Refúgio

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Tijolos amontoados, que formam a parede do quarto, alinhados, medidos, colados.

A construção do meu universo, onde me escondo. Me acho. Me encontro.

A calmaria que ofusca a insegurança. O medo. O choro.

Vejo ali a definição de prisão que aprisiona minha alma inquieta, mas que mesmo assim me seduz com seu vazio sereno, tranquilo.

O incrível espaço que separa a realidade da fantasia perfeita, criada pela mente criativa.

Ah, doce ilusão da perfeição.

Que mundo lindo há ali. Tudo é alegre, tudo é fantástico, tudo é fascinante.

A vontade de ficar é grande.

Ficar divagando no quão excitante é ter um lugar só meu, criado por mim e que ninguém mais conhece, nem sabe da existência.

Lamentável é, não poder estar aqui para sempre.

Mas quem pode me obrigar a sair? É tudo meu. Por que não ficar e desfrutar? Não. Não posso, não devo, mas quero. Quero muito. Quero permanecer, quero ficar.

Eu fico. Nunca mais vou sair. Nem se a porta se abrir e a luz me atingir, não me retiro daqui.

Minha prisão. Meu lar. Meu refúgio.

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