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Paris não era uma cidade que Katsuki alguma vez teve vontade de visitar, claro, a cidade é legal, a torre eiffel, o louvre, a catedral de notre-dame, croissants, macarons e os vinhos, era tudo incrível, mas nunca foi um lugar que o loiro desejou viajar.

Ele preferia estar em Londres, onde o frio era tanto que deixava seu nariz vermelho, ele poderia visitar os enormes museus e aproveitar a calmaria do lugar olhando algumas obras que sempre desejou ver de perto e finalmente provaria o verdadeiro chá inglês, ainda que fosse uma pessoa de café.

Mas aqui estava ele, na cidade do amor.

Onde em cada esquina têm casais que na opinião dele, não vão durar muito tempo, mas quem é ele para estragar a ilusão dos outros, certo?

Então, enquanto o loiro andava pelas ruas de Paris, ele decidiu parar em um jardim, algumas pessoas estavam ali também, casais, famílias, amigos e até alguns sozinhos.

Katsuki se encaixava no último grupo citado, caminhou pelo jardim calmamente, a música que escutava nos airpods era quase silenciada pelas gargalhadas das crianças, o som de instrumentos clássicos tocando de alguma parte do jardim, conversas das outras pessoas e o canto dos pássaros.

Tirando a jaqueta jeans preta, Katsuki a colocou na grama e deitou em cima dela, do seu lado, ele encontrou um trevo de quatro folhas, Katsuki não acredita em sorte, nem destino, nem amor, isso tudo é apenas uma grande treta na sua opinião, foi algo que humanos criaram para se entreterem, eles precisavam de algo para acreditar, para justificar.

"Eu fiz isso pelo amor" "Isso foi destino" "Ele venceu por sorte."

Humanos precisam disso, de algo para agarrar.

Algo não poderia acontecer só porque sim, tinha que haver algo. Uma justificação.

Katsuki deitou a cabeça na grama, um dos braços fazendo de apoio para sua nuca e o outro estendido no ar, olhando fixamente para o trevo, imaginando quantas pessoas morreriam de inveja por uma simples planta.

Ele sentiu que alguém se sentava perto de si, não realmente perto, talvez estavam a doze metros de distância, o estranho provavelmente havia se sentado em baixo da árvore ali perto.

Sentiu que alguém o olhava, observava cada gesto que fazia, cada respirada, cada piscada que ele dava. Estava começando a o deixar desconfortável.

Olhou de relance para o lado, estava certo, a pessoa era um homem de cabelos verdes, ombros largos e... aquilo eram cicatrizes em suas mãos? Mãos estas que seguravam um caderno e um lápis de carvão, próprio para desenho, Katsuki reconhecia aquela marca de lápis, sua mãe usava um igual. O homem devia ser um artista, e isso despertou uma curiosidade dentro de si.

Percebeu que talvez estava encarando demais já que o homem batia na grama do seu lado, indicando para poder se sentar do seu lado. Ele aceitou e levantou, pegando na jaqueta e caminhando até à árvore.

Katsuki viu como o homem tinha as bochechas coradas, e se não tivesse uma vista tão certeira com certeza as inúmeras estrelas em seu rosto passariam despercebidas, oh, e que estrelas tão lindas, Katsuki tem certeza que se olhasse mais de perto encontraria alguma constelação.

O homem desenhava algo no caderno rapidamente, o barulho do carvão roçando o papel era o único som entre os dois, enquanto o loiro sentava do lado do artista atraente.

"Parlez-vous fench?" (você fala francês?) O estranho falou, Katsuki não entendeu, o homem deve ter percebido como o loiro o olhou surpreso. Mas o que o estranho não precisa saber é que Katsuki estava surpreso com o quão bonita a voz do outro era, e não pela pergunta repentina.

MON CHÉRI (dkbk) Onde histórias criam vida. Descubra agora