◇ Capítulo 20 ◇

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P.O.V  Dean

SÁBADO, JUNHO 4, 2011

A brisa de verão provoca meu cabelo, acariciando como os dedos ágeis de um amante.

Meu amante.

Cass.

Acordo de repente, confuso.

O quarto está envolto em trevas, e além de mim Cass dorme,
sua respiração suave e uniforme.

Sustento-me sobre um cotovelo correndo a mão pelo meu cabelo, com a estranha sensação de que alguém acabou de fazer exatamente isso.

Olho ao redor do quarto, olhando para os cantos sombrios, mas Cass e eu estamos sozinhos.

Estranho.

Podia jurar que alguém estava aqui.

Alguém me tocou.

Foi apenas um sonho.

Afasto o pensamento perturbador e verifico as horas.

Já passa das 4:30h da manhã.

Quando volto a deitar em meu travesseiro, Cass murmura uma palavra incoerente e vira o rosto para mim, ainda dormindo.

Tão sereno e bonito.

Fico olhando para o teto, a luz intermitente do alarme de fumaça me provocando mais uma vez.

Não tivemos nenhum contrato.

Cass ainda está aqui.

Ao meu lado.

O que isso significa?

Como vou lidar com ele?

Será que ele vai acatar minhas regras?

Preciso saber que ele está seguro.

Esfrego o rosto.

Esse é um território desconhecido para mim; está fora do meu controle, e é inquietante.

Leila aparece em minha mente.

Merda.

Minha mente desperta: Leila, trabalho, Cass... e sei que não vou voltar a dormir.

Levantando, visto uma calça do pijama, fechando a porta do quarto, vou para a sala tocar meu piano.

Chopin me consola; as notas sombrias coincidem com meu estado de espírito e reproduzo-as
mais e mais.

Um pequeno movimento passa em meus olhos chamando minha a atenção, e olhando para cima, vejo que é Cass vindo em minha direção, seus passos hesitantes.

--- Você deveria estar dormindo. --- murmuro, mas continuo tocando.

--- Você também. --- ele retruca.

Seu rosto é firme e determinado, mas ele parece pequeno e vulnerável vestido apenas com meu
roupão de banho gigante.

Escondo o meu sorriso.

--- Está me repreendendo, Sr. Novak?

--- Estou sim, Sr. Winchester.

--- Bem, não consigo dormir.

Tenho muitos pensamentos em minha mente, e prefiro que ele volte para a cama e durma.

Ele deveria estar cansado por ontem.

Ele ignora o meu humor e se senta ao meu lado no bancodo piano, inclinando a cabeça no meu ombro.

É um gesto tão terno e íntimo que por um momento esqueço as notas do prelúdio, mas continuo a tocar, sentindo-me em paz, porque ele está comigo.

◇100 tons de Destiel pelos olhos de Dean◇ Onde histórias criam vida. Descubra agora