canto, enquanto vasculhava uma das gavetas.

Xeque-Mate | adaptação BabitanOnde histórias criam vida. Descubra agora