CINQ

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Katsuki não sabe porque está aqui. Era o aniversário de uma amiga de infância de seus pais e ele teria que vir, porque, ao que parece, a mulher o pegou no colo quando era criança. Uma merda.

Musatafu não era tão longe de Tokyo, ainda assim quando ele entrou na casa da amiga de seus pais, Katsuki sentiu que aquilo só poderia ser um sonho.

Não. Não era ele. Não podia ser. Qual a chance?

Mas aquela voz- Merda. Ele lembra perfeitamente dela.

A voz vinha de um andar de cima, era um simples "estou indo." quando sua mãe o mandou descer.

E depois de um ano e cinco meses. Vermelho encontrou verde. Não trouxe conforto ou felicidade como das outras vezes. Era algo melancólico, triste até.

“Iz..uku.” ele sussurrou, e o mais alto assentiu desconfortável.

“Ah” sua mãe disse alegre, batendo as palmas, “Vocês lembram um do outro afinal!”

Ele lembra...?

Katsuki olhou em volta, ele lembrava daquela casa. Tudo bem, já haviam passado vinte e dois anos desde que esteve aqui,   mas ele lembrava.

Izuku.

Ele lembra de Izuku. Não o Izuku de França que lhe desenhava e beijava seus lábios.

Mas o Izuku de cinco anos. O Izuku que sempre se machucava e Katsuki tinha que lhe dar um beijo na bochecha para ele parar de chorar e a ferida "sarar".

O Izuku que adorava filmes de ação e que  afirmava que seu herói era Katsuki.

Seus lábios ressecaram, e ele olhou em volta novamente, Izuku não estava ali.

Havia um lugar. Um único que lugar que vinha em sua mente que Izuku sempre ficava quando eles brigavam.

A casa de madeira que seus pais construíram pra eles.

“Uhm. Licença.” ele falou e correu até às traseiras da casa.

E lá estava. Era uma surpresa a casa ainda estar intacta, pra falar a verdade.

Se agachando na frente da porta que tinha pouco mais que metade do seu tamanho,  ele deu dois toques nela. “Deku..?”

Ninguém respondeu. Mas o cheiro de perfume masculino e tabaco veio em suas narinas, e ele sabia perfeitamente a quem pertencia.

Por isso ele abriu, encontrando com um Izuku sentado no chão, com os joelhos encostados no peito e uma das mãos acendendo e apagando um isqueiro.

“Está pensando em pegar fogo à casa?”

Izuku assentiu, sem olhar pra ele.

Katsuki engatinhou até à sua frente.“Precisamos conversar.” Ele pediu e seu coração doeu quando escutou Izuku rir em escárnio.

“Não precisamos.”

Ele ignorou, “Por que você me bloqueou?”

“Por que mentiu para mim?” Sua voz aumentou com raiva. “Hem? Katsuki Kirishima é o caralho. Deve ter mentido sobre tudo o resto também, ne?” Ele suspirou, “Porque não éramos nada. Um lance. Um momento. É isso que nós fomos, Katsuki. Um passado.”

Katsuki negou em desespero, ele tentava segurar as mãos cicatrizadas para o acalmar, “Não! nãonãonãonãonão, Izuku. Você foi, é, tudo pra mim. A melhor coisa que me aconteceu. Por favor. Por favor, eu estou te implorando, me escuta.”

“Para. Para de mentir que merda.”

Ele notou como as íris verdes eram inundadas com lágrimas que ele causou. Katsuki causou essa dor e ele se odeia por isso.

Suas mãos seguraram o rosto de Izuku firmemente, o forçando a encontrar com um carmesim que ele tem evitado fazia mais de um ano.

“Je t’aime,” ele começou, e olhos verdes se arregalaram, “j’aime plus que tout, je l’ai toujours fait et je vais toujours le faire.”(Eu te amo. Eu te amo mais do que tudo, eu sempre o fiz e eu sempre vou.)

“Ka-

“Shh, deixa eu terminar, hm? Me perdoa por ter mentido, eu estava com medo que você me tratasse diferente por isso.” ele suspirou, “Mas tudo o que vivemos, sem exceções, tudo isso foi real. Agora, eu sei que sou terrível com palavras, mas, mas eu quero que você saiba que eu te amo. Eu te amo com todo essa merda de coração fudido pra caralho.”

As bochechas de Izuku estavam coradas e Katsuki riu com isso.

“Eu poderia escutar somente isso pra sempre.” seu braço se ergueu e então, seu dedão fez um carinho na maçã do rosto de Katsuki, “Me desculpa também, por não ter deixado você se explicar.”

“Nn. Você tinha o direito de ficar com raiva.”

Izuku sorriu, o rosto se inclinando cada vez mais ao seu. Katsuki sentiu uma onda de choque quando seus lábios roçaram, “Eu posso te beijar?” ele sussurrou.

“Você deve.” Foi o que ele disse de volta antes de Izuku tomar posse de seus lábios.

“Não fuja de mim. Nunca mais.” ele implorou, depois que se separaram, e Katsuki selou seus lábios antes de responder.

“Não vou.”

“Eu vou pra Tokyo. Seus pais me ofereceram trabalho.”

Katsuki se separou chocando, olhando para um Izuku sorrindo bobo. “Assim? De repente?”

“Não foi de repente, já fazem alguns meses já.” Eles se beijaram, “Eu vou poder ter uma desculpa pra desenhar meu modelo favorito, chéri.”

Katsuki riu, “Você é um idiota.”

“Você me ama.”

“Eu amo.”

“Pour toujours vôtre” (Pra sempre seu)

“Pour toujours.” (Pra sempre)

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Cabôôô

O

fim deles eu deixo na imaginação de vocês.

Eles podem ter voltado pra Paris ou decidido morar juntos em Tokyo, quem sabe até decidiram viajar pelo mundo.

Espero que tenham gostado :))

MON CHÉRI (dkbk) Onde histórias criam vida. Descubra agora