Chapter 2. 1959.

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Chapter 2.
1959.

Harry Potter

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Cabeça de abóbora

Eu:
Já estou na escola, Ronyyy
Não precisa passar em casa ;)
Bom dia

Cabeça de abóbora:
Cara...
Qual é o seu problema?
É 2019
Ainda são 7h da manhã
Sabe que nossas aulas só começam 8:30, não é?

Eu:
Gosto de chegar cedo
Você sabe

Cabeça de abóbora:
Você é mais estranho do que eu me lembrava
Vou voltar a dormir que eu ganho mais
Até mais tarde :D

Eu:
Até :)

Bloqueio meu celular e guardo no meu bolso. Olhando ao redor para ver se o corredor estava vazio. Confirmando isso, abri a grande porta dupla em minha frente, entrando no lugar desejado: o auditório.

Sorri largo ao ver todas aquelas cadeiras de cinema e o grande palco de madeira no fundo, descendo a inclinação com escadas do lugar — para facilitar a visão de todos do palco.

Deixei minha mochila em um canto qualquer e subi — em pé — em uma das várias cadeiras em fileiras do lugar, olhando o palco de longe.

"É... deve ser legal..." sorri melancólico, falando sozinho e imaginando como é estrelar uma peça. Ou, ainda melhor, um musical.

Vejo o grande cartaz em uma das paredes do anfiteatro anunciando que o musical deste ano será Grease e é como se a música viesse direto para minha cabeça, movimentando meu corpo sem nem pedir minha permissão.

"This car can be..." começo as falas, aproveitando que estou sozinho. "...Systematic..." pulo para a cadeira da frente, ainda em pé no estofado delas. "Hydromatic..." pulo para a cadeira do lado. "Automatic!" pulo para outra da frente. "Why can be greased lightning? (greased lightning)" faço meu próprio coro com uma voz diferente. Eu poderia rir de mim mesmo, patético, mas estou muito envolvido com a música.

Draco Malfoy

Minha casa é um completo tédio e eu odeio cada centímetro dela. O que me resta? Vir para escola cedo para não ter que aguentar minha família.

Andando pelos corredores enquanto fazia um tweet sobre algo idiota — que até rendia alguns likes — eu comecei a ouvir uma voz vindo de uma das portas. Era oficial: eu havia ficado louco. Parei de andar para poder ouvir melhor. Yeah... eu conheço essa voz.

Acabo sorrindo perversamente.

Reparando bem, percebo que a porta dupla do auditório não estava fechada corretamente e, se parasse para escutar direito, pode ouvir que a voz estava vindo de lá.

Empurrei a porta devagar, não poderia fazer barulho algum. Me encosto em uma das duas portas — a que estava fechada, já que abri só uma da dupla — e cruzo os braços, sorrindo e aproveitando a cena: Harry cantando e pulando de cadeira em cadeira de acordo com o ritmo da música.

Grease? | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora