Esta és uma história que se passou à muitas luas e sóis, tantas luas e sóis que necessito contar-lhe à alguém sobre o ocorrido para que eu me recorde que um dia ela já existiu. Por isso, espero que sejas um bom ouvintes, pois o que vou te contar ser...
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Bom, com toda a certeza você não deve saber disso, mas houve uma época muito tenebrosa no vale dos confins da Terra. Esse lugar era de longe o mais caloroso e bonito, por está razão, o Castelo que o ser demoníaco vivia era tão assombrado e temido por todos. Os habitantes viam de longe a floresta que fazia caminho ao Castelo abandonado com cores desbotadas e a aparência velha, fazendo com que todos sentissem arrepios só de pensar em ir perto daquela floresta.
As pessoas viviam muito bem as suas vidas acomodadas no cotidiano e já se acostumara com as lendas de um ser misterioso. Lendas essas, que na verdade eram bem reais.
Todos sabiam, tinham a plena certeza de que uma criatura de um grau grandioso vivia perto deles, e que todo o mês de julho, ele levava consigo uma virgem. Sempre aparecia na calada da noite e ninguém notava nenhum barulho que ele poderia fazer, só notavam a falta da moça no dia seguinte, pois só se via o banho de sangue na cama que era da dona e no dia oito de julho, o grito de desespero que se fazia ecoar por toda a floresta.
Por estas razões, o coração de Calebe estava aflito. Calebe era filho do ferreiro, gente pobre e de origem humilde como quase todos daquela aldeia. Calebe tinha mais três irmãos e irmãs, um irmão mais velho que já estava casado, seu nome era Ananias. Depois de Ananias, vinha Galadriel, um moço até certo ponto ganancioso demais para sua idade, depois vinha Calebe e em seguida, a jovem moça Anaita.
Anaita era a única menina entre os seus familiares, vivera sempre com homens, seu pai e seus irmãos e seus primos e tios. A casa deles era sempre cheia, parecendo mais uma marcenaria do que uma casa aconchegante. Anaita tinha seus dezessete anos e era a jovem mais bela ao se comparar com as outras.
Não que as mulheres dali fossem feias, mas a beleza dela era tão natural e simples, que os olhos verdes e cílios pequenos chamavam a atenção quando se via tantos olhos pintados das moças. Oh, Anaita era uma jovem guerreira, trabalhava com seu pai e seus primos distorcendo o ferro para construção da Vila.
Mesmo todos achando que ela era fraca para um trabalho de homem, Anaita provou ser forte quando, com seus treze anos, fez um escudo e espada sozinha. E a partir daí, ela ganhou o respeito de seus irmãos e parentes.
Galadriel tinha vinte e sete anos, trabalhava no pequeno banco da aldeia e sempre roubava dos cidadãos honesto dali, sua esposa, Catharina, sabia de tudo que ele fazia e apoiava o homem, pois ela era mais gananciosa que o próprio cônjuge.
Calebe e Ananias eram superprotetores. Ananias tinha trinta e três anos, casado com uma moça humilde chamada Jasmine e tinha dois filhos. Ananias trabalhava na padaria do seu vizinho a tantos anos, que quando o dono morreu, deixou tudo para ele. Calebe possuía vinte e dois e não tinha pretendente nenhuma, odiava mulheres, as achava frágeis demais, no entanto que a única mulher que ele amava era Anaita, sua irmã.
E por conta deste amor fraternal, Calebe estava disposto a ir ao Castelo do anjo exilado e matá-lo para deixar sua irmã em paz. Como o costume, ele procurava as virgens, e aquele ano ocorreu tantos casamentos que Calebe não conseguia contar nos dedos. Em seus ventres, elas já carregavam um embrião de seus maridos. Anaita não queria se casar e ainda tinha sua mocidade para aproveitar do melhor modo, fazendo ela se tornar a única virgem da aldeia.
