³²; nublado > san & wooyoung

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Boa leitura!

 

 

☆☆☆


San colocou o celular no bolso e fechou os olhos; sua cabeça martelava um milhão de coisas, inclusive, se não estava sendo dramático demais ao fazer aquilo. Mas era desgastante, ele se sentia desgastado e não era de hoje, de ontem ou antes de ontem.

A relação entre ele e Wooyoung sempre foi uma montanha-russa complicada de sentimentos: fosse porque San era deveras romântico, fosse porque Wooyoung prezava por sua própria liberdade ilimitada. Por vezes, entravam em conflito. No geral era interessante que não fossem tão parecidos, mas ultimamente, esses conflitos não estavam indo em direção à coisas boas. Era acordo que aquele relacionamento não se limitava a eles, que quando sentissem a necessidade de experimentar novas sensações, eles o fariam sem qualquer remorso, somente notificariam o parceiro sobre com quem estavam saindo e retomariam os princípios básicos de cuidado. Sempre foi assim e era até confortável, isso até San querer mais do que uma amizade colorida, mais do que um esboço de relacionamento aberto.

Não foi intencional, ele lutou contra esse sentimento amargamente, contudo, havia sido entrelaçado pelos encantos de Wooyoung, por seu jeito divertido e espontâneo, por sua mania de organização – ainda que parecesse desleixado – pelos abraços carinhosos, os beijos doces e pelo sexo bom que faziam. Era um combo ao qual nada no mundo seria melhor. Nunca nada no mundo seria melhor. E isso o assustava.

Desde que se entendeu por ser humano, San sabia que era bem o tipo clichê que gostava de comprar flores, encher a pessoa de carinhos e demonstrar ao máximo seus sentimentos – como sempre dizia sua mãe, ele era uma criança tão expressiva que chegava a ser grudenta, claro, ela sempre dava um sorriso depois e dizia amar essa característica de seu Sannie, o abraçava e segredava a ele para que nunca mudasse seu jeitinho –, então se apaixonar por alguém quase que totalmente oposto a si não parecia algo que daria certo.

Wooyoung era diferente. E San não queria que ele mudasse.

Choi estava em uma dança conflitante de sentimentos e pensamentos. Odiava sentir que estava sufocando Wooyoung com demonstrações de carinho, e odiava precisar se conter a todo o tempo por medo de qualquer atitude errada o afastar do garoto definitivamente. Jung era uma caixinha de surpresas, uma alma livre que odiava ser presa. E San não queria isso, não queria ser o responsável por perder aquele sorriso. Não iria fazer com que Wooyoung aceitasse suas imposições e ficasse com ele sem estar feliz com isso, era injusto e ruim. Woo já tivera experiências tristes demais para ser somada mais uma.

Entretanto, pensar demais em proteger Wooyoung fez com que San negligenciasse a si próprio, e agora ele estava ali, esparramado em um banco de praça às três da tarde de um sábado nublado sem qualquer vontade de existir.

Bem no fundo do poço.

Ainda sentia o celular vibrar as vezes, sabia quem era, mas essa conversa não seria feita daquela forma. San precisava pensar, se entender, traçar o melhor caminho.

Ainda que talvez esse caminho não o trouxesse felicidade.

[...]

— Ele não responde — Wooyoung levou as mãos aos cabelos, bagunçando-os ao passo de seu nervosismo e ansiedade. Yeosang somente continuou a comer seus salgadinhos.

Fazia pelo menos duas horas desde que San saiu da república, desde que ele e Jung trocaram suas últimas mensagens. Wooyoung não conseguiu ir atrás dele, não sabia o que fazer. San nunca agiu daquela forma.

— San só está tirando um tempo pra ele, não é o fim do mundo — Yeosang respondeu, ainda não se importando — vocês ficam grudados o tempo todo, as vezes enjoa.

República Illusion; ateez chatOnde histórias criam vida. Descubra agora