4 | Deslealdade Gera Morte

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— Estais dizendo que Anaita gostava da criatura? — O jovem que ouvia atentamente a história questionou

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— Estais dizendo que Anaita gostava da criatura? — O jovem que ouvia atentamente a história questionou.

— Oh não, ainda não. Ela não gostava de Zaniel, mas também já estava a se acostumar com a presença dele.

O senhor de idade falou enquanto pegava o copo de cerveja e digeria tudo de uma vez.

— Então por quê ela não fugiu?

— E quem disses que ela não tentou fugir? Anaita sentia muita saudades de seus familiares e tentou fugir da criatura no pior momento. Tentou fugir dele quando criará laços com Zaniel.

— Laços? — O rapaz perguntou franzido as sobrancelhas e prestando bastante atenção em cada ato do velho.

— Vou lhe contares rapaz, ouças atentamente pois tu irás sentir raiva e ódio tanto de Anaita quanto de Zaniel. Como já te contei, Anaita teve seu momento de fragilidade por conta das dores femininas e Zaniel cuidou dela até as forças da jovem voltarem ao normal, depois disto ambos conversavam mais.

Anaita virou sua empregada e não mais escrava. Deves se perguntar qual a diferença entre uma e outra, pois bem, eu lhes digo.

Escrava e empregada tens pouca diferença, mas és algo significativo, escrava não possuí ganho ou conforto, já empregada recebe algo em troca de servir. E foi isto que aconteceu, Anaita ganhou confiança de Zaniel e ele a deu uma recompensa. De primeira, a jovem não entendera quando ele deu um molho de chaves em sua mão.

— O que és isto? — Perguntou olhando as chaves em suas mãos.

— São as chaves de todos os cômodos deste castelo, pode ter todos eles, mas também terás que limpa-los, ou sejas, mais trabalho para ti, ratinha.

A moça fez uma feição feia retorcendo o nariz e estreitando os olhos verdes.

— Não faças essa cara, talvez tu goste de alguns destes cômodos.

Anaita dera de ombros, voltando aos seus afazeres. Levou exatos quatro dias para limpar todos os quartos e cômodos. No final da limpeza, percebeu que o anjo tinha razão, ela encontrou o cômodo que a tiraria de todo o seu tédio. Além da biblioteca, havia uma sala de música com instrumentos de cordas e outros de soprar, mas o que chamou a atenção de Anaita foi o piano de cor marrom desbotado.

Quando mais nova, vosso irmão Galadriel ensinou pouca coisa do instrumento, o resto que aprendeu foi nos livros que lia.

Anaita sentou em frente do órgão e tocou nas teclas fazendo um pequeno som pela sala toda, aos poucos, uma melodia simples andou por todo o Castelo fazendo o anjo Zaniel ir ao cômodo e observar a morena tocar o instrumento com bastante paixão. A música tocada pelos dedos longos de Anaita saía de modo fraco e um pouco desafinado, afinal a jovem não tinha tamanha habilidade com o objeto e o mesmo se encontrava em um estado deplorável pela falta de uso e cuidado. Entretanto, para Zaniel, aquela era a perfeita e mais bela melodia para seus ouvidos, tendo também uma visão agridoce da jovem tocar o piano com os olhos fechados, balançando os cabelos longos e negros enquanto fazia o som.

A Beleza Que Nos ContemplaOnde histórias criam vida. Descubra agora