Contrato Importante

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Adriana

— Tchau gente, até amanhã! — Joana se despediu, ela veio trabalhar no turno da tarde, já que a Bia estava melhor.

— Até amanhã, Joana, dá um beijinho na Bia por mim, está levando os biscoitos?! — gritei enquanto ela saía com Pedro.

— Está tudo aqui. Pode deixar — Joana assentiu e sacudiu a sacola cheia de guloseimas que preparei para a Bianca. Eles fecharam a porta atrás de si, às terças fechamos cedo, o movimento é bem fraco.

— Graças a Deus esse dia acabou — murmurei limpando o balcão e Claudia estava de braços cruzados me encarando, assim como Jane — O que foi?

— Sério, Drica?! Derrubou milkshake em um cliente, agiu como uma louca e ainda pergunta o que foi? — Claudia começou.

— Ah, isso... gente, vocês têm que entender que ele foi bem grosseirão! E foi sem querer, o que aquele cara fazia atrás de mim, pelo amor de Deus? Não tive culpa, acidentes acontecem — me defendi.

— Acontecem sim, porém Dri, você foi extremamente mal-educada, sem falar que o cara é um gato, em vez de aproveitar que ele te secou com os olhos, fez a linha maluca metida — Jane a romântica entrou em cena.

— Me secou? Ele parecia querer me matar... e ele nem era tão bonito assim — Ok, menti, e menti descaradamente. O cara era mesmo bonito, tinha um estilo hipster gatão, cabelos castanhos presos em um coque moderno e a barba cerrada perfeitamente desenhada, davam o toque de perfeição... sem mencionar os músculos fortes dos braços e sua altura exorbitante.

— Vocês duas querem parar e levar isso a sério?! — Claudia furou minha pequena bolha da admiração — Drica, trabalhamos com pessoas, precisamos delas para manter nosso negócio, não pode sair por aí falando desaforos para clientes dos quais você suja ou acidenta... — ela estava brava.

— Nossa, quem olha assim, pensa que faço de propósito! Ok, Claudia, você está certa, me excedi. Ele me tirou do sério com aquela arrogância, mas o cliente sempre tem razão, mesmo estando errado e não vai se repetir — assumi e suspirei exausta.

— Certo, conto com isso, esse é o nosso ganha pão, Adriana, temos que cuidar — sua voz amenizou.

— Amiga, você precisa relaxar um pouco, qualquer coisinha você fica explosiva e ataca as pessoas como um tigre enjaulado, acho que precisa sair para dançar — Jane interveio.

— Adriana precisa beijar na boca, namorar, isso sim! Envelhecer esperando o Roger é que não dá mais — Claudia zombou.

— Vocês estão certas, preciso resolver a minha vida, só não sei como, aquele beijo foi tão maravilhoso e não acho nenhum outro igual... — suspirei e elas riram.

— O problema é que foi seu primeiro beijo, por isso você não quer desencanar — Jane deu de ombros.

— Pode ser, mas eu tenho um pouco de medo de me apegar e não dar certo... tenho medo de sofrer de novo — e sempre fui apaixonada por Roger, nenhum cara me fez esquecer, só queria um beijo que me fizesse esquecer de tudo, até meu nome.

— Mas já está sofrendo agora, quantas oportunidades e caras bacanas surgiram em sua vida e você deixou passar por causa dessa paixonite bizarra? Sério, quase uma década apaixonada por um cara que você só vê em recortes de jornal dos anos noventa e nem jornal existe mais hoje em dia!

— Claro que existe — rebati e ela rolou os olhos. 

Claudia tinha razão, não respondi, pois era verdade.

— Ok, vamos fazer o seguinte, amanhã vamos sair para dançar e arrumar um gatinho para você, ao menos para tirar as teias de aranha da sua boca, já que as de baixo não vai sair tão cedo!

Se não é amor, é paixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora