Choi tocou a campainha da casa de Joohyun, as mãos tremiam pois parecia estar ainda mais frio ali, não pelo vento que atacavam ambos pelas costas. Sooyoung se encolheu perto do amigo ao notar algo na janela. Tinha unhas longas e avermelhadas que dava destaque a pele pálida e mórbida, os cabelos longos e escuros que pareciam fazer os olhos pequenos e amarelos brilharem ainda mais, as mãos estavam coladas no vidro de forma que demonstrasse que esperava por elas. — C-cheol... - Ela apontou para a coisa e isso fez com que Choi se arrepiasse por completo, notando as bochechas carregadas de sangue, o desespero o dominou fazendo com ele começasse a tentar derrubar a porta.
Ele jogava o corpo forte contra a madeira pintada de branco, fez isso repetidas vezes enquanto Sooyoung mantinha os olhos na mulher grudada no vidro, o monstro parecia os assistir com diversão e isso trazia preocupação para o coração de Park, que agora não estava só preocupada e desesperada, mas também assustada. Um estrondo foi ouvido, a jovem desviou o olhar por poucos segundos na intenção de ver a entrada livre, estava escuro dentro da casa e isso lhe causou calafrios. O rapaz teve seu braço segurado pela moça que logo apontou com a cabeça para a janela. Aquela coisa não estava mais lá.
— O-o que era aquilo? - Perguntou Choi que desviou o olhar para Park, ela tinha uma expressão de choque e ele já não sabia se ela tremia de frio ou de medo. Sooyoung tinha a culpa morando em seu peito, queria chorar alto e espernear por ter abandonado uma amiga tão querida de forma tão fria, sem intenção, mas o fez. — Fica atrás de mim, tá? - Ela assentiu com os olhos marejados, Seungcheol então segurou a mão da amiga antes de adentrar a casa completamente escura e aparentemente abandonada.
O cheiro era forte e nada agradável, haviam pouquíssimas luzes acesas sendo essas somente as de alguns abajures, tornando aquela atmosfera ainda mais esquisita, eles podiam ouvir passos lentos e quase inaudíveis, porém graças o completo silêncio presente naquela residência eles conseguiam ouvir qualquer mínimo movimento. As mãos de Sooyoung apertando o tecido do casaco de Choi demonstrando sua extrema tensão e seu completo nervosismo. Os amigos caminharam pelo corredor podendo jurar terem visto uma movimentação no canto escuro daquele caminho. SeungCheol abriu a porta do quarto de Joohyun, e foi a pior cena já vista em toda a sua vida.
Havia sangue por todas as parte, o corpo de Joohyun estava aberto na região de seu tronco enquanto posicionado sobre o colchão, a cabeça estava caindo pra fora da cama deixando em evidência o corte profundo em sua garganta. O líquido já não corria mais e muito menos pingava da mulher morta, sua expressão era de medo e sua boca estava aberta como quem havia gritado muito. Naquele momento Choi sentiu os olhos marejarem. Os lençóis estavam completamente manchados de vermelho e podia jurar que abertura em seu peito e estômago estavam ocos, sem carne e seus órgãos também haviam sumido. Um grito foi ouvido e ao se virar o homem avistou a criatura devorando o pescoço de Sooyoung que mal tinha forças para se afastar, o monstro então encarou o homem afastando os dentes horrendamente afiados da pele da morena. Ela rosnou alto de forma intimidadora e aterrorizante, largou o corpo da mulher que chorava alto e gritava em desespero.
A criatura então pulou no homem, derrubando o corpo dele no chão ficando por cima segurando-o pelo pescoço, cravava as unhas longas na pele clara perfurando cada vez mais, os sangue sujava as mãos compridas do monstro que não hesitou em morder-lhe na face, rasgando a bochecha com desejo, mastigando a carne como quem mastiga um delicioso filé feito pela mãe, para Kang aquele era o sabor favorito e suas papilas gustativas gritavam em prazer com aquele pedaço de carne humana. Os gritos não deixavam de ser a melhor parte.
Sooyoung discou no celular com a mão pintada de vermelho com o próprio sangue, ela não conseguia falar, gritas e chorar era suas únicas habilidades durante aquele momento. A ligação não demorou para ser atendida. — Delegacia de Seul, qual a sua emergência?
— S-socorro...E-ela...d-devorando - Mal conseguiu dizer uma frase completa, os gritos de Seungcheol foram cessando aos poucos, assim como a voz de Sooyoung se tornava cada vez mais fraca, a tentativa de estancar o sangue da enorme ferida em seu pescoço já era completamente falha, seu coração batia pouco e Kang não podia esperar que ele parasse, afinal precisava estar fresco. O rosnado tomou conta do ambiente novamente, antes de enfiar a mão no peito de Sooyoung arrancando dali o sangrento coração, acabando de vez com a vida de Park.
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MONSTER - seulrene
Mystery / ThrillerBae Joohyun tinha medo de olhar embaixo de sua cama, mesmo que ouvisse barulhos todas as noites, ela jamais olharia, até o momento em que a coragem falou mais alto. Jamais olhe debaixo da sua cama, Kang Seulgi pode estar lá lhe observando, e pronta...