prologue

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"A consciência de amar e ser amado traz um conforto e riqueza à vida que nada mais consegue trazer."

Jeon Jeongguk costumava pensar que só a paixão proliferava entre duas pessoas

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Jeon Jeongguk costumava pensar que só a paixão proliferava entre duas pessoas. O amor era sólido, certo e haveria o mesmo em tantas outras ocasiões. Ele amava sua família, amava ler debaixo de lençóis recém lavados e amava acordar antes do sol suave e contemplá-lo banhando tudo.

Ele costumava ser garoa, pedalar nos fins de semana, costumava cortar as próprias frutas, levar para o trabalho, guardá-las no refrigerador da sala dos professores com o seu nome grudado lá. Porque Jeongguk era só ele mesmo, o tempo inteiro. Calças apertadas, uma bandana vermelha e drama nenhum.

Isso acabou quando o novo professor de teatro deslocou-se de Paris para roubar as maçãs cortadas de Jeongguk do refrigerador. Não era necessário uma investigação, o homem nem mesmo se esforçava para esconder aquilo, como também não se importava de arrancar a sua bandana no meio do corredor ou interromper sua aula para desejar "bonjour, petits" e então sair.

A princípio, ele achava que ele só era insuportável com todos. E não era bem assim, todos pareciam ter algo de bom sobre ele na ponta da língua. As aulas de teatro precisaram ser divididas em turmas e turnos porque, com a chegada do novo professor, era a atividade extracurricular favorita da primeira série à última.

Ninguém parava de falar sobre a mais nova peça: "Roma e Julio". Que era, honestamente, o pior Romeu e Julieta da história. Obviamente, não era uma boa ideia extrair uma comédia de um clássico trágico. Eles tinham até mesmo um dia de audições e crianças miúdas fantasiadas como árvores.

Jeongguk não gostava dele.

E parecia ser recíproco.

— Vocês viram... — Taehyung, esse era o nome dele, fitou o microondas vazio. — o meu sanduíche?

— Você trouxe um? — Hyorin, a professora astuta de matemática, indagou. Jeongguk continuou olhando para a tela do computador, desdenhoso. — Eu não vi.

— Você viu, petit? — ele quis saber, naturalmente o chamando daquela coisa boba. Nem fazia sentido, eles tinham quase a mesma altura. Os outros riram em cochichos. Jeongguk sabia que ele se referia a ele, mas o silêncio era preferível. — Eu falei com você.

Ele enrugou o nariz, inflexível.

— Jeon.

— Hum.

— Très bien. — a voz do outro amaciou seus ouvidos antes que a tela do computador apagasse. Totalmente. Ele fitou o francês, incrédulo e mortificado. Ele não tinha qualquer direito de fazer aquilo. — O meu sanduíche. Viu o meu sanduíche?

— Eu comi. — confessou, nada arrependido. Ele ficou sem suas frutas por quase um mês consecutivo. — Todo. Era seu?

— Évident. — Taehyung lambeu os lábios e sorriu, o fio do computador ainda em sua mão. — Você gostou?

— Faltava molho. — Fez um som de descontentamento, apontando o quão mediano estava. O Kim soltou o fio e estreitou os olhos, cruzando os braços sobre o peito. — Eu posso ter o meu computador de volta agora?

A sala caiu num silêncio quase absoluto e Taehyung agachou para alcançar o fio, conectando.

— Certamente, Jeon.

— Obrigado. — ele conseguiu dizer antes que a porta fechasse e o francês se fosse. Jeongguk não se arrependia, foi uma vingança digna. E não era um prato que se comia frio. Ele aqueceu.

Roma & Julio • kth + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora