Chapter 14. 2019.

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Chapter 14.
2019.

Tudo continuava escuro. Até que comecei a ouvir vozes, as mesmas vozes. Só que... mais longe e artificiais.

"We'll always be together
We'll always be together
We'll always be together..."

Percebi que meus olhos estavam fechados e os abri. A primeira coisa que chegou em minha visão foi a tela plana da minha televisão pendurada na parede, com John Travolta e Olívia Newton-John voando em um carro vermelho assim como o meu. Os créditos do filme começaram.

Meu sorriso se abriu e eu olhei em minha volta, sentindo o sofá de couro embaixo de mim. Minha casa não era muito limpa ou organizada, mas ainda sim era a casa em que eu até que gostava de estar.

Abri as mãos e olhei para meus dedos. Tateei meu corpo e senti a jaqueta do time com minha calça jeans preta um pouco apertada. Passei as mãos pelo meu cabelo e os fios estavam soltos e bagunçados, como eu sempre deixo. Meu sorriso aumentou e eu fechei os olhos. Eu tinha voltado para casa.

Olhei meu celular e eram poucas horas da tarde, uma quarta-feira, cuja foi o dia em que peguei no sono e fui parar em Grease. Enquanto os créditos subiam, eu criei uma teoria de que eu passei vários e vários dias preso nos anos 60, mas aqui em 2019... foi apenas a duração do filme.

Eu estava em 2019.

Em um impulso de felicidade, levantei do sofá em um pulo e fui direto para as escadas, subindo dois degraus de cada vez. Cheguei no quarto de Luna e abri a porta com força, a encontrando em sua escrivaninha, estudando em seu caderno de faculdade.

"Draco? Que porra é essa? Bate na porta antes de entrar." falou irritada.

"Luna!" virei o assento de sua cadeira e a abracei, me inclinando para ficar em sua altura. "Eu te amo! Eu te amo!" eu falei rápido.

"Você enlouqueceu?" ela questionou, mas senti seus braços devolvendo o abraço, apertando minhas costas, o que me fez sorrir com os olhos fechados.

"Acho que sim." admiti em uma risada. "Me desculpa... me desculpa por tudo que já te fiz e já te falei. Temos que... t-temos que ficar juntos. Temos superar esse lance de família, juntos."

"Eu..." suspirou. "Eu também te amo, Draco." senti seu sorriso, suas bochechas aumentando ao lado de meu pescoço. "Posso saber o que deu em você? Está chapado?"

"Senti saudade das gírias de hoje..." sussurrei, me esquecendo que minha boca está ao lado de seu ouvido.

"O quê? Tá bom... você realmente fumou um." ela riu.

[...]

"Theo!" sorri ao vê-lo na escola, no dia seguinte. Eu o abracei com força, ao encontrá-lo no corredor, perto do meu armário.

"Draco?!" Theo perguntou entre risadas. "O que aconteceu com você, mano?"

"Eu só... senti saudades." eu falei sem jeito, me afastando.

"Sim... te vi ontem, faz realmente séculos." revirou os olhos, mas sorrindo.

"Também não vou mais demonstrar afeto." cruzei os braços.

"Legal, demonstra afeto com o Blaise, aí." Theo apontou com a cabeça e eu me virei para trás, observando Blaise se aproximar com um sorriso.

"E aí, idiotas?" chegou feliz.

"Oi, Blaise." o abracei assim que ele chegou perto o suficiente.

"Ahn... oi, Draco." riu, retribuindo o abraço por poucos segundos. "Chapou e nem me chamou?"

"Ae, rimou!" Theo apontou para Blaise.

"Você também!." sorriu feliz por essas... conquistas.

"Eu não fumei nada." revirei os olhos. "Eu só queria... dizer que eu... e-eu sou feliz por ser amigo de vocês." sorri, revezando o olhar entre os dois.

"Oh, não, Blaise." Theo fez uma expressão preocupada, encostando as costas da mão em meu pescoço e testa. "É pior do que pensávamos!"

"Vamos ter que internar!" Blaise vez um murmulho de decepção e surpresa, que poderia se passar por um gemido.

"Vocês são ridículos. Mudei de ideia, eu odeio vocês." neguei com a cabeça, mas sorrindo.

Durante a negação, meus olhos encontraram uma direção, cujo tênis Vans batiam contra o piso de laminado do corredor da escola. Corri os olhos pelas pernas envolta de um jeans preto apertado, o peitoral coberto por uma camiseta branca e um camisa jeans aberta, até chegar no rosto composto por aqueles olhos hipnotizantes verdes. O nariz arrebitado com realce pelo fato do ângulo que estou vendo ser de perfil, a barba crescendo levemente, além do cabelo jogado em uma franja.

Meu sorriso se abriu mais ainda e eu tenho certeza de que eu quase babei, uma cara de idota apaixonado e um olhar perdido nele.

Meus pés andaram quase que sozinhos e eu fui em direção a ele, caminhando rápido. Ele conversava feliz sobre algo com Ron e era bom ver sua animação com o assunto. Cheguei perto o suficiente e ele me olhou assustado, até que passei as mãos por sua cintura, sentindo seu corpo contra o meu e aquele cheiro gostoso.

"Harry..." eu disse feliz, com tranquilidade ou calma. Sentimentos cujos foram arrancados de mim quando senti suas mãos em meus bíceps, me empurrando com uma grande força.

"O que está fazendo?" sua expressão fez meu peito doer. "Ele colou algo nas minhas costas?" questionou para Ron, que apenas negou com a cabeça. A boca de Ron estava em linha reta e ele parecia muito assustado e curioso com o que iria acontecer. O olhar de Harry voltou para mim e era realmente raivoso, o que fez cada centímetro do meu sorriso desaparecer. "Nunca mais encoste em mim. Eu estou falando sério!"

E ele e Ron voltaram a andar. No processo, Harry esbarrou no meu braço. Oh, meu Deus... o Harry me odeia. Eu havia esquecido disso e só queria o sentir. Olhei para trás e vi os dois se afastando, além de um Theo e um Blaise totalmente confusos, intercalando o olhar ente mim e eles.

Harry Potter me odeia.

Grease? | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora