— Eu posso explicar, Mia! Por favor, me escuta?
— Não.
— Mia... Olha... só me escuta? — Jason segura o meu braço, porém eu puxo de volta e, sem pensar nem por um segundo, dou um soco bem no seu rosto, um soco que o fez se virar. — Au! — Estava sangrando, mas era gratificante assisti-lo sofrer com a mão no rosto. — Eu mereci, eu sei que mereci, mas agora me escuta.
Não posso escuta-lo agora, eu iria acabar dando-lhe outro soco.
— Você pode me bater de novo se quiser, em qualquer lugar, eu não me importo, mas por favor, me escuta!
— Bem que você merece, Jason. — digo antes de dar-lhe as costas.
Não quero escutar a sua versão, e nem saber porquê ele fez isso.
[···]
O dia amanheceu como todos os outros, porém, tudo sendo acompanhado com desânimo e ódio.
— Oi pai, oi mãe — digo sem ânimo, sentando-me na mesa junto a eles.
— Filha, sabemos que não é o momento, mas... precisamos ter essa conversa com você. — Morgana enuncia com uma voz calma e triste.
— O que tem de tão urgente? — eu pergunto.
— Sei que é muito apegada aos seus avós, e... não sabemos como dizer isso...
— Poderia ser mais direta? — perguntei impaciente.
— Seus avós não estão muito bem. — Heitor disse por fim.
Não compreender de imediato não é comum quando de trata de mim, porém, a dor veio antes que qualquer compreensão.
— Doente quanto? — Ouço a minha voz falhar.
— Não muito... — Sinto mentira na sua expressão e em todo o seu jeito de explicar.
— Então — enxugo as lágrimas que insistiam em cair — eu vou arrumar as minhas malas!
— Filha, — Heitor chamou-me, rígido — agora não! Seus avós estão muito bem acompanhados por dois médicos e sua tia!
— Estive a minha vida inteira com os meus avós, então não é justo que comecem a dar ordens do tipo logo agora!
— Mia — Morgana levanta-se autoritária — Você ficará aqui! E se caso preciso for, irá até os seus avós. Por enquanto este assunto está encerrado! — E então ela nos deixa, saindo da sala logo depois de dar a última palavra.
— Acalme-se, quando as suas provas acabarem você estará lá! — Heitor diz calmo enquanto limpava a sua boca com um paninho e deixando a mesa.
— Ok... — respondo num tom quase inaudível.
Relaxei o meu corpo sobre a cadeira de novo e me permiti chorar.
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À Procura de um Clichê
Romance•𝐴 𝑃𝑟𝑜𝑐𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝐶𝑙𝑖𝑐ℎ𝑒̂• 𝑀𝑖𝑎 é apaixonada pela literatura, e como uma boa amante dos livros, procura sempre comparar a sua vida com a das pessoas fictícias. Depois de tantas desilusões sobre a vida real e tantas ilusões com a...