Capítulo 21

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Vermelho sangue

Prontas e reunidas (o), nós direcionamos para a entrada da praia principal. Ray foi pulando animada arrastando Saturna, Kelly foi discutindo algo com o Alex, e eu fui abraçada com Noah. Chegamos e estava tudo lindo, tudo iluminado com pisca-pisca meio amarelado e ainda era por do sol. O resto tinha muitos pufs e acentos delicados, e muitas comidas e bebidas. Sem contar o solzinho de fundo.

Quando chegamos curtimos o por do sol com uma galera que conhecemos lá, comemos e bebemos. Infelizmente não pude curtir muito com o Noah, porque do nada fui bombardeada com "fãns".

- E você se considera uma pessoa legal?

- Pras pessoas que são legais comigo acho que sim.- Digo não sabendo mais o que fazer, se tirava foto com uma, dava autógrafo pra outra, respondia uma, ou abraçava a outra.

- É agora a nossa banda!!.- Um cara falou no microfone, e enquanto elas ficaram nele eu aproveitei pra fugir um pouco pra praia. Já era a noite e eu nem consegui curtir.

Corri pra longe do lual. Quando já estava sem fôlego parei e me joguei na areia, sentindo meu coração gritar de animação (e pular pela guela também).
Levanta e tiro o chinelo andando pela borda do oceano. Tava tão bom, mas parei ao ver um homem sentado em um capo de um carro, um senhor de idade já. Quando decido não incomodar e voltar pro lual ele fala.

- Está com medo?

- Se eu estivesse com medo já teria corrido senhor, pode ter certeza.- Digo descontraída arrancando uma gargalhada dele.

- Pois então sente-se aqui comigo.- Ele diz ainda olhando para o horizonte, depois de ver meu receio ele disse.- Fique tranquila, não curto mais novas, e amo minha mulher com minha vida.

Pela convicção que ele disse, senti confiança e não me senti desconfortável, então caminhei até o carro, e me sentei no capô ao seu lado tirando os chinelos e abraçando minhas pernas.

- Você sabe qual o sentido da vida?.- Ele me pergunta.- Na verdade, qual você acha que é o sentido da vida? Porque saber você não vai saber.

- Realmente. Eu não sei, e não tenho uma ideia formada sobre isso.

- Há quem diga que o sentido da vida é a busca constante.- Ele diz ainda vidrado na lua.

- Mais e pra quem já encontrou o que procura?.- Pergunto e ele desvia o olhar pra mim.

- Pobre menina. O ser humano nunca para sua busca. Sempre está atrás de algo sempre almeja algo.- Ele diz soltando um riso.- A inocência ainda está no seu coração? Ou você não sofreu o suficiente.

- Acho que você não pode dizer isso sobre nada nem ninguém, principalmente para alguém que você acabou de conhecer, no caso eu.- Ele me olha desafiador.

- Então algo que eu disse está errado?

- Nem errado nem certo. É fato que eu como humana, sempre estou atrás de algo, mas não é fato que você sabe se sou inocente ou sofri o suficiente sendo que não temos conhecimento sobre a vida de ambos. É o mesmo que eu dizer que você não tem amor suficiente por sua esposa, sendo que você diz que a ama mais que tudo. Você se conhece internamente? Digo você sabe o que é o amor em si, e sabe se realmente o sente?.- Ele me olha atento e se eu focar um pouco mais no fundo de seus olhos vejo surpresa e certeza, só não sei do que.- Oque quero dizer é que não temos certeza de nada nessa vida, achamos que sabemos de algo, e ainda tentamos justificar oque não entendemos.

Ele olha cada traço de meu rosto atento, como se estivesse gravando em sua mente. E em seguida da um suspiro como se estivesse aliviado.

- Você é italiano.- Digo cortando o silencio.

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