0 | Prólogo

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Esta és uma história que se passou à muitas luas e sóis, tantas luas e sóis que necessito contar-lhe à alguém sobre o ocorrido para que eu me recorde que um dia ela já existiu

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Esta és uma história que se passou à muitas luas e sóis, tantas luas e sóis que necessito contar-lhe à alguém sobre o ocorrido para que eu me recorde que um dia ela já existiu. Por isso, espero que sejas um bom ouvintes, pois o que vou te contar será segredo nosso. E apenas nosso!

Jure-me pela vossa vida que não irás contar para nenhuma alma vivente o que estou prestes a te dizer! Pois, além de ser segredo, ninguém irá crer em tu e irão lhe taxar de louco, assim como me taxaram....

Pois bem, ouça-me atentamente. O nome dele era Zaniel, sim, disso minha mente não consegue esquecer. Pois, como não lembrar o nome daquela criatura tão bela? Oh, sim, ele era muito belo. E por tamanha beleza, ele foi expulso de seu lugar de origem por conta do ego inflado e a arrogância que carregava nas costas junto com suas asas. Zaniel foi banido dos Céus pelo Todo Poderoso, afinal suas atitudes já não eram as mesmas que um anjo Querubim deveria ter.

Os Querubins eram anjos fortes e guerreiros, protegiam os altares mais sagrados da divindade. Ao contrário dos Serafins, que ficavam ao lado do trono de Deus, os Querubins iam a guerra. Quando Adão e Eva foram expulsos do Jardim do Eden, quem ficara de vigilância, barrando a entrada com duas espadas flamejantes eram dois Querubins. Eles existiam como guarda-costas, porém, de um nível mil vezes mais elevado.

Mas Zaniel se tornou vaidoso com a aparência, temendo mais um arranhão em vossa face esculpida por Deus – literalmente –, do que fazer algo de errado temente ao Glorioso. A consciência de Zaniel calejou, ele ficara tanto tempo se admirando nos rios próximos ao templo divino de Deus que o coração se contaminou, distorcendo o certo do errado e não vendo mais o perigo em suas atitudes.

E, por essa e outras razões, Zaniel foi banido de sua moradia para um exílio afastado de tudo e de todos. Uma irá ardente se formou naqueles olhos castanhos como mel e a áurea do anjo se tornou negra como as cavernas mais profundas do mar. Zaniel ficou deverás furioso, mas aquela raiva toda se esvaziou ao ouvir a voz do Arcanjo Miguel.

— Zaniel, meu filho — o timbre reverberou em eco aos seus ouvidos, amaciados pela doce voz do futuro rei — Por que estais irado? Não foste a tua arrogância e vaidade que lhe causou tal prejuízo?

Os cabelos claros como o sol se curvaram ao ouvir aquilo, Zaniel tinha mais respeito pelo futuro rei do que ao próprio Deus. Ele amava Miguel, eles eram anjos, de níveis diferentes, mas ainda assim como irmãos.

— Perdoaí minha petulância, mas teu Pai está me tratando ao mesmo nível que aquele traídor! — Falou com a cabeça baixa olhando para o chão branco, mas com a voz visivelmente irritada.

— Meu Pai? Estás se referindo ao Deus que te deu a vida como meu Pai? Não é ele o nosso Pai, Zaniel?

— Me perdoe — Pediu envergonhado, mas ainda assim, zangado.

— Levante a cabeça, por gentileza.

E com aquele pedido de seu superior, Zaniel levantou a cabeça e olhou na face do moreno com uma coroa entre os seus cachos negros e rosto branco como o local em volta.

— Nosso Pai, o Deus vivente, deixou que eu cuidasse de ti. Pois Ele sabes o carinho imenso que tenho pela vossa existência, mas não permitiu que eu me amolesse-se demais contigo, irmão — Miguel sentenciou com a voz tão doce que transmitira uma paz no interior daquele anjo angustiado.

O brilho que emanava em volta daquele ser celestial fazia até mesmo o futuro exilado se sentir impressionado com a glória e vigor que ele trazia. Sim, ele tinha sido o escolhido de Deus, a primeira criação que o Todo Poderoso fez. A áurea de cor branca que rodeava o corpo do coroado fazia um brilho transcendental se iluminar em tudo à sua volta, dando um contraste na áurea escura que se formava ao redor de Zaniel.

— Sei que não és um traidor como Satanás, mas tuas atitudes se tornaram frias, pois só se importa contigo mesmo — Ele falava de modo duro e severo, fazendo o coração do outro se doer por dentro — Tais atos são repugnantes e não mereces ser chamado de Querubim.

— Mas irmão, não percebes que somos criaturas divinas? Por está razão as mulheres aceitaram ter relações sexuais com outros anjos — Tentou justificar seus atos narcisistas e prepotentes.

— E os mesmos agiram de forma pecaminosa, desonrando o nosso propósito principal! Ajudar estes e servir a Deus! Não foi eles quem tiveram relações sexuais com as filhas dos homens e então deram vidas aos Nefilins? Não foi eles que se apaixonaram pela beleza das mulheres, mas quando o dilúvio veio, abandonaram prontamente seus corpos carnais, deixando seus filhos e filhas junto com esposas morrerem afogados e imploraram voltar para os céus?

— Sim, meu senhor....

— Irmão, não queiras se igualar a eles. Tu és um anjo bom, sei disso!

— Como podes saber que ainda existe algo de bom dentro de mim, meu rei? — Perguntou com os olhos marejados, pronto para se por em lágrimas na frente da criatura que ele adorava como se fosse o Todo Poderoso.

Dizendo isso em voz alta, até parece estranho. Um anjo que era guerreiro, se tornou narcisista e insolente, e agora, estava chorando na frente de seu irmão.

Mas não podemos julgar, pois eles tem sentimentos. Não somos a imagem de Deus? Pois bem, Deus que nos deu essas emoções que sentimos. O desejo de chorar, de rir, de amar e até mesmo de odiar – pois até mesmo o Todo Poderoso odeia algo.

Foi naquele momento, a vários anos atrás, que Zaniel foi banido ao exílio. Não como Satanás, jamais! Pois ainda tinha bondade naquele anjo de cabelos dourados como o sol e olhos caramelos que nos prende a atenção. Sim, ele ainda tinha bondade dentro de si, e como Miguel sabia disso, deu a sentença ao seu irmão, pois ainda assim, ele deveria ser punido.

— Tu irás ser banido ao exílio que fica nos confins da Terra! Tua aparência será como a de um animal selvagem sem beleza nenhuma, serás visto pelos humanos e sentirá repulsa de si mesmo ao ouvir as vozes enjoadas deles dizendo o quão grotesco tu és!

— Vivereis para sempre como um animal selvagem?! Como está punição pode ser amena comparada com a de Satanás, que apenas vive vagando na Terra e desencaminhando os fieis?!

Miguel, o Arcanjo, olhou tristemente para o irmão que possuía a áurea negra crescendo sobre si, pois ele sabia muito bem o que significava aquela cor de áurea em um anjo.

— Ao contrário do traidor, que terás um fim em sua existência, tu ainda terá uma nova chance. Viveras, sim, como um animal selvagem, mas tua aparência mudará quando uma alma boa e pura o amar.

— Me amares irmão? Como assim?

— Deus, meu Pai, não te consideras mais um anjo como nós! Por está razão, estai livre das regras que nos rodeia. Podes teres relações com as mulheres desta Terra, mas apenas a que te amar de verdade e de forma genuína! Quando souber o que é ser desprezado e valorizar no tamanho certo tua aparência e se tornar belo mais uma vez por dentro, tu se encontrarás como antes, com as mesmas características originais que Deus lhes deu. Mas nunca mais poderás voltar aos céus!

E essa foi a sentença de Zaniel, banido aos confins da Terra e com uma aparência distorcida do que agrada aos olhos, além de não ser mais considerado um anjo e sim, uma criatura que perambula pela terra.

E essa foi a sentença de Zaniel, banido aos confins da Terra e com uma aparência distorcida do que agrada aos olhos, além de não ser mais considerado um anjo e sim, uma criatura que perambula pela terra

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