três

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𝘢𝘶𝘵𝘰𝘳𝘢

O dia havia se passado rápido demais ao gosto de Ace, que passara o dia tentando achar a mulher do navio.

𝘏𝘢𝘳𝘶𝘵𝘢 - a Anne não desceu até agora, o que houve com ela? Alguém foi ver?

𝘔𝘢𝘳𝘤𝘰 - ela provavelmente passou o dia dormindo, ou...

Todos ali presentes ficam em silêncio, então Thatch finalmente pergunta:

- será que ela tá naqueles dias?

𝘏𝘢𝘳𝘶𝘵𝘢 - vira essa boca pra lá; ou ela fica grudenta e chorona demais ou fica que nem um dragão e respirar irrita ela.

Portgas se perguntava internamente se era tão ruim assim.

𝘔𝘢𝘳𝘤𝘰 - alguém tem que ir lá ou a Anne vai mofar de fome no quarto.

De repente, ninguém percebe mas a mulher entra na cozinha.

Mesmo com as cólicas intensas em seu ventre ela parece calma; pega um pote com biscoitos de chocolate e sai novamente, apenas Ace percebe.

𝑷𝒐𝒓𝒕𝒈𝒂𝒔 𝑫. 𝑨𝒄𝒆

Enquanto os outros discutiam sobre a situação de Anne, eu a vi entrar disfarçadamente na cozinha e sair com um pote cheio de biscoitos.

Ela parecia estar com uma dor insuportável, mas mesmo assim parecia não querer incomodar (ela nunca incomoda).

Saio atrás dela e a vejo sentar em cima de um mastro e comer enquanto lágrimas caem de seus olhos.

- oi.

𝘈𝘯𝘯𝘦 - oi - ela enxuga as lágrimas com a manga de sua blusa.

- quer terra? - ela faz um ar de interrogação

𝘈𝘯𝘯𝘦 - terra?

- sim. Dizem que quando alguém chora, é bom falar algo sem sentido pra ela parar de chorar. - ela começa a rir, mas por pouco tempo, porque logo ela faz uma careta com cara de quem chupou um limão.

𝘈𝘯𝘯𝘦 - desculpa, foi engraçado. Mas é que eu tô com dor, a risada passa rápido.

- tudo bem, você precisa de alguma coisa?

Ela me olha parecendo que quer pedir muito uma coisa, mas não sabe dizer.

𝘈𝘯𝘯𝘦 - preciso de remédios e.. de um abraço..

A abraço de lado, e acaricio seus cabelos enquanto ela come. Por um tempo, acho que sua dor passou, mas mesmo assim vou buscar alguma coisa pra ela tomar.

Quando volto, ela não está mais lá em cima; a procuro pelo convés e logo em seguida desisto.

'ela deve ter ido pro quarto' penso.

Bato em sua porta, e ela abre com os olhos meio inchados.

𝘈𝘯𝘯𝘦 - desculpa, precisava vir pro quarto.

- tudo bem, não precisa se desculpar. Trouxe isso pra você - uma pastilha de remédio pra dor e um chá - espero que melhore ;)

𝘈𝘯𝘯𝘦 - Meu Deus, Ace. Obrigada, você é muito gentil.

Quando ela sorri, meu coração acelera. Seu rosto resplandece, os olhos mesmo fechados continuam dando brilho a sua face.

Ela toma tudo em minha frente e vejo levemente entre a porta o pote de biscoitos vazio.

- você parecia com fome.

𝘈𝘯𝘯𝘦 - na verdade, quando tenho cólicas eu fico com muita fome. Mas hoje de manhã eu tava muito brava e com dor, achei melhor não sair pra não descontar em ninguém. E agora a noite eu estava chorando. Odeio esses dias.

- entendo. - ouço alguém me chamar. - eu preciso ir.

𝘈𝘯𝘯𝘦 - tudo bem, obrigada por tudo. - ela me dá um abraço e me dá espaço pra sair.

O abraço dela era quentinho, o corpo dela e o meu em contato me deixou nervoso, mas por algum motivo, confortável também. Ela devia ser um furacão no meio do pacífico, e eu... Apenas chuva.

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Próximo capítulo...

𝑪𝒐𝒓𝒂𝒄̧𝒐̃𝒆𝒔 𝑬𝒏𝒄𝒆𝒏𝒅𝒊𝒂𝒅𝒐𝒔 - 𝘗𝘰𝘳𝘵𝘨𝘢𝘴 𝘋. 𝘈𝘤𝘦Onde histórias criam vida. Descubra agora