³⁷; acontecimento > jongho & yeosang

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Boa leitura!

 
 

 

☆☆☆

 
 

— Kang Yeosang hyung!

Yeosang congelou no mesmo lugar, praguejando aos fins dos confins da terra. Péssima hora, péssima hora!

Sua tentativa de chegar de fininho em casa, dessa vez, não havia funcionado. Coincidentemente – e infelizmente – Jongho estava bem ali no corredor, atrás dele, usando uma regata preta e de braços cruzados, o olhando com uma cara assustadora. Yeosang não queria ter o encontrado, não queria ter se virado para ele, não queria ter que conversar com ele e também não queria ter olhado tanto para os músculos tão visíveis. Tinha a sensação que a qualquer momento poderia receber um soco dele e parar em Carapicuíba. Kang nem sabia onde Carapicuíba ficava, mas sabia ser bem longe. E, bem... Ele havia feito por merecer, depois de ignorar a existência do Choi por quase uma semana.

Mas o que exatamente ele poderia fazer? Encarar toda a situação como se fosse algo natural? Kang não sabia como se sentir sobre aquelas mensagens, sobre aqueles olhares e os flertes que recebia descaradamente do mais novo. Desde o fatídico dia em que sua tatuagem foi revelada de modo humilhante, Jongho vinha demonstrando um interesse que as vezes chegava a ser cômico – Yeosang nunca tinha visto alguém com tanta criatividade para cantadas idiotas – e agora que dividiam o mesmo quarto, era ainda mais difícil ignorá-lo. Yeosang estava verdadeiramente em apuros.

Não que Kang quisesse mesmo dar um gelo em Choi, mas como ele responderia um "Tem algo nas suas costas, parecem asas de um anjo" ou um "Estou sentindo cheiro de tinta, acho que está pintando um clima entre nós"? O que ele deveria fazer quando o garoto mandava para ele mensagens engraçadas no meio das aulas ou quando o oferecia alguma guloseima fitness que sabia custar os olhos da cara? O que deveria fazer quando Jongho o cantava de forma abusada e sorria todo fofo e envergonhado logo em seguida? Ou quando ele o elogiava ou reparava em algum detalhe que nem mesmo Yeosang havia percebido? O que deveria fazer com a atenção que recebia do mais novo?

Yeosang preferia à morte do que admitir que gostava disso. E, claro, optou por se fazer de sonso, mas seu plano não deu tão certo quanto pensou. Jongho continuava no corredor e não parecia disposto a conversar outra hora. Yeosang praguejou ainda mais.

— Até quando exatamente você pensa em fugir de mim, hyung? — Jongho proferiu, se aproximando do outro garoto em alguns passos.

— Eu...? — Yeosang apontou para si mesmo, na mais fingida inocência. — Quem disse que estou fugindo?

— Você mal tem ficado em casa esses dias, e quando está aqui sai antes de eu acordar ou chega quando já estou dormindo — Jongho arqueou as sobrancelhas. — Tem algo que queira me contar? — e também estreitou os olhos para ele. — Tipo sobre também estar afim de mim?

— Não? Nem 'tô sabendo dessa história.

— Sabendo você está, sim. Não me venha com essa.

— Você sabe que o Yunho gosta de brincar, não é? — o outro tentou se defender. — Não tem nada demais nisso, são só os meninos querendo zoar com a minha cara.

— Se não tem nada demais... — Jongho olhou em volta, como quem não queria nada ou como quem não estaria preparado para dar um belo fecho de argumentos em seu hyung favorito. — Então por que me evitou a semana inteira?

— E quem disse que te evitei? Estamos conversando aqui agora, não é?

Jongho jogou os cabelos para trás, já impaciente com aquele diálogo.

República Illusion; ateez chatOnde histórias criam vida. Descubra agora