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Na manhã seguinte, antes da aula, Thiago teve que passar pelo constrangimento no médico durante alguns segundos

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Na manhã seguinte, antes da aula, Thiago teve que passar pelo constrangimento no médico durante alguns segundos.

O médico disse que não foi nada sério e passou um anti-inflamatório por causa do desconforto e recomendou que o garoto ficasse longe das bolas por um tempo.

Pela primeira vez Thiago viu algo positivo, já que não gostava de esportes e não participaria da aula de educação física da escola.

No caminho todo até a escola, teve que aguentar seu irmão fazendo brincadeiras de duplo sentido com o ocorrido.

Ele chegou na escola e foi diretamente para a coordenação, onde entregou a receita justificando que não poderia participar da aula de educação física. Depois, foi para a sala de aula, ainda haviam poucos alunos lá então apenas aguardou o professor chegar em silêncio enquanto tirava seus materiais da bolsa.

Alguns minutos depois a sala de aula estava repleta de alunos, e Alye, vulgo Erza com as palavras de Douglas, entrou na sala e rolou os olhos em Thiago, que novamente desviou o olhar ao notar a presença da garota.

— Ei, curte jogos? — Um rapaz que estava sentado na carteira da frente se vira para Thiago. Ele era baixo e um pouco mais gordo que os demais alunos da classe. Seus olhos eram castanhos iguais a cor de seus cabelos.

— Alguns. Qual você joga? — No momento Thiago sentiu-se aliviado por finalmente alguém falar com ele.

Os garotos conversaram sobre alguns jogos durante um tempo enquanto outros alunos chegavam na sala.

Por alguns momentos Alye observava brevemente Thiago, reparando no seu moletom de uma série que a mesma também gostava.

O professor chega na sala, interrompendo a conversa de todos os grupinhos de alunos. Todos se viram imediatamente para frente prestando atenção no recado que ele passava.

Uma batida na porta chama a atenção de todos, apenas conseguem ver uma mão branca com as unhas pintadas de um tom de lilás antes de ouvirem uma voz doce e suave soar de fora da porta.

— Licença professor, desculpe o atraso. — A garota surge totalmente radiante na porta. Seus cabelos loiros estavam completamente arrumados e sua pele branca perfumada por um cheiro ambar invadiu a sala. Sem que percebesse, Thiago encontrou-se completamente vidrado na garota que entrava.

— Tudo bem Eduarda. — O professor sorriu para a garota, que devolveu o sorriso mostrando seus dentes completamente alinhados. Thiago sentiu uma sensação estranha dentro de si enquanto olhava para aquela garota. Talvez dessa vez seu pai estava certo, o universo estava a favor deles.

Finalmente a aula de educação física chegou, garantindo a Thiago um tempo livre já que não iria participar. Por outro lado, arrependeu-se, pois teria uma chance de ficar próximo a Eduarda, a garota que ficou na sua cabeça nas últimas duas horas.

Todos os alunos foram levados até a quadra e Thiago, por ordem do professor, permaneceu no pátio, onde foi deixado alguns jogos de tabuleiro para que pudesse ocupar a cabeça.

Só não entendeu como iria jogar sozinho, mas decidiu não questionar o professor. Por sorte, havia levado seu caderno de desenhos e seus lápis, onde poderia desenhar por um bom tempo até a aula acabar.

— Achou que ia escapar? — A voz do professor ecoou pelo corredor do pátio, o garoto desenhando olhou para ver do que se tratava e viu que Alye vinha em sua direção com a cara amarrada. Thiago soltou um suspiro e resmungou. O que pensou ser um tempo livre de produtividade seria uma tortura ao lado daquela garota. Alye desfez sua cara ao notar Thiago sentado na mesa do refeitório.

— Muito obrigada por aparecer na quadra bem no momento em que dei um corte na bola. Agora vou ficar um bom tempo sem participar da aula. — Ela resmunga e senta em frente a Thiago, que perde seu foco ao desenhar.

— Não tenho culpa se você é ruim de direção. — Ele responde secamente. Ela olha para ele e pensa em alguma resposta, mas prefere não dizer.

— Quer jogar algo? — Alye pega os jogos de tabuleiro que estavam sobre a mesa em suas mãos. Thiago analisa discretamente a garota observar os jogos.

Alye usava suas unhas em formato pontiagudo, pintadas com esmalte preto. Seus cabelos vermelhos estavam em frente ao seu moletom, impedindo que Thiago pudesse ver qual estampa era.

— Não. — Respondeu quase tão baixo que Alye mal pode ouvir.

A garota, um pouco desapontada, tirou as peças do jogo e montou o tabuleiro, jogando sozinha, com um pouco de esperança de que o menino jogasse pelo menos uma partida com ela. Não foi o que aconteceu.

Durante todo o tempo Thiago manteve-se focado em seu desenho, com traços precisos. Alye a cada minuto rolava os olhos para a folha de papel, admirando cada processo e a facilidade que ele desenhava.

Depois de algum tempo, um esboço de uma mulher foi formado. Thiago percebeu os olhares de Alye, então tentava esconder o desenho com seu braço esquerdo.

A educação física acabou, e assim que os alunos entraram no pátio, o garoto rapidamente fechou seu caderno de desenhos, e observou curiosamente para os alunos chegando. Alye notou o seu interesse com certa dúvida ao ver o movimento brusco do rapaz.

Pedro, seu novo amigo, aproximou-se do garoto, completamente suado e começou uma conversa sobre a aula.

Os olhos dos garotos se mantiveram fixos na loira com os cabelos presos em um rabo de cavalo vindo em sua direção.

Eduarda estava um pouco suada e com as bochechas coradas, mas nada que tirasse a beleza que ele via na garota.

— Prazer, sou a Eduarda. — A bela menina abriu um sorriso e estendeu a mão para Thiago, que sorriu de volta e a cumprimentou.

— Sou o Thiago. — Apresentou-se e sem que percebesse, revelou a Alye seu nome.

Algumas meninas chegaram perto de Alye e sussurraram algo no ouvido dela que a fez sorrir.  Ela deu um soco na mão de uma garota de cabelos cacheados que estava ao seu lado. Toda vez que um novo menino chegava na cidade, elas apostavam para ver quais das meninas falariam com ele primeiro. E dessa vez nenhuma delas erraram.  

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