21| Lágrimas que ninguém vê

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As noites do crocodilo
Rolam no meu rosto seco
Gotejando oceanos de lembranças
De um amor inesquecível
Sem ponto final reconhecível

Os dias detêm no peito
Eu confesso
O ponteiro escorre num compasso imperfeito
Os segundos recuam num passo lento
A história volta a ganhar vida na minha mente
É assim, sinto-me um ser imperfeito

Mas tudo desmorona-se quando a noite cai
E o dia o tenta o segurar
Quando os estilhaços do meu coração
Evaporam no ar do amor
E percebo que tudo não passava de uma ilusão

Nas quatro paredes do amor
Eu desenho a cor da minha dor
Choro e derramo todo esse amor
Que não pude te outorgar
Com as minhas lágrimas estilhaço até as flores
Que não pude te oferecer

E no dia seguinte saio carregado de um sorriso falso
Como se tudo estivesse bem
Pois essas lágrimas, ninguém os podem ver, além de ti.

EÚRCIA: A carta que eu nunca te escreviOnde histórias criam vida. Descubra agora