O Feitiço de Água

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Os pássaros cantavam, as flores do jardim revelavam suas mais diversas cores... Era de manhã. O primeiro dia de Primavera estava começando.
O Sol começava a aparecer no horizonte e Dahlia dormia tranquilamente em seu lugar favorito de sua casa, sua cama. Era tão confortável que ao amanhecer parecia ainda mais confortável que de noite, quando ia dormir. Era feito de madeira bruta envernizada e seu corpo era o próprio tronco de árvore. Dahlia, como a maioria dos seres de Phorsey tinha uma paixão imensa pela vegetação de lá.
Quando as galinhas do jardim levantaram e o galo cantou, lá pelas cinco e meia da manhã, Dahlia se levantou.

- Está de manhã de novo! Ah... Que maravilha! - Suspirava a ruiva. - Hoje é o grande dia! É hoje que vou aprender o feitiço! - A menina não parava de falar e anunciar a todos seu entusiasmo.

 - Hoje é o grande dia! É hoje que vou aprender o feitiço! - A menina não parava de falar e anunciar a todos seu entusiasmo

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De fato, seria neste dia que sua mestra, Yháro, iria finalmente ensinar um feitiço. Seria o primeiro feitiço que Dahlia aprenderia, por isso tanta animação. Depois de meses de estudo teórico ela mal podia esperar por uma aula prática, mas seu nervosismo poderia atrapalhar o processo.
Assim, Dahlia se vestiu com o uniforme de maga, revirou sua pilha de livros procurando o livro de feitiços básicos que Yháro havia lhe dado, e enfiou em sua bolsa. Havia um ou dois furos na bolsa, estava batida após tantos dias de uso frequente, mas não era algo que chamasse a atenção de Dahlia e a fizesse trocar por outra.
Dahlia desceu rapidamente as estreitas escadinhas de sua casa, acabou tropeçando em um dos degraus e caiu.
- Aai!- reclamou.
- Está sempre apressada, Dahlia... - Disse a mãe -  Quer se arrebentar inteira logo hoje? Sei que é importante ser pontual, mas você já acordou cedo o sulficiente, não era necessário descer correndo.
- Me desculpe, mãe... Ah não! - A menina reparou em sua bolsa, estava ainda mais rasgada, um dos furinhos havia enroscado no corrimão quando Dahlia caiu.
- Já estava na hora de trocá-la, minha filha. Deixe que quando eu for para a loja de couros hoje, compro uma boa bolsa para você! Leve a minha hoje.
- Ah! Muito obrigada, mãe. A sua bolsa é tão bonita!!!

Então, animada também com a possibilidade de usar a bela bolsa de sua mãe naquele importante dia, Dahlia tomou seu café da manhã como um foguete, queria chegar a floresta de Seyllis o quanto antes! Já passara dias imaginando como seria quando ela aprendesse seu primeiro feitiço, sonhava todas as noites em poder mostrar a todos suas habilidades com magia.

Saindo de sua casa, Dahlia passou pelo jardim, onde viviam suas galinhas e flores, abriu o pequeno portão que separava a linha de trem florestal de sua casa.
A linha de trem passava todos os dias nos mesmos lugares, como foi planejada pelos humanos, ele sempre saia da Floresta Hominidiz e então viajava para o resto das florestas. Dahlia tinha de viajar todos os dias para chegar até a Floresta de Seyllis, que era onde treinava com Yháro.

Eram seis e quinze da manhã quando o trem passou pela vila de Dahlia, por sorte sua casa ficava bem a frente da estação. O trem era pequeno e aberto, não era muito rápido, mas era uma graça! Seu condutor era um simples Cogumella que se apaixonara pelas invenções humanas. Era realmente um lugar confortável para viajar.
Dahlia subiu no trem e, como de costume, não havia mais ninguem no vagão com ela, ela preferia assim. Era mais pacífico e ela poderia ler seus livros com tranquilidade durante o caminho.

A Chama de SeyllisOnde histórias criam vida. Descubra agora