Capítulo 1

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Idaya

-Você só será rainha por cima do meu cadáver!

-Isso pode rapidamente ser resolvido, papi.

-Garota insolente, puxou aquela...

- Eu tomaria cuidado com o que falo se fosse você. -diz Sadart, adentrando na cela e vindo para o meu lado.

- Bastardo, lhe criei como se fosse meu filho e é com traição que você me agradece. Vocês dois tem o sangue podre daquela prosti...- dou-lhe um soco que o faz beijar as paredes da cela, tiro meu punhal da bota e arranco sua língua.

-Só não te mato nesse instante porque seria uma morte boa demais para um verme feito você.
Observo-o cuspir o sangue que escorre abundantemente de sua boca, pego a mordaça que está no chão e o faço mordê-la. Apesar dos riscos de infecção, ele não é tolo o suficiente para perder mais sangue a troco de nada.
- Vamos, Idaya, temos assuntos para resolver. – diz meu irmão, me guiando para fora da cela.

***

Adentrei a sala do trono e vi os rostos familiares dos capachos de meu pai, a única novidade era um rapaz que acompanhava o general. Cabelos negros, olhos castanhos, postura de um nobre, mãos calejadas e, o que mais chama atenção, uma calda. Obviamente um cidadão de Cortland, porém, sinto como se já o tivesse visto em algum lugar...
Ele estava sangrando e com ferimentos por toda a extensão da calda cor ciano, me fuzilava com o olhar.
Sentei-me e esperei que os bobos da corte se ajoelhassem, eu ainda não podia demonstrar que estava enojada com o tratamento que deram ao rapaz, me achariam fraca.

Sei que a maioria do povo está farto do regime autoritário ao qual estão submetidos, porém, alguns estão acostumados e outros são tão vis que gostam de cometer atrocidades. E é a terceira opção que está na minha frente.

Esperei alguns minutos e nada aconteceu. Bom, se não se ajoelham por vontade própria seriam obrigados. Ter um coração e saber ser gentil não vai me impedir de ser cruel e sanguinária quando for necessário.

Uso meus poderes e todos, exceto o sereiano que já estava no chão, se ajoelharam.
Apesar de ser imortal tenho certeza que deve ser incômodo estar com cauda em terra firme, ainda mais estando todo machucado. Por isso materializo uma toalha e caminho até o sereiano.

-Como se chama?

-Taryn, alteza.
Ah, já sei o motivo de tê-lo reconhecido...

-E como veio parar aqui, Taryn? – digo e jogo-lhe a toalha.

-Longa história.

-Tenho tempo para ouvi-la.

-Infelizmente, eu não tenho para contá-la.

- E por que não teria?

- Estou atrasado para a minha execução.

Olhei os homens ajoelhados na minha frente e ordenei que me explicassem qual o motivo da audiência.
Todos olharam para o general:

- Idaya, não sei que brincadeira é essa nem o motivo do rei deixá-la sem supervisão, mas, solicitei uma audiência com ele e não com seu bichinho de estimação.

- General, meça bem suas palavras pois em breve serei sua rainha- falo vagarosamente a última palavra – agora, exijo que me explique o motivo da audiência.

Vejo a surpresa em sua face e em seguida a descrença. O infeliz ainda tem a péssima ideia de soltar uma risada, acabando com o último fio de paciência que me resta, e o faço cravar a faca melada de sangue, provavelmente a que estava torturando Taryn, na própria barriga. Não para matar, mas o suficiente para que ele repensasse as palavras e ações que usaria numa próxima ocasião.

Virei-me para um guarda e pedi que respondesse a minha pergunta.
- Claro, a-alteza. Há alguns meses o rei solicitou que capturássemos e trouxéssemos até ele este sujeito, conseguimos pegá-lo numa armadilha alguns dias atrás e enviamos um mensageiro ao rei. A resposta foi que deveríamos trazê-lo, pois o rei queria se livrar deste problema pessoalmente e o mais rápido possível.

-Entendo... ele é acusado de cometer quais crimes?

-Não sei, alteza.

-Como não sabe?

- O rei só nos disse que ele é um traidor e que seríamos recompensados se o trouxéssemos.

- Obrigado pela explicação, podem se retirar agora.

- E a recompensa?


- Sua recompensa é sair daqui com a cabeça junto ao corpo. Vão antes que eu mude de ideia e levem esse daí com vocês. – falei apontando para o general.


---------Próximo capítulo em breve----------

Aiai, essa Idaya. Tão brincalhona rsrsrs

RUÍNAS DE UM IMPÉRIOOnde histórias criam vida. Descubra agora