essa semana foi muito estranha, Mary não contou para o nosso pai sobre ter me encontrado com a mão sangrando. mas ela não falou comigo desde aquele dia, ela apenas me dá bom dia e as vezes some o dia inteiro.
tentei falar com ela algumas vezes mas parece que ela está sempre em alerta e com medo. outro dia eu perguntei pra ela o porque ela não está falando comigo.
— eu não quero sentir aquela dor de novo..
isso foi oque ela disse, e foi só quando ela falou isso que eu me lembrei de uma coisa. a mãe dela se matou e ela ficou sozinha. eu não soube oque fazer, eu apenas abracei ela e ela ficou chorando, eu prometi pra ela que não faria isso novamente e ela me desculpou.
nossa relação ficou um pouco estranha mas depois foi melhorando de novo.
Rick e eu concordamos em se encontrar de novo no mesmo local depois de uma semana.
e aqui estou eu, indo para o mesmo mercado e depois de uma semana.
vejo que tem um carro bem na frente do mercado, então eles já devem ter chegado. passo pela entrada do mercado entrando nele, fico confusa por não ver o Rick, mas quando olho para a esquerda vejo um menino pegando algumas coisas das prateleiras.
— finalmente chegou. - ele deu uma olhada por cima do ombro e voltou a pegar coisas da prateleira.
ele usava uma camisa xadrez azul, e tinha o chapéu de cowboy que antes era Rick que usava, e uma faixa no olho. fiquei em silêncio porque não tinha e não sabia oque falar, ele terminou de pegar as coisas e colocou em uma mochila, ele se virou para mim e de repente parou, ficou me olhando por um tempo.
não sei como reagir a isso, de alguma forma eu me sinto bem com isso, ele não me olha como os homens do meu pai me olham, ele olha de um jeito diferente.
não sei se ele está me achando bonita ou se perguntando de qual zoológico eu vim, eu apenas o encaro de volta. ele pisca algumas vezes parecendo sair do seu transe.
— estamos com alguns problemas em Hilltop, meu pai teve que ir lá urgentemente então eu tive que substituir o lugar dele.
— oque aconteceu?
ele parecia entediado antes, mas agora ficou mais relaxado.
— Maggie estava sentindo algumas dores, então levaram ela para Hilltop.
— ah sim.. e Rick não te mandou falar alguma coisa para mim?
ele olha para o nada e parece pensar um pouco e depois me olha de novo. — sim, ele disse pra você tomar cuidado, provavelmente vão começar a te vigiar agora. uma hora ou outra alguém vai notar que tem algo de errado, e você provavelmente vai ser o alvo principal.
engulo em seco digerindo as palavras, ele falou com tanta facilidade mas isso me deixa apavorada.
— a propósito, meu nome é Carl.
ele tem uma cara de como se quisesse que eu falasse o meu nome também.
— meu nome é Sarah.
— é bom te conhecer, espero que possamos ser amigos. - e então ele sorriu, foi um sorriso tão sincero, acho que eu nunca vi isso antes.
— é bom te conhecer também, e também espero que sejamos amigos.
ele assentiu com a cabeça e sorriu.
— eu tenho que ir agora..
— ah, tudo bem.
— até outro dia, rubio.
e então ele passa por mim e vai embora. Fico alí parada olhando para o nada tentando digerir tudo, a conversa nem foi tão longa e boa mas ter ele alí já foi uma sensação.. muito boa. só agora percebi que ele me chamou de alguma coisa, e parecia ser em outra língua.
Rubio.
oque isso significa?
dou de ombros e me viro para ir embora, a carro já não está mais do lado de fora, sigo o meu caminho para casa, não ficava muito longe, eu poderia pedir um carro ao meu pai, mas ele ia desconfiar muito e sempre ia mandar alguém pra ficar de olho em mim.
no meio do caminho escuto um barulho.. barulho de carro. quando me viro para trás vejo o mesmo carro que vi mais cedo em frente ao mercado, arregalo os olhos e fico parada enquanto o carro se aproximava.
ele parou em uma distância razoável, me aproximo da janela onde fica o assento de motorista, ele abaixa a janela, me olha e sorri.
não gosto nada do arrepio que estou sentindo agora. ignoro e dou um curto sorriso.
— rubio. precisa de carona?
— você é louco? meu pai te mata se te ver.
— vou te deixar bem perto de lá, conheço os caminhos e ninguém vai me ver.
— parece um sequestro.
— e se for? - ele riu notando minha cara de confusa, rio também e dou a volta pelo carro e abro a porta me sentando no assento ao seu lado.
ele dá partida no carro em direção a um caminho que eu não conhecia.
— Carl. - chamo o seu nome e ele vira a cabeça de olhando por um instante e depois se vira para frente de novo. — oque significa rubio?
ele parece ter perdido um pouco o rumo e tossiu algumas vezes como se estivesse desacreditado que realmente me chamou de rubio.
— você está bem?..
— sim, sim. - ele conseguiu se controlar. — hm, sem conversas enquanto estou dirigindo, por favor, você não quer morrer né?
arqueio as sobrancelhas e assinto com a cabeça.
se minha mãe estivesse aqui ela me mataria se soubesse que eu aceitei carona de uma pessoa que eu conheci a uns 30 minutos atrás..
mas bem, ela não está aqui.
viro minha cabeça para a janela e tudo oque eu consigo ver é árvores passando como um borrão e alguns estabelecimentos totalmentes destruídos. sinto o olhar de Carl em mim algumas vezes mas continuo olhando pela janela.
percebo que ele está diminuindo a velocidade e chega um momento em que ele para.
— aqui é o limite que posso ir.
finalmente olho para ele, ele não está me olhando, está olhando para frente.
assinto e abro a porta do carro e saio, fecho a mesma e depois olho para ele que agora está me olhando também.
— obrigada, se não fosse por você eu provavelmente iria chegar bem tarde..
ele sorriu e deu uma leve concordância com a cabeça como se estivesse falando "de nada"
— preciso ir agora, mas foi bom te conhecer, rubio. - ele termina a última palavra com outro sotaque. está se preparando para ir embora.
— vai me dizer oque significa rubio??
ele riu mas não estava mais me olhando, deu partida no carro e segundos depois já estava indo embora, fico vendo o carro se afastando e noto sua mão do lado de fora da janela me dando "tchau"
sorrio vendo o gesto mas logo me lembro que devo ir para casa, viro a esquerda que é onde fica minha casa.
eu não considero minha casa por que não me sinto em casa, mas é onde eu durmo e como, talvez eu encontre um dia minha verdadeira casa.
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𝐖𝐨𝐫𝐥𝐝 𝐎𝐟 𝐂𝐡𝐚𝐨𝐬 | ❝ Carl Grimes.
Romance{ sendo reescrita } 𝐖𝐨𝐫𝐥𝐝 𝐎𝐟 𝐂𝐡𝐚𝐨𝐬 | ❝ Sarah se vê perdida entre ajudar Rick e a ajudar seu pai. Rick salvou a vida de Sarah no começo de tudo, ela tinha muito a agradecer a ele. e seu pai nunca deu atenção a garota, mas devido a esses p...