Capítulo 3

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"Ainda agora estou sentindo seus lábios

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"Ainda agora estou sentindo seus lábios

É um segredo que não ouso contar

Certas coisas

A gente simplesmente sente

Como um toque

Que só se vive no olhar."

Poesia da autora

Em dois dias. Park apresentou todas as instalações da fazenda para o amigo e os lugares que considerava especiais. A lagoa, uma linda clareira em meio à mata cerrada e, por fim, a cocheira.

- Adorei. Este lugar é incrível!

- E não é? Posso dizer que a fazenda é meu porto seguro.

- Pensei que fosse eu!

- Também...

Jungkook acompanhou os movimentos de Jimin, enquanto ele acenava para Carlos, seu irmão mais novo. Ele retribuiu o aceno e se afastou carregando alguns instrumentos.

- Engraçado, aonde quer que você me leve, um dos seus quatro irmãos sempre se aproxima. Será apenas impressão minha ou estão tomando conta de você ?

Jimin jogou a cabeça para trás e sorriu.

- Estão tomando conta de mim, é que nunca vim acompanhada. Devem estar pensando coisas sobre você.

- Estou com pena do seu futuro marido.

- Não fique. Ele será um homem de sorte.

- Ah, estava só brincado. Eu sei que sim.

O moço corou e Jeon pensou que, embora ele estivesse só brincando, aquelas palavras o tocavam profundamente.

- Jimin, sobre o que aconteceu entre nós aquela manhã, eu...

- Ora, não se importe com essa bobagem. Eu já tinha até me esquecido.

Demonstrando indiferença, ele avançou alguns passos até as flores que cresciam à sede fazenda e Jeon observou o leve ondular que o vento causava nos longos cabelos pretos e lisos. Tão pretos quanto os olhos que o deixavam completamente atordoado, herança indígena da avó materna, juntamente com o tom da pele. Era uma linda cabocla. Por isso ela atraía tanto a atenção dos homens.

- Hora de voltar. O noivado é hoje à noite e minha mãe precisa de ajuda. Em, breve, chegarão parentes de toda região. Tenho muitas primas, vai gostar de conhecê-las.

- Claro que vou. Aí quem sabe façamos dois noivados em vez de um só.

Park atentou para a expressão do amigo que, como de hábito, jogou o cabelo cor de mel de lado. Identificando certa ansiedade, não resistiu e prendeu-lhe das mãos entres as suas, notando como a pele clara contrastava com a dela.

- Ei, devo adverti-lo de que a maioria das primas são casadas. Não vá se meter em confusão.

- Tá, mas só um pouquinho não faz mal, faz?

- Não conhece os homens daqui. São atirados e possessivos.

- Pelo que está dizendo, estou me sentindo um tanto sem sal.

- Não foi o que insinuei, apenas são de mundos diferentes.

- De fato não me pareço com eles, mas, mesmo sendo um humilde professor de Literatura, conheço alguns truques sensuais.

- Hum... temos aí um lado romântico que não conhecia? Agora entendi porque as alunas do cursinho telefonam tanto.

- Sou um cara romântico e irresistível! - Jungkook o abraçou espontaneamente. Constatou que, embora fosse mais alto do que Jimin, ela se ajustava perfeitamente ao seu corpo. Quando a tinha entre os braços, puxa, era praticamente uma tortura se afastar.

Procurou as palavras certas para falar o que lhe ia à alma. Ainda faltava coragem.

Com o rosto queimando, ela recuou alguns centímetros e, justamente naquele momento Tiago se aproximou com a noiva, interrompendo qualquer possibilidade de retomarem um diálogo mais íntimo.

Contudo, ao se voltar para o casal, Jungkook não escondeu um sorriso.

- Não acredito! Márcia?! Há quanto tempo não nos vemos ?

- Meu Deus! Jungkook! Já faz uns quatro anos.

Ao reencontro, seguiu-se um abraço efusivo e lembranças agradáveis. Tanto Tiago quanto a irmã sentiram-se excluídos.

Por toda tarde, Jungkook e Márcia contaram casos da vida acadêmica, o que de certa forma incomodou Jimin. Pela primeira vez sentiu-se deixada de lado pelo amigo e procurou lugar dentro dela.

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Durante um bom tempo, Jimin tentou dormir, mas o sono não veio. Após bagunçar os lençóis e revirar-se por horas a fio de um lado para o outro, abandonou a cama sentindo-se sufocada.

Caminhou até a pequena varanda na sacada do quarto e deparou-se com Jungkook. Ele ocupava o aposento ao lado do seu e, pelo visto, também não conseguiu dormir.

Ele riu e disse:

- Parece que estamos fadados a ser vizinhos. E coincidentemente a insônia resolveu nos visitar.

Ele assentiu e desviou o olhar para o céu estrelado.

- A noite está clara, talvez seja por isso.

- É lua cheia. Aqui no céu do interior, não poluído quanto é o da cidade, ele fica enorme. Uma linda visão por sinal.

Só então ele se deu conta de que se referia não somente à silhueta de Jimin que luz contornava através da fina camisola rosa de seda.

- Você e Marcia parecem ter grande afinidade.

- Tivemos. Não mais do que com você. Apenas temos uma profissão em comum.

- E alguns anos de estudo juntos.

- Sim.

Jungkook afastou-se do muro onde estava apoiado e procurou decifrar a ironia nas palavras do companheiro.

- Está com ciúme ou estou enganado?

- Vou ignorar sua suposição, deixa tal sentimento para o Tiago, afinal, atraiu a atenção da noiva dele por toda a noite.

- Vou fingir que acredito.

-Ora, faça-me o favor! Convencido! - irritado, Park deu-lhe as costas e entrou no quarto fechando a porta de ferro e vidro com força. Quando se deitou, ainda ouvia a gargalhada de Jeon.

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CONTINUA???

Meu Melhor Amigo - JIKOOK -Onde histórias criam vida. Descubra agora