--- 𝐀𝐍𝐍𝐄𝐋𝐋𝐈𝐙𝐄.

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PRÓLOGO

1492, BULGÁRIA

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1492, BULGÁRIA.


Corríamos com dificuldade devido a irregularidade da estrada. Despistamos as carruagens que passavam na nossa direção oposta ao entrar em um atalho. Precisamos chegar a casa antes do sol partir, para que nosso pai não nos punisse.

Essa necessidade de chegar a casa nesse horário acontecia por dois motivos: segurança e por conta do ocorrido com Katerina, nossa irmã mais velha. A única coisa que precisávamos saber - segundo nossos pais - era que ela iria se mudar para a Inglaterra, em outros termos, banida. Tudo por causa de um viajante.

O nosso único problema era que estávamos longe de casa. Passamos em frente a várias casas, mas parecia que o sol era mais rápido que a gente. Meu vestido não me deixava correr como Yan e Rayna - os meus irmãos mais novos que por acaso são gêmeos - e resolvi me render ao cansaço, caindo no chão - que obviamente mancharia meu vestido com terra, mas pouco me importei - e fazendo com que os dois que corriam a minha frente parassem e olhassem para trás ao mesmo tempo.

─ Anelia! ─ Rayna se aproximou de mim com um olhar reprovador. ─ Estamos em uma parte perigosa, e precisamos chegar em casa rápido! Ninguém mandou se encher tanto de comida. ─ Rayna puxou meu braço com força para me puxar de volta ao caminho que estávamos, me fazendo reclamar com a dor que vinha da sua mão em meu braço, mas puxei meu braço de volta, fazendo Yan gritar contra mim.

─ Anelia, qual é o seu problema?

─ A casa de Galena é alguns passos daqui. Não aguento mais correr, prefiro enfrentar o sermão e o castigo de papai amanhã do que continuar. ─ Cruzei meus braços e eles me olharam como se eu estivesse louca. Talvez eu estava mesmo. ─ Quer saber, fica na casa de Galena e seja burra o suficiente como Katerina foi. Não se esqueça que foi na casa da família dela que fez Katerina ser banida para a Inglaterra.

─ Pare com isso Yan, Katerina foi banida para a Inglaterra porque engravidou de um viajante que era amigo da família dela, e isso é um segredo da nossa família então cale a boca ou fale mais baixo, a não ser que queira que seu problema com papai seja maior que o meu!

─ Parem de brigar como duas crianças mimadas! ─ Rayna aumentou o tom de voz, agindo como se fosse a mais velha, quando na verdade ela nasceu depois de Yan. Ela se virou para mim e apontou o dedo. ─ Boa sorte irmã, mas nem eu e nem Yan vamos pagar para testar o bom humor de papai, que nunca mais esteve bom desde... Vocês sabem o que. 

Rayna virou para Yan e deu-lhe um tapa na parte de trás de sua cabeça. Ele praguejou em resposta. Rayna deu-lhe um olhar para que fizesse algo. Bom, ele fez.

─ Tchau Anelia, só não deixe sobrar para a gente. ─ Revirei os olhos enquanto eles corriam pelo caminho que os levaria de volta para casa e meu coração se apertou, mas eu resolvi ignorar.

Não perdi tempo e comecei a caminhar lentamente para a casa de Galena. Ela é minha melhor amiga de infância - a qual papai reprovou minha amizade com ela por conta da gravidez fora do casamento de Katerina - e filha de um grande mercador.

Seu pai e o meu foram amigos também, até que o viajante que se hospedou na casa da família de Galena seduziu Katerina e foi embora antes de descobrir sua paternidade. Meus pais ficaram tão furiosos com minha irmã mais velha e com a família de Galena, que exigiram saber o nome do homem que seria o pai da criança, mas a família Ganchev resolveu não contar.
Com isso, nossa família culpou a família Ganchev pela falta de controle de um mero viajante, entretanto Galena é a única que está na casa dos Ganchev - visto que os pais e irmãos estão viajando a negócios e deixaram ela como a matriarca temporária da casa - e ela sempre deixa as portas abertas de sua casa para mim.

Ao ver a casa dos Ganchev, aproximei-me da porta e bati. Segundos depois, a porta abriu, revelando a própria Galena. Ela sorriu e eu também.

─ Como soube que era eu e não um pervertido?

─ Uma das empregadas viu você andando pela estrada, e logo em seguida escutei a batida na porta, acreditei que era você. ─ Galena me abraçou rapidamente e após me soltar, deixou que eu entrasse. ─ Fica à vontade.

Assim que entrei, joguei-me em seu sofá sem me importar. Minhas pernas estavam doendo bastante de tanto correr. Eu não estava correndo apenas naquele momento, mas estava correndo há horas para brincar com meus irmãos.

Encarei o teto enfeitado com o belo candelabro que iluminava a sala e vaguei meu olhar para encarar a mesinha a frente do sofá. Ao perceber o que fiz, sentei-me imediatamente e senti meu rosto queimar. Como eu iria arranjar um marido se mal consigo agir normalmente? Era totalmente mal visto que uma moça agisse dessa maneira. Meus devaneios foram interrompidos pela risada de Galena.

─ Anelia, você sempre me surpreende. O que aprontou dessa vez? ─ Galena sentou-se ao meu lado, colocando seu braço direito sobre o encosto do sofá. Essa ação da Ganchev, sem que ela notasse, mostrou uma parte do pescoço que me chamou a atenção. ─ Bom, meus irmãos e eu saímos para o lago, mas perdemos a noção do horário e começamos a correr de volta para casa. Abandonei eles no meio do caminho.

─ Então veio para minha querida casa porque é uma preguiçosa? ─ Galena cruzou os seus braços e seus cabelos loiros caíram sobre o machucado em seu pescoço, tampando-os de novo. ─ Exatamente, mas, posso te fazer uma pergunta íntima? ─ Um pouco surpresa com o meu questionamento, a Ganchev concordou e fixou seu olhar em mim para saber.

─ O que é esse machucado em seu pescoço?

A reação dela a seguir foi muitíssimo estranha. Com a minha fala, ela arregalou os olhos, botou a mão em cima de seus cabelos - que já estavam tapando o ferimento - e rapidamente se levantou do sofá e correu para o quarto, sem que falasse nada, o que me fez ficar assustada. Nenhum animal causaria uma mordida no pescoço, como ela conseguiu isso? Devido a sua reação, resolvi correr em direção ao seu quarto, me fazendo subir pelos degraus da escada, enquanto eu chamava seu nome, mas no momento que cheguei no último degrau, eu hesitei.

Escutei um grito que pedia socorro vindo da cozinha - que suponho que seja da empregada - só que antes que eu pudesse descer as escadas e ajudar a pessoa de alguma maneira, ouvi alguns passos, me fazendo virar. Seja lá quem for, o homem foi mais ágil que eu, colocando a mão em meu rosto e realizando algum movimento que, com certeza, me matou.

 Seja lá quem for, o homem foi mais ágil que eu, colocando a mão em meu rosto e realizando algum movimento que, com certeza, me matou

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• 𝐆𝐑𝐀𝐂𝐄 | Kol MikaelsonOnde histórias criam vida. Descubra agora