Cassandra
Mas é claro que eu não iria para uma corte agora.
Estava na terra dos Imortais? Sim, mas eu desejava dar uma passada na terra dos mortos.
Eu soquei o chão, ninguém em volta, ninguém por perto, o chão se abriu para mim e eu adentrei pela grande abertura a vendo se fechar.
Eu caí, dentro de magia e vapor quente, meus cabelos voando enquanto eu caía em algo como se fosse eterno.
Eu atingi o chão, com força e precisão, limpando minhas mãos e minha roupa enquanto caminhava naquela ponte de ossos e crânios.
— Não mudou nada. -assobiei olhando em volta.
Caos, gritos, morte.
É, não mudou.
Eu cheguei diante de uma porta e quando a abri, um rugido bestial sacudiu meus cabelos para trás, junto com o enorme cão de três cabeças que se ergueu.
— Cerberus. -sorri.
O enrome cão me encarou.
— Coisinha linda e fofinha da mamãe. -bati palminhas.
Ele soltou um latido manhoso, abanando sua cauda, ele lambeu minha bochecha me fazendo ficar cheia de baba.
— É garotão. —estalei os dedos me fazendo ficar limpinha— visitinha de última hora.
Ele me deu espaço para que eu passasse, eu fechei a grande porta.
— Cadê o meu pai? -perguntei a ele.
Ele apontou com o fucinho para o enorme castelo.
— Incompetente! -ouvi um rugido que eu conhecia bem, distante, vindo lá de dentro.
— Ah, ele está com o demônio nos olhos hoje? -questionei.
O enorme cão assentiu várias vezes com suas três cabeças.
— Vai passar quando ele vir a princesa dele. -falei.
Eu cocei as orelhas de cada cabeça vendo o rabo de Cerberus balançar freneticamente.
Eu caminhei adiante , ele voltou ao seu posto, guardando os portões.
Eu atravessei, surgindo na sala do trono.
— Diga a Perséfone que eu não estou com paciência para ver ninguém! -ele grunhiu para um criado.
— S-sim, senhor. -ele gaguejou.
— Nossa... Nem para ver a sua princesinha? -minha voz ecoou.
Eles ergueram os olhares e vi a raiva se dissipar dos olhos do deus do submundo ao me encarar.
— Filha. -ele sorriu.
— Olá, papai. —sorri com deboche— posso voltar outra hora, já que está sem paciência.
— Para você, eu viro o ser mais calmo, meu doce. -ele disse suavemente.
Ele encarou o criado.
— Suma. -ele disse.
E ele sumiu.
— I aí?
Surgi sentada em seu colo.
— Sentiu saudades? Coroa. -sorri.
— Olhe como fala, estou perfeitamente jovem. -ele se gabou.
— Oh, sim.
Eu o abracei, sentindo o deus me abraçar fortemente e beijar os meus cabelos.
— E o que minha linda princesinha das trevas faz aqui? -ele questionou.
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Corte de Crepúsculo e Amanhecer
FantasyUma feérica Serafim, filha da criadora, filha da mãe acima, vive no paraíso junto dela e de todos aqueles de coração bom e puro, mas é enviada por sua mãe a uma missão, uma missão para poder desenterrar um artefato, que pode sim ou não acabar com a...