Dor. Tudo doía imensamente, Bakugou não conseguia se mover. Seus membros estavam rígidos como pedra, sua cabeça latejava de forma agoniante, não conseguia abrir os olhos, e por algum tempo, apenas respirava fundo.
Não entendia como pôde ser tão irresponsável, lembrava-se vagamente de estar dirigindo em uma alta velocidade quando a pista escorregadia o ajudou a perder o controle. Ele geme em frustração e se agita mais uma vez, por mais que todo o tronco rangesse e paralisasse como se nada pudesse ser feito sem uma boa quantidade de agonia.
Preciso levantar, não importa onde estou, Ochako deve estar preocupada, Mieko assustada, e minhas responsabilidades atrasadas significativamente.
Apesar dos pensamentos notórios sobre as dezenas de coisas que chegavam à consciência de Katsuki, nada podia ser feito, seu corpo não respondia como deveria e a exaustão era palpável, como se não dormisse por séculos, como se não se movesse por décadas.
Tentou mexer alguns dedos e sentiu alívio quando seu indicador se ergue com dificuldade, cada articulação de seu corpo se mostrava resistente, como se há muito tempo não as usasse, suas pernas formigavam de maneira infernal diante a tentativa inútil de dobrá-las, o esforço que sempre fora algo corriqueiro, se comparava aos jogos olímpicos naquele tórrido momento.
Abriu os olhos piscando freneticamente, tentando ajustar a visão um tanto embaçada com as luzes amenas do quarto em que se encontrava. As paredes de um tom bege eram confortantes e impessoais ao mesmo tempo, traziam a sensação de calma, mas também de apatia; uma cadeira em frente a cama estava visível para seu campo limitado de visão, não conseguia mover a cabeça muito para o lado, mas perifericamente reconhecera uma cômoda com um pequeno abajur brega à direita.
Tudo aquilo só o deixava mais confuso, queria entender onde estava, pois não parecia em nada um hospital, não havia aparelhos ligados em si – não que pudesse sentir o corpo inteiro até o momento para notar a sonda abaixo dos quadris – com exceção do tubo em seu nariz que já era óbvio e incômodo, como se ele estivesse apenas dormindo por tempo demais para que se alimentasse adequadamente. Quanto tempo permaneceu adormecido para que sentisse ter sido atropelado por uma manada de elefantes? Não havia sinal de pertences pessoais da mulher ou da filha, elas não o acompanhavam?
Não deveria estar sozinho, ou pelo menos, não esperava estar logo após um acidente.
Inúmeros questionamentos tomaram conta de sua mente trazendo ondas maiores de dor de cabeça, elevou a mão um pouco testando os movimentos, era como se estivesse reaprendendo, seu braço estava magro apesar de não parecer desnutrido, sentia a garganta dolorida de um jeito estranho, queria apenas chamar por alguém, mas parecia abandonado, completamente desprovido de qualquer observação, como se ninguém esperasse que ele pudesse acordar.
Não que Bakugou Katsuki seja uma pessoa carente, apenas era irreal demais pensar que sofrera um acidente e não possuía nenhum suporte na recuperação.
Tentou erguer o corpo lentamente, mas a dor parecia se alastrar em seus ossos transformando-os em poeira. Voltou a recostar-se como estava na cama, gemendo um pouco mais alto apesar da voz extremamente rouca, houve uma movimentação na direção onde deduziu que seria a porta e um grito de susto foi ouvido plenamente, forçando-o a fechar os olhos com força pelas ondas de agonia que estremeceram seu cérebro. Katsuki com certeza não estava preparado para ouvir algo tão alto.
Mais algumas vozes foram ouvidas, todas urgentes e intrigadas pelo que o loiro podia decifrar, sentia-se a cada minuto mais impotente, mas desistira de tentar se mover demais, agora já tinha consciência que não iria triunfar nesta tarefa. A inanição o irritava, seu coração batia mais forte pela situação atípica e sabia que precisava saber o que houve, antes que o pânico o tomasse por completo.
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Despertando para o Amor || BakuDeku
FanficBakugou Katsuki era apenas mais um empresário fissurado pelo sucesso nos negócios, seu trabalho na maior empresa do país, Plus Ultra Tecnology, era seu maior orgulho, desde que era um mero estagiário. Agora como diretor executivo mal conseguia parar...