caso não tenha notado

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— Mamãe!? - os olhos de Sirena se encheram d'água ao ver os pais entrarem na sala onde estava "descansando" fazia menos de dois dias

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— Mamãe!? - os olhos de Sirena se encheram d'água ao ver os pais entrarem na sala onde estava "descansando" fazia menos de dois dias. — Eu sabia que você ia vir!

O olhar do pai era de desgosto, o da mãe, era de pena e talvez culpa. Eu quis rir de tudo aquilo.

— Meu amor, minha princesa... - a mulher correu para abraça-la. — Eles te machucaram, Sirena? Diga para a mamãe, eu juro que eu mesma vou mata-los com as minhas próprias mãos. Me diga, filha.

— Eu quero ir pra casa... - Sirena disse manhosa e eu vi claramente seu fingimento escancarado. — Por favor, mamãe, eu quero ir pra casa, eu juro que vou me comportar e nunca mais fazer nada de errado! Eu juro. - ela olhou para o pai enquanto uma lagrima solitária escorria em seu rosto pálido. —Eu juro, papai

  Aquela foi sua cartada final. O homem também se aproximou e ajudou a esposa a soltar as cordas em seus braços e pernas. Sirena os abraçou por um longo tempo e quando finalmente soltou, o pai secou suas lágrimas delicadamente com a palma das mãos.

— Pare de chorar, minha bonequinha, papai está aqui. - sua voz era tão doce que até eu me senti amado

Sirena era uma menina mimada, e os dois culpados por isso estavam na minha frente. Ver a forma como a tratavam, como uma maldita bonequinha de cristal, me deixou com certo medo de que descumprissem o nosso acordo, mas eles não seriam capazes. Muitas coisas estavam em jogo, ninguém em sã consciência, abriria mão da paz apenas para fazer os desejos de uma menina mimada e que havia causado mais dor de cabeça que todas as máfias inimigas juntas.

— Theodore  - Odessa olhou dura para o marido e no mesmo instante eu soube quem mandava naquela relação. — Eu quero levar minha filha pra casa. Agora.

- Odes-

— Esqueça esse maldito acordo, ela é minha filha! Nossa filha! - exclamou enfurecida. — Olhe o estado que nossa menina está! 

— O que está acontecendo? - Sirena perguntou assustada. — Que acordo mamãe? - ela se virou para a mãe. — Por que não podemos ir pra casa logo? eu estou cansada, quero dormir... Não vão me mandar para outro convento, vão? Eu juro que vou me comportar! Eu vou ficar em casa e a senhora vai pentear meus cabelos todas as noites.

— Se tivesse apenas nos obedecido, as coisas não teriam que ser assim... - Theodore disse abaixando o olhar. 

— Do que estão falando? - ela riu forçado. — Eu não quero ficar nesse lugar por nem mais um minuto! Vamos para casa e fazer uma festa para comemorar meu retorno.

Sinto muito por interromper o reencontro familiar - eu forcei a garganta em uma tosse exagerada — Mas o tempo de vocês acabou. 

— O que você esta fazendo aqui? - foi Sirena quem perguntou, era óbvio o desdém em sua voz. 

— Sirena, não fale assim... - pediu o seu pai em um tom que não era nem de longe uma repreensão.

  Eu estava tentando entender como duas pessoas tão poderosas, podiam agir daquela forma. Principalmente Odessa, ela era famosa entre todas as máfias por suas atrocidades, ninguém era louco o suficiente para bater de frente com ela, mas lá estava ela, prestes a descobrir um trato que mais beneficiária a máfia grega do que a Camorra.

— Papai eu não gosto dele... - outra vez ela usou um tom fofo demais, enquanto fazia uma expressão triste e chateada.

-— Muito menos eu. - ouvi Odessa dizer me lançando um olhar de nojo, eu sorri em resposta.

  Ela não podia fazer nada comigo naquele momento. Sua tão amada e preciosa filha estava em minhas mãos, eles não tinham opção a não ser colaborar com a nossa família.

— Podemos renegociar. - Odessa disse de repente. — Existem muitas mulheres da nossa família dispostas a esse tipo de coisas, todas jovens, bonitas e de boa família. Tenho certeza que uma delas vai te agradar. Posso te dar qualquer uma, menos a minha filha.

— Do que estão falando?! - perguntou Sirena exasperada.

— A única que eu quero esta aqui. - respondi a mulher, ignorando a mais jovem que olhava confusa para os pais.

— Você não vai tê-la. - ela sorriu assustadoramente e eu saquei minha arma apontando para Sirena.

— Se quiser que ela continue viva, é melhor colaborar. - ameacei e sorri de lado ao ver a menina correr para trás do pai.

— Você não pode mata-la! - exclamou Theodore — Isso é uma declaração de guerra.

— Declaração de guerra é mandar sua filha querida para o meu território sem aviso prévio. - retruquei. — Só isso é o suficiente para que eu dê um tiro no meio da testa dela. Já conversamos sobre isso, achei que fossem pessoas de palavras.

— Quando for pai vai entender, garoto - Theodor exclamou e eu quase senti pena dele.

— Talvez, quando sua filha me der filhos, nunca se sabe. - dei de ombros não perdendo a oportunidade de brincar. — Agora, Sirena, se quiser continuar viva, venha pra cá.

— Mamãe... - ela olhou chorosa para Odessa que estava com fogo nos olhos.

— Vá. - a mulher ordenou e eu vi a expressão de Sirena mudar drasticamente.

— Isso é sério?!

— Vá, Sirena - Odessa repetiu desviando o olhar da filha. — Agora!

  Sem entender nada, Sirena veio até mim e eu a puxei pelo braço para fora da salinha.

— O que está acontecendo? - perguntou com a voz chorosa e eu revirei os olhos.

— Se ainda não entendeu, bonequinha, vou tentar deixar o mais claro possível pra você entender. - a puxei de uma vez, deixando de frente pra mim. Ela estava ofegante e seus olhos castanhos cheios de lágrimas. — Você acabou de ser descartada pela máfia grega.

— O que...?

— Você vai se tornar minha esposa, em troca da paz entre as duas famílias.

— Isso é mentira! - exclamou e tentou se soltar. — Você está mentindo, seu idiota! - ela esperneava tentando se soltar e se eu não fosse forte, ela teria conseguido. — Isso é mentira. Você é um mentiroso de merda. Meus pais jamais deixariam isso acontecer comigo, Jackson não deixaria isso acontecer comigo!

— Eles acabaram de deixar, caso não tenha notado. - falei lhe mostrando o quanto eu estava irritado — Agora fique quieta antes que eu perca toda a porra minha paciência, garota! 

— Me solta! - exclamou outra vez. 

Suspirei a segurando pela cintura e a jogando por cima do meu ombro. Ela continuava a mexer as pernas e bater em minhas costas com as mãos, me surpreendendo com o quão forte era, mas eu seguia firme com a visão de sua bela bunda. 

SIRENA || DREAMEOnde histórias criam vida. Descubra agora