Terceiro

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Notas do Autor

Voltei, pessoal! Por favor, leiam as notas, elas são importantes.

PRIMEIRO vocês devem ter notado que agora a fanfic tem uma capa linda! Ela é obra de @ presidenki, que se ofereceu gentilmente para fazer uma, muito obrigada, anjo! Eu já te disse, mas repito que amei e fiquei muito contente por fazer isso pela minha história 💕

Sobre a história, esse capítulo é mais pesado que os anteriores. Apesar do meu Tora fazer terapia e estar melhorando, abordei os pensamentos autodepreciativos dele e as crises (já que o processo de melhora não é algo linear, ele tem altos e baixos), as reações dele com a abstinência de nicotina e também a violência doméstica que ele sofreu do pai, então se você for sensível com algum desses temas não leia ou tome cuidado.

Músicas sempre me inspiram bastante! Lanterna dos Afogados da banda Os Paralamas do Sucesso ajudou bastante no processo criativo desse capítulo e fica bem na cara no diálogo do final hehe para mim ela é a cara dos kazufuyu.

Eu tive que reescrever várias vezes e várias vezes até ficar minimamente satisfeita com o resultado, então por favor me digam o que vocês acharam e sejam sinceros, a opinião de todos vocês é MUITO importante para mim. Aproveito para agradecer por todo o carinho que tenho recebido com essa fanfic, não é só modo de dizer quando agradeço pelos comentários e digo que eles me fizeram feliz haha eu realmente fico toda boba com os elogios e grata por vocês tomarem um tempo para minha história 💕 então elogios e críticas construtivas continuam sendo muito bem vindas!

Vejo vocês nas notas finais.

Desde que se entendia por gente, pesadelos assombravam a vida de Kazutora. Quando criança, ouvia relatos dos colegas de escola sobre sonhos perturbadores em que eram perseguidos por criaturas fantasiosas e tudo que se lembrava de sentir era inveja. Invejava-os por sonharem com monstros inexistentes que nunca poderiam de fato fazer mal a eles. Os de Kazutora não eram tão distantes da realidade, sempre o mesmo monstro com olhos tão parecidos com os seus, gritos de uma voz que conhecia bem, o característico choro da mãe e a sensação familiar de um punho fechado o acertando várias e várias vezes. O tempo e as escolhas terríveis que tomou trouxeram novos elementos a eles: uma poça de sangue e um corpo desfalecido no chão, os olhos vazios de Mikey e fúria desferida injustamente em quem sempre esteve ao seu lado.

Baji era uma constante em seus pesadelos e em todas as vezes que sonhava com ele acordava gritando ou chorando. Não foi diferente dessa vez. Ao abrir os olhos e recuperar a consciência, sentiu a costumeira irritação na garganta, o rosto úmido pelo pranto e o sangue fresco em suas mãos. Tornou a gritar e virou as palmas das mãos para cima, tentando visualizar o vermelho vivo que estava presente em todos os pesadelos que tinha. O quarto se iluminou — denunciando que em algum momento Chifuyu também havia acordado e se levantado para acender a luz — e Kazutora enfim pôde visualizar a pele: estava limpa, sua mente apenas lhe pregava peças mais uma vez.

— Ei, olha para mim — ouviu o timbre suave alguns segundos depois, mas não entendeu o que ele dizia, e sentiu um peso leve no ombro.

Não foi capaz de reprimir o ímpeto de empurrá-lo com força, nem a forma como bradou "não encosta em mim!", como se o toque gentil tivesse o ferido. Havia dias em que era fácil se entregar aos carinhos e cuidados de Chifuyu, em que conseguia ignorar o quão egoísta era por buscar e receber conforto daquele que, mais do que ninguém, deveria odiá-lo. Ignorar que havia tirado o que era mais precioso para ele e evitar pensar que ocupava o lugar que deveria ser de outra pessoa. Mas também havia dias, como hoje, em que era impossível esquecer até mesmo por meio segundo que não era merecedor de afeto e paciência, principalmente vindos dele. Em que se recordava que não passava de um transtorno que uma pessoa boa como Chifuyu não merecia ter na vida.

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⏰ Última atualização: Sep 12, 2021 ⏰

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