𝗖𝗛𝗔𝗣𝗧𝗘𝗥 𝗧𝗛𝗥𝗘𝗘 - ameaças.

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tomo um susto quando abro a porta do meu quarto e encontro o meu pai de costas olhando para a janela.

engulo em seco e entro no quarto depois de fechar a porta, ele dá uma leve olhada por cima do ombro oque me deixou mais nervosa ainda, oque ele está fazendo aqui?

— onde Mary está? - pergunto enquanto abro a sacola que eu tinha pego e colocado alguns chocolates dentro, abro a gaveta da minha cômoda e coloco dentro.

— está tomando café da manhã. - ele fez uma pausa e se virou para mim. — diferente de você..

eu já sabia sobre oque ele está falando, ele deve ter visto Mary sozinha e estranhou, e agora eu chego com uma sacola na mão com chocolate. ele sabe que eu saí.

— onde estava?

— acordei cedo e não consegui dormir mais, então eu decidi sair. - dou de ombros e termino de colocar os chocolates na gaveta e fecho ela.

ao me virar para frente meu pai já estava na minha frente me olhando com certa curiosidade.

— filha, você está bem? - ele se aproximou mais e eu dei um passo para trás ficando encurralada por causa da cômoda. ele inclinou a cabeça um pouco pro lado e eu permaneci olhando em seus olhos vazios.— você saiu e o sol nem tinha aparecido ainda, você demorou para voltar no mínimo umas cinco horas.

minha mente fala para eu mentir, mas meu coração pede para eu falar a verdade, ele ficaria feliz por eu ter falado a verdade?

— estou perguntando isso porque estou preocupado.. - ele levou sua mão até meu rosto acariciando o mesmo e eu tremo um pouco com seu toque. ele coloca uma mecha de cabelo meu atrás da orelha e me olha.— não se desvie do caminho certo, querida. o caminho certo para você é ao meu lado, você é minha filha e eu te protejo, você acha que outra pessoa vai te proteger?.. ninguém te nota a não ser eu.. - ele beija minha testa e depois se afasta indo em direção a porta.

ele para antes de abrir a porta e me olha, dá um curto sorriso e abre a porta indo embora depois de fechar a mesma.

assim que ele sai eu me permito chorar em silêncio, eu ainda estou sentindo seu toque em mim e isso me deixa apavorada, o toque dele não é com outras intenções eu sei disso, mas eu não estou acostumada com toque físico com ele. e então quando eu tenho um mínino de atenção uma faísca acende em mim, uma faísca que deseja receber mais atenção.

mas ao mesmo tempo que ele estava me dando carinho ele estava me ameaçando, ele não sabe sobre Rick, mas deve desconfiar de outra coisa.

e meu lugar não é com ele, meu lugar era pra ser com o meu pai de verdade, esse que acabou de sair é uma versão completamente diferente do meu pai. e eu nunca vou dar ouvidos a uma cópia do meu pai.

Mary entra no quarto e me vê sentada na cama olhando para o nada, ela se aproxima e se senta ao meu lado.

meus olhos estão vermelhos de tanto chorar, chorei de ódio porque apesar de tudo ele não vai mudar.. eu não tenho certeza se ele vai mudar, e se ele decidir mudar provavelmente vai ser tarde demais.

— você vai me contar por que está assim?

— não, eu não vou.

— você sabe que pode confiar em mim, Sarah..

sim, eu sei disso. mas não consigo colocar para fora oque eu sinto, eu prefiro guardar para mim mesma.

ela suspira e levanta da cama. — você é tão egoísta.. - ela vai em direção a porta e vai embora.

" egoísta"

cravo minhas unhas nas minhas mãos apertando forte, eu sinto dor e ela vai aumentando, chega um momento em que a dor para, mas eu quero sentir mais então continuo apertando mais forte.

mas a dor não vem mais. com raiva eu não consigo me controlar e aperto cada vez mais forte mesmo não sentindo mais dor.

quando abro as minhas mãos vejo sangue, minhas mãos estão tremendo. sorrio vendo o sangue e chego até a rir, e eu não sei porque estou rindo mas isso chega a ser tão doido que eu não consigo parar de rir.

alguém abre a porta mas eu não tenho a mínima vontade de saber quem é.

— Sarah...

uma voz familiar me chama, é Mary, com muita dificuldade me viro para ela, ela olha para as minhas mãos assustada. — oque você fez?..

sorrio sem saber oque dizer e dou de ombros.

minutos depois ela me levou até o banheiro, ela sabe que o ferimento não é tão grave assim, então ela lava minhas mãos.

estou perdida em meus pensamentos e não noto oque ela faz depois, só noto que agora ela está colocando uma faixa nas minhas mãos.

depois que terminou ela me olha, e eu entendo esse olhar dela.

— não me olhe assim.

— assim como?

— com pena, eu odeio isso. - saio do banheiro indo para a minha cama, mas vejo que as cobertas estão cheias de sangue.

— pode dormir na minha se quiser..

isso é tudo oque ela faz, depois escuto a porta se abrindo e fechando depois.









𝐖𝐨𝐫𝐥𝐝 𝐎𝐟 𝐂𝐡𝐚𝐨𝐬 | ❝ Carl Grimes.Onde histórias criam vida. Descubra agora