Esperar...
Esperar...
Esperar...
Nunca tinha percebido como é uma das tarefas mais difíceis da vida e aparentemente passo muito tempo esperando pelo Harry.
Quando era pequeno tive que esperar ele nascer para saber quem era meu noivo, depois esperar ele crescer para saber se gostaria dele, quando sumiu esperar enquanto procurava por ele e agora esperar acorda-lo.
Parece que fazem dias, mas é somente a emoção falando. Naquela manhã acordamos cedo e fomos até a casa dos Dursleys, lá prendemos eles e revistamos a casa até achar Harry, que estava desmaiado e sangrando dentro de um armário.
Depois de conter Sirius e mamãe, conseguimos voltar para o castelo, ambos queriam torturar e matar os Dursleys ali mesmo, mas a prioridade era Harry.
Além do mais, Harry foi quem mais sofreu e ele deveria se vingar, os Blacks concordaram desde que possam se divertir também e não vi motivos para recusar tal pedido.
Ao chegarmos no castelo um curandeiro verificou e disse que Harry estava bem na medida do possível e que ele não acordou, pois o organismo está tentando se recuperar do abuso sofrido.
Isso tudo foi a menos de 3 h atrás e nesse momento estou sentado ao lado de Harry, que está deitado na cama no quarto ao lado do meu. Sirius, mamãe e papai estão interrogando os Dursleys para ver se mais alguém estava envolvido no esquema deles e do Dumbledore, Hermione foi buscar algo para Harry comer quando acordar e Ron volto para o trabalho, mas disse que mais tarde visitaria o amigo.
Depois de um tempo começo a cochilar, quando sinto algo ao meu lado se mover, quando abro os olhos tudo o que vejo é um verde, um par de olhos esmeraldas me encarando, com confusão e carinho.
"Oi." Diz Harry com um sussurro
"Hey, como está se sentindo?" Pergunto no mesmo tom, não sei se foi para não assusta-lo ou por que tô com medo que se falar mais alto o encanto irá acabar.
"Estou me sentindo bem, muito melhor do que me senti em anos." Diz com um pequeno sorriso, que logo me vejo replicando no meu próprio rosto.
" Fico feliz em saber, estávamos com medo de como seu organismo ia aceitar os remédios que demos" digo ainda sorrindo.
Ajudo ele a sentar e vejo-o estremecer levemente o que me deixa preocupado, mas logo acalmo quando noto que ele pega o coberto e puxa sobre si, ajudo-o para que ele fique o mais quente possível e ele agradece baixinho.
"Achei que você não fosse real." Diz Harry depois de um tempo, o que me deixa confuso.
"Por que não seria real?" Pergunto.
"Sempre tive sonhos, desde pequeno e você estava neles. Antes achava que eram somente isso, depois percebi que eram lembranças, mas ainda eram confusas, mas ontem fico mais claro os fatos e acontecimentos. Acho que vovô Dumbledore tava certo, foi o golpe na cabeça." Diz olhando para a parede e franzindo a testa.
" Primeiro, claro que sou real e fico feliz que agora lembre de tudo, queria que não tivesse precisado do golpe. Segundo pare de chama-lo de avô aquele homem roubou você de mim, de nós, sua família e te deixou com aqueles monstros." Digo depois que seguro seu queixo e faço me encarar, me perdendo naquela imensidão verde profunda.
"Sim, você está certo. Mas acho que são os hábitos. Ele era a única pessoa que não me tratava como um verme e isso de certa forma me fez gostar dele. Mas vejo que fui só um peão, para uma batalha sem motivos." Diz Harry com um pouco de raiva na voz.
" Está tudo bem, você está comigo agora e nunca mais vamos nos separar." Digo com um sorriso e quando ele me retribui abraçando-me sinto que estou completo.
Passamos um tempo assim, conversando e descobrindo coisas novas, como velhos amigos que se reencontram, mas não consigo deixar de pensar que ele não mudou nada.
Em algum momento Hermione se junta a nós e depois meus pais e tio, todos reunidos novamente e nunca me senti tão feliz em toda minha vida, como se finalmente o espaço que tinha sido aberto fosse ocupado e tudo estava no seu devido lugar.
Harry disse que não se importava com o que iriam fazer com os Dursleys e isso deixou várias pessoas felizes naquela sala, principalmente depois que Harry falou que eles poderiam fazer o que quiserem.
Os dias se passaram assim, Harry se recuperando de tudo o que sofreu e aprendendo mais sobre seu novo lugar como futuro rei.
Não foi fácil, teve muitos momentos difíceis, afinal Harry não entendia muito sobre como aceitar o amor que dávamos sem querer nada em troca, os pesadelos sempre o atacavam e por um tempo qualquer barulho um pouco mais forte era o suficiente para desencadear um ataque de Pânico.
Foram meses trabalhando e apoiando para que ele finalmente se abrisse para nós e se permitisse ser amado e mais 1 ano para que conseguíssemos sair da zona de amizade e aprofundar a relação, mas não importa, teria esperado anos por ele.
Espera é algo difícil, na minha opinião a coisa mais difícil a se fazer, mas quando estamos esperando por alguém como Harry, vale cada minuto.
Esperava nunca mais esperar pelo Harry, mas quando estou aqui no altar e vejo ele vindo na minha direção, não há outro lugar que gostaria de estar.