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Já se passou uma semana desde aquela noite que, à primeira vista, parecia um filme de terror, mas acabou se tornando uma comédia bizarra, com o Chifuyu gritando como se estivesse em pânico a cada segundo. Hoje, finalmente, tirei o gesso do pé e posso caminhar sem problemas. Depois de tanto tempo, a sensação de estar andando novamente parece surreal, quase libertadora. Não vi nenhum dos meninos da Toman desde aquele dia, mas, pelo visto, isso vai mudar hoje. É sexta-feira, e, como o Angry me disse, o Chifuyu vai trazer todos para beber aqui.

Em relação à minha mãe, nada. Não sei onde ela está, não tenho notícias e, sinceramente, não faço questão de saber. Minhas coisas estão aqui, e só. Para ser honesta, não quero mais vê-la, não quero mais lidar com ela. A casa agora é o único lugar que me resta, e é aqui que vou ficar.

Decidi que hoje seria o dia em que finalmente daria um jeito no que Chi chama de "casa". Não é como se eu pudesse morar aqui de graça, então, de alguma forma, tenho que contribuir, mesmo que só um pouco. A casa estava um verdadeiro caos. Não tinha conseguido limpar antes, porque mal conseguia me mover com o pé engessado, mas agora, com mais mobilidade, resolvi encarar o desafio. Passei a manhã inteira lutando contra a sujeira, mas, no final, o esforço valeu a pena. Agora, parece até uma casa decente. Chifuyu me ligou dizendo que chega com os meninos por volta das 18h, e ainda são 12h, então tenho algumas boas horas sozinha para relaxar.

Preparei um almoço rápido, uma refeição simples e prática. Comi rapidamente, porque estava morrendo de vontade de tomar um banho decente, de me sentir limpa e renovada. Mas o banho teve que esperar. Passei o resto do dia no quarto, assistindo anime. Estava revendo Black Clover, porque, como sempre, não consigo me cansar desse anime. Já assisti várias vezes, mas nunca é demais. No entanto, antes de terminar o episódio dez, ouvi o som familiar de motos chegando do lado de fora. Os meninos tinham chegado.

A casa estava trancada, então precisei levantar e ir até a porta para abrir para eles. O calor do meu quarto e a calma que estava conseguindo encontrar foram interrompidos com o barulho da entrada.

— Ora, ora, já está andando? — Draken me olhou assim que abri a porta. Ele estava, como sempre, imponente, com aquele charme que parecia natural. Alto, bonito e com aquele cheiro peculiar de pessoa que sempre está fora de casa. Eu, obviamente, reparei nisso. Não sou de perder esses detalhes.

Minha vontade era de responder que não era eu, mas um clone, e que meu corpo real estava lá, no quarto. No entanto, percebi que ainda não éramos tão próximos para eu ser tão irreverente. Então, apenas sorri, tímida.

— Eu sei o que você pensou em dizer, Mia. — O Chi me observou com um sorriso malicioso. Ele realmente me conhece mais do que eu gostaria de admitir. Talvez fosse uma boa começar a ser mais descomplicada com eles, mas isso exigia tempo.

— Mia! — Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, Mikey me agarrou em um abraço tão repentino que quase me derrubou. Ele tinha aquele jeito incontrolável, mas cativante. — Estava com saudades! — Ele disse, e logo todos os outros entraram, criando uma atmosfera familiar e barulhenta. Ao contrário do que eu imaginava, não achei estranho o abraço dele. Pelo contrário, gostei mais do que eu imaginaria.

— Que brilho é esse? — Draken olhou para a casa, surpreso. Ele estava claramente impressionado com o que eu tinha conseguido fazer. — Como conseguiu fazer esse milagre? — Ele perguntou, olhando ao redor com um toque de admiração.

— É verdade, parecia um chiqueiro antes. Eu vou até rezar depois disso. — Smiley brincou, colocando seu chinelo na entrada. A energia deles era sempre imprevisível, e às vezes, essa irreverência toda se tornava até divertida.

— Vamos beber! — Baji, o mais barulhento, gritou, e logo todos começaram a se acomodar. Era uma cena que se repetia, mas que nunca perdia a graça. Ele sempre fazia questão de ser o centro das atenções, e, de certa forma, sua presença nunca passava despercebida.

𝐖𝐈𝐓𝐇 𝐘𝐎𝐔, nahoya kawata - EM CORREÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora