Capitulo 100

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Não deixem esse cap flopar

//Antonella//

(6) de dezembro

Sinto as lágrimas molharem o meu rosto vendo as fotos. Hoje ela faria 38 anos. Tanto tempo sem ela... Não sei como eu resisti até aqui. Hoje eu vou literalmente ignorar todo o mundo e ir no túmulo dela, eu preciso criar coragem. Eu tinha 14 para 15 anos quando minha vida virou um inferno.

Eu peguei uma caixinha e abri pegando o pequeno livro antigo que avia ali. Pego uma caneta e começo a escrever para ela, mesmo sabendo que não tem como ela ler

Já faz praticamente três anos, e eu ainda não sei como pensa em você sem senti meu coração rasgar. Eu sei, nós sabemos que você não ficaria para sempre. Mas eu precisava de uma mãe, eu precisava, a gente precisava. Eu ainda preciso! Eu perdi tudo, minha mãe, minha tia... E meu irmão. Eu sei que de algum lugar você me escuta, não sei como, mas me escuta. Dói acordar de manhã e ver que praticamente cinco anos de minha vida não foi um pesadelo, que a tia Lys não está aqui para trançar meu cabelo, que você não está aqui para conversa comigo. E isso dói, eu sinto falta de quem eu era, eu sinto falta da menina de 10 anos que brincava na rua com o irmão mais velho que a protegia. O luto dói, dói muito, eu sei que nunca vou superar a morte de vocês, eu sei que nunca vou parar de senti essa dor. Vocês gostariam de saber que eu me apaixonei, que eu encontrei a pessoa que me faz senti borboletas, eu encontrei o cara que faz meu coração explodir a cada beijo. O amor épico existe, e eu vivo ele.    Eu sinto falta de tudo, de vocês, do antigo Noah. Olha o quê nós nos tornamos, viramos estranhos, apenas conectados por lembranças e um laço de sangue. Ah mãe como eu precisava de você aqui, eu ainda sinto você. Você está em todo canto, menos do meu lado, e isso dói.

Termino de escrever a carta e limpo minhas lágrimas. Coloco a folha em um envelope e sinto meu coração aperta

Agora são exatamente 12:00, até agora eu não peguei no meu celular, ou conversei com alguém. Eu não quero ver absolutamente ninguém, quero que seja apenas eu.

Saio de casa, e propositadamente deixo meu celular guardado no meu quarto

Passo em uma floricultura e comprei algumas violetas. Eram as preferidas delas, a tia lys não gostava de flores, mas amava violetas, e minha mãe também amava.

Ando metros cansativos para o cemitério. Olho para o lugar e sinto calafrios. Odeio cemitérios.

Ando um pouco para achar seu túmulo e olho de longe e vejo uma cena que me deixou confusa. Noah no túmulo da nossa mãe, com uma garrafa de bebida e com os olhos cheios de lágrimas. Me aproximo devagar para ele não perceber minha presença

—mãe me perdoa — Noah passou a mão no rosto chorando — me leva daqui, eu quero esta nos seus braços — falou e eu senti vontade de abraçar ele, porém fiquei escondida, o escutando — sabe, é até engraçado, eu poderia ter sido um filho melhor, o filho que você merecia, o sobrinho que a tia Lys merecia... Mas eu falhei, vocês teriam pena do que eu me tornei. — falou embriagado — mas dela vocês teriam orgulho, você acredita que ela tem um namorado? — gargalhou com a voz embolada — ele é bem insuportável, não gosto dele, mas ele parece amar ela. Bom, eu também me apaixonei — sorriu olhando para o nada — Ah aquela menina me faz senti vivo, ela faz com que eu não me sinta um mostro. Vocês conheceram ela, a Liv — deu risada — sim, a melhor amiga da Nelly. No começo era só atração, mas se tornou em amor, eu a amo tanto. Ela faz eu me senti menos pior com a vida — falou.

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