Second: Fear, love and forgiveness.

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“Aime-moi dans la neige

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Aime-moi dans la neige

Aime-moi sous le soleil
Aime-moi la peau beige
Dans les fleurs de vermeilles"

17 de abril de 1993.
Monte Carlo, Principado de Mônaco, Europa.

Olímpia chorava copiosamente, sem temer, apenas deixava as lágrimas caírem soltas. Aquele não era o melhor momento, de forma alguma, seu casamento estava indo bem, sua carreira decolando e uma enxurrada de pessoas desejavam-a no trabalho, esse definitivamente não era o momento propício. Sentada no chão do banheiro frio sozinha, ela teve um lapso de consciência e lembrou que seu marido ia chegar em breve.

Ayrton estava voltando para casa depois de um grande prêmio em que se sagrou campeão, nada de novo em sua história. Olímpia não queria que ele visse-a daquele jeito, preocupar o marido nunca era uma boa ideia, deixar transparecer qualquer sentimento que não é habitual sempre acabava  dando errado e ele sempre percebia. Claro que não deixava-a quieta enquanto não descobrisse o motivo de sua tristeza.

A atriz cessou o choro na mesma hora, mesmo com uma vontade absurda de se debulhar ainda mais em lágrimas se conteve. Tentou desinchar seus olhos com água mas não funcionou, precisou apelar para a maquiagem. Não demorou muito, ela cobriu as olheiras e tentou sumir com qualquer vestígio de choro, Olímpia era uma atriz, uma ótima atriz, poderia tentar atuar hoje.

Quando ouviu a porta de casa abrir um calafrio percorreu todo o seu corpo, ela rapidamente jogou as fitas de plástico no lixo e saiu do banheiro muito apressada. Apenas seja a boa atriz que você é, ela pensou. Colocando um sorriso lindo nos lábios, a loira andou até seu marido que tinha uma feição cansada, mas feliz. Ayrton pegou-a pela cintura e encheu seu rosto de beijos.

— Senti saudades, loirinha — o paulista revelou sorridente.

— Senti mais ainda, meu amor. Como você está?

A carioca tentava soar natural, fingir que nada estava acontecendo, ela era boa nisso, mentia muito bem e estava na hora de usufruir desse talento especial. Após corresponder o beijo do marido, Olímpia o puxou para o sofá enorme que tinham na sala e lá ficaram.

— Estou extremamente exausto, me perdoa por não te levar pra jantar hoje, Olímpia, eu não vou conseguir, querida — disse Ayrton.

— Não se preocupe, arrumamos uma nova data, não tenho pressa, amor — sussurrou Olímpia com sua voz embargada.

— Preciso de um banho, me acompanha?

— Hoje não, Beco, quer assistir um filme depois do banho?

— Hm, pode ser.

Ayrton percebeu que Olímpia estava diferente, geralmente sua esposa não usava maquiagem em casa, obviamente não iria questionar seus motivos, não cabia a ele, longe disso, sabia que a atriz era linda e arrumada ficava mais ainda. Olímpia levantou-se do sofá primeiro, Ayrton foi logo atrás, cada um seguiu para um canto diferente da casa. Enquanto Ioannou corria para sofrer na cozinha, Ayrton ia relaxar no banheiro.

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