Janela

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Olho pela janela do carro em movimento e, com grande dor e espanto, vejo o quão triste é presenciar pessoas deitadas no chão, cobertas com papelão tentando enganar o frio que se instalou de maneira repentina e cruel na cidade, que todos dizem ser a mais desenvolvida do Brasil...

Tão desenvolvida... Tão rica... Tão tecnológica...

Analiso as ruas. Calçadas. Postes. Prédios e mais prédios abandonados à mercê do tempo...

Pessoas abandonadas e menosprezadas nas ruas congelantes e prédios e mais prédios vazios, esperando, apenas esperando o valor aumentar...

Pessoas abandonadas, prédios abandonados e, ainda sim, a cidade é desenvolvida...

Luzes coloridas, música alta, fogos de artifícios me fazem abandonar a janela. O clarão invade o carro escuro...

O que eu estava pensando? Não sei... Não sei.

Mais um ano, só mais um ano...



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