Quando Anaita acordou, percebeu que não estava em seu quarto pois a diferença de ambiente era grande. Ela estava deitada em uma cama com lençóis cor escarlate e os móveis do cômodo pareciam podres e sem uso a décadas, no chão havia um tapete marrom com pelos parecendo mais um urso morto e quando olhava para a parede, via a tinta já desbotada e descascando dali.
A bela moça se levantou com rapidez dando uma certa zonzura em sua cabeça, ela pôs as mãos entre os cabelos e fechou os olhos. Não sabendo o porquê, Anaita se sentiu sendo observada, e por conta deste sentimento, ela abriu os olhos e viu uma figura negra perto da porta.
— Quem és vosmecê? — Perguntou Anaita enquanto se encolhia na cama.
— Sou teu dono — Respondeu Zaniel com a voz firme, ainda se escondendo no seu capuz.
— Tu és o demônio que me raptou?
— Não a raptei, poupei a sua vida e a do teu irmão, aquele jovem insolente.
— Não desonre os atos de meu irmão! Ele tens mais coragem do que tu, que se escondes por medo da própria face! — Anaita dizia sem medo nenhum, e sua voz era carregada de desprezo e arrogância.
— Estou poupando o teu medo, quando olhares para mim sentirá repulsa e irá querer arrancar os próprios olhos.
— Não me importa a tua aparência! Teus atos já me fazem te odiar por existir.
Uma risada alta se pôs a sair da boca da criatura maquiavélica e ele se aproximou da cama, e, por instinto, Anaita se encolheu mais ainda.
— Meus atos podem ser mais horríveis ainda quando me deixam zangado — Zaniel respondeu com um grande furor — Tu viverás aqui comigo, neste Castelo por toda a tua eternidade! Serás minha escrava, e como escrava, deves fazer o que eu mando!
A jovem ergueu o rosto e zombou das palavras que o ser dizia seriamente.
— Tu não passas de uma criatura nojenta que não deves ser obedecido por ninguém! Eu te amaldiço-o, amaldiço-o todos os dias até o fim da tua existência!
— Cale-se criatura insignificante! Tua voz me irrita profundamente, cale-se antes que eu arranque tua traqueia e beba do seu sangue!
Ao ouvir aquelas palavras, Anaita se calou com raiva.
— Vosmecê me obedecerás, pois caso não faça isso matarei tua família toda em uma só noite! Caso tente fugir, o seu fim será o mesmo, além de ouvir os gritos amedrontados da aldeia toda por tua culpa! Me servirás no jantar e no almoço, comerá da carne que eu trazer para preparar e todos os dias arrumará destes cômodos. Teu único conforto será esse quarto, que deverá passar a maior parte do teu tempo aqui, quando não estiver fazendo as tarefas que lhe ordenar.
Ao dizer tais palavras, Zaniel saiu do quarto e bateu a porta atrás de si e ouvindo um grito de raiva saindo da garganta da jovem.
— TU ÉS UM DEMÔNIO! — gritou furiosa para a porta que já estava fechada.
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A Beleza Que Nos Contempla
FantasiEsta és uma história que se passou à muitas luas e sóis, tantas luas e sóis que necessito contar-lhe à alguém sobre o ocorrido para que eu me recorde que um dia ela já existiu. Por isso, espero que sejas um bom ouvintes, pois o que vou te contar ser...