capítulo único.

868 82 14
                                    

Não sabia do que o Coronel estava falando, parecia que sua cabeça tinha se desconectado e com certeza não se encontrava presente naquele momento. Mas infelizmente precisava pelo menos descobrir do que ele falava e revirou os olhos analisando o que estava em sua frente, sabia exatamente do que ele estava tagarelando, e mais uma vez aquela era uma reunião completamente entediante sobre a gangue de seu namorado.
    Isso mesmo, namorado, aparentemente a Toman tinha feito mais alguma coisa que obviamente tinha dado problema, não que a essa altura não poderia ligar menos para o que eles tinham se metido de novo, já que tinha problemas maiores como o porque Draken estava irritado hoje de manhã antes que ela saísse para trabalhar.
    — Então dessa vez eles foram acusados por este senhor Yagami Fujiro, de extorsão e sequestro — Assim que ouviu as palavras desferidas da boca de seu superior, voltou o olhar para a tela onde passava os slides com o rosto de Ryuuguji e Manjiro estampados com letras grandes de procurados.
    Algo estava estranho e completamente errado, conhecia a gangue mais do que gostaria e por mais que eles fizessem alguns trabalhos um pouco mais pesados, eles nunca chegariam aquilo, pelo menos não sem um motivo. Namorava Ken a quase três anos, e o conhecia com a palma de sua mão.
    Ah! Era isso que ela tinha esquecido, hoje fazia três anos que eles estavam juntos, [Nome] fez uma careta para si mesma inconformada que esqueceu justamente isso, por isso ele parecia tão chateado hoje de manhã, se ele tivesse dado pelo menos uma dica...Não, era sua culpa, ela sempre o cobrava com datas e agora ela mesma esqueceu isso.
    — Senhorita [Sobrenome]? Tem algo a acrescentar? — Interrompeu os pensamentos da [Cor de cabelo], a fazendo balançar a cabeça afastando os pensamentos e voltar brevemente para a reunião que acontecia a sua frente.
    — Não, Senhor. — Respondeu meio indiferente, por mais que ele fosse seu supervisor, não conseguia suportar esse cara e a sua hipocrisia com as pessoas, ele claramente só conseguiu a sua posição por puro nepotismo.
    Ele a encarou como se quisesse falar algo, mas a mesma o encarou de volta levantando uma sobrancelha, e o velho deixou de lado, continuando a falar sobre o novo caso, que mais tarde [Nome] descobriria que seria o seu.

    Finalmente aquilo tinha acabado, nem esperou que fosse liberada com palavras e pegou sua bolsa de forma rápida indo em direção a saída do prédio, precisava dar um jeito de ajeitar a besteira que tinha feito antes de que Ken chegasse em casa, fingiria que lembrou do dia sim e tudo isso era para uma surpresa.... Céus como ela podia ser tão péssima namorada assim.
    Entrou no elevador e apertou o botão diversas vezes seguidas como se aquilo fosse fazer ele descer mais rápido, mas na realidade era só para acalmar a própria cabeça que estava trabalhando a mil por hora tentando pensar em diversas coisas para fazer para o mais velho. Estava quase chorando de culpa, Ryuuguji era tão perfeito como namorado, como tinha esquecido de uma data tão importante para ambos? Conseguia lembrar exatamente de três anos atrás, o dia que eles se conheceram.
     [Nome] já não aguentava mais aquele dia, não sabia porque tinha escolhido a faculdade de polícia, àquela altura do campeonato ela só queria trancar o curso e fingir que nunca tinha se metido com aquilo, não suportava mais nada a ver com aquele mundo de hipocrisia, bom não pensava assim, não até conhecer Draken.
    Ken Ryuuguji, mais conhecido como Draken, o tinha conhecido concidentemente em seu estágio, estava numa perseguição contra alguns ladrões de carteira, até que eles pararam e viraram na direção dela e se juntaram pegando alguns canos do chão, iriam atacar ela se o loiro não tivesse aparecido, se intrometendo e bancando o herói. Claro que isso resultou na primeira briga entre eles, afinal [nome] era treinada para isso e sabia se defender, não precisava que um marginal a ajudasse.

    Mas seu senso de justiça era maior do que os preconceitos enraizados pela sua formação, e naquele dia ela o chamou para que ela pudesse fazer um curativo em seus machucados, e pagar uma bebida em agradecimento, não queria ficar devendo nada para ninguém, pelo menos era isso que [Sobrenome] estava tentando se convencer.

    Riu das próprias lembranças balançando a cabeça em negação, rindo de sua eu do passado, mal sabia que estava totalmente apaixonada e rendida por aquele marginal, a um ponto de largar o "emprego" que achou que era seu sonho. Nesse meio tempo já estava toda desnorteada tentando achar a chave dentro de sua bolsa para destrancar a porta do apartamento que dividia com seu namorado.

    Bufou irritada resmungando para si mesma que não tinha tempo para aquilo, e deu um chute na porta completamente frustrada virando a bolsa no chão, ouvindo o barulho das coisas se chocando contra o chão e passou os olhos procurando a chave com o chaveiro que tinha em conjunto com o mais alto. Finalmente achando a desgraça da chave se abaixou pegando-a, enfiando o resto das coisas que tinha jogado ali dentro da bolsa de volta.

    Abriu a porta estranhando a casa tá toda escura, geralmente Draken já estaria ali, provavelmente a esperando para que pudesse jogar em sua cara que ele finalmente tinha lembrado de uma data comemorativa e ela não. [Nome] já tinha bolado um plano, iria fingir que tinha marcado horário em um restaurante e estava apenas testando o loiro, como se ele fosse cair nisso, mas não custava tentar né?
    — Amor? Eu cheguei e você não vai adivinhar onde eu fiz uma reserva — Olhou em volta jogando a bolsa em qualquer lugar, enquanto ia em direção à o quarto, onde tinha apenas a luz acesa com a porta encostada. — Ryuuguji, eu juro, se você pular desse quarto me assustando eu vou gastar meu réu primário em você....
    Reclamou mais uma vez abrindo a porta devagar, odiava a sensação de ser assustada com todas suas forças, por isso sempre evitava ver filmes de Terror, e da última vez que Draken tentou lhe pregar uma peça acabou que ele ganhou um nariz quebrado. Suspirou complemente chocada com a cena que viu em sua frente.
    Sentia os olhos enxerem de lágrimas e seu coração bater mais rápido, sabia que aquilo aconteceria, mas não imaginou que fosse tão cedo, digo vocês já estavam juntos a um tempo, mas não esperava isso... não dele.
     — Bom, antes que você abra a boca e estrague com o clima, eu vou começar a falar. — Draken estava ajoelhado em frente da porta com alguns led em volta deixando apenas que ele estivesse iluminado, e o resto do quarto continha algumas flores, tulipas e margaridas, as suas favoritas. Com certeza seu rosto já estava molhado com lágrimas e qualquer coisa que você tivesse pensado antes de entrar naquele quarto, tinha ficado para trás da porta. — Princesa, eu sei que pode ser meio precipitado da minha parte, mas eu não consigo ver minha vida sem você, não consigo me imaginar acordando sem seu mau humor matinal, ou a sua preguiça de levantar que te deixa a coisa mais fofa do mundo, ou até mesmo suas manias de deixar roupa espalhada pela casa toda esquecendo que você quem vai ter que arrumar depois.

    [Nome] revirou os olhos e nesse momento caiu a ficha do que estava acontecendo, por mais que tivesse negando a si mesma com medo de criar expectativas e acabar se frustrando com o que ele iria falar.

    — Até essa sua mania de revirar os olhos e reclamar de exatamente qualquer coisa que não goste, eu amo cada detalhe, cada qualidade e defeito seu — Ele levantou do chão indo em sua direção, abrindo a caixinha que mostrava um anel com um pequeno detalhe de pôr do sol, que era uma analogia que definia exatamente o que eram um para o outro. A certeza que estaria ali independente de qualquer coisa, e seria sempre o sentimento mais lindo e acolhedor do mundo. — O que eu quero dizer com essa declaração meia boca, é que eu te amo para caralho [Nome] [Sobrenome], e eu quero passar o resto da minha vida com você, então por favor, se case comigo.

    Ela não esperou nem para dar uma resposta jogando seus braços em volta do namorado chorando que nem uma criança enquanto fungava fundo esfregando seu rosto no peito dele. O amava mais do que conseguia colocar em palavras e demonstrar com gestos, não sabia definir o que ele significava para si, nunca tinha acreditado em baboseiras como alma gêmeas ou pessoas predestinadas, porém não conseguia explicar a forma surreal de como se sentia completada e inteira com Draken, só sabia que era ele e apenas ele. E que não conseguiria viver sua pacata vida sem ele ao seu lado também.

    — É claro que eu aceito, seu careca incorrigível — Falou tirando um pouco seu rosto dele e rindo um pouco, entre o choro.

##

Notas: Oi gente minha primeira oneshot, aproveitem enquanto eu tenho a coragem de deixar a publicação dela, sei que ficou meio ruim, mas vou melhorar com o tempo, obrigada a todos que leram principalmente as minhas amigas que me apoiaram.

Forgotten - Draken Onde histórias criam vida. Descubra agora