Entendendo que o tempoSempre leva
As nossas coisas preferidas no mundo
E nos esquece aqui
Olhando pra vida
Sem elas.
-O peso do pássaro morto- Aline Bei.
-AURORA-
O aeroporto de Laven está tão cheio que parece véspera de natal, e eu estou procurando minha mala no setor de bagagem. O voo tinha sido um pouco turbulento, mas quase não percebi, porque dormi praticamente o tempo todo.
-Ali! - digo, apontando para uma mala grande e azul com um chaveiro escrito 'AURORA'.
-Achei a minha também - diz meu pai, pegando minha mala e colocando no carrinho, junto a dele.
-O que vamos fazer agora? - pergunto.
-Vamos pegar um táxi e ir para a casa que eu te falei.
-É longe?
-Não muito, na verdade.
Seguimos as placas até encontrarmos a entrada principal do aeroporto. Quando achamos, Clay -meu pai- vai procurar um segurança para perguntar onde conseguiríamos um táxi. Fico com os carrinhos de malas. O resto das nossas coisas estão na casa porque meu pai já acompanhou o caminhão com os moveis e caixas. Ele também visitou o bairro e a escola onde eu estudaria.
Não consigo parar de me perguntar como será. Tudo novo, pessoas novas, lugares novos. Sempre estudei na West Clare High, desde pequena. Conhecia aquelas pessoas como a mim mesma, histórias de cada um deles. Apesar da cidade grande, todos nós morávamos no mesmo bairro, frequentávamos os mesmos ambientes.
Mas aquelas pessoas também me conheciam, minhas histórias, erros e escolhas. Quando minha mãe morreu, todos eles, quando me encontravam, diziam que sentiam muito e perguntavam como eu estava. Eu sempre dizia 'Obrigada, estou bem', mesmo que nenhuma daquelas palavras fosse verdade.
Mentiras, assim como a preocupação deles. Não conseguiam nem esconder, mas eu entendia. Ninguém se importava realmente porque não era a vida deles que tinha virado de cabeça para baixo, não era o quebra-cabeça deles que estava faltando uma peça. Perguntavam apenas por cortesia, por educação.
Eu estava tão perdida em meus pensamentos que nem percebo que meu pai está falando comigo.
-Aurora! Estou falando com você, não está me ouvindo?
-Não pai, estava distraída.
-Aurora, querida. Eu sei que é difícil, mas você vai se adaptar, eu sei. Eu visitei a escola e vi que é um lugar bacana, e aposto que você vai fazer vários amigos bem rápido.
-Eu sei pai. Mas eu não me importo em fazer amigos – respondo.
-Bom, vamos pegar o táxi, o moço me disse que é por ali- meu pai diz pegando um dos carrinhos.
***
A viagem de táxi foi longa. Eu estou contando aproximadamente uma hora dentro desse carro e estou ficando extremamente impaciente.
-Vai demorar para chegar? – pergunto.
-Não, já estamos quase lá.
Olho pela janela e vejo casas, casas e mais casas. Nenhum prédio, mesmo que baixo, nada com mais de quatro andares, percebo. O céu está azul, apenas com algumas nuvens espalhadas. Lembro do teto do meu quarto, ou melhor, antigo quarto.
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my happy ending: amor nunca foi garantia de final feliz
Fantasymy happy ending é sobre se reconstruir e se reencontrar depois do caos. Conta a trajetória de Aurora e Cameron quando descobrem sua verdadeira origem, e que o destino do mundo como conhecem está em suas mãos.