00 | prólogo: a partida para o campo

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ANNY ARRUMAVA SUAS MALAS CONTENTE, nem notando que a sua melhor amiga se encontrava em cima da mala – ainda por fazer – trocando mensagens provavelmente com seu ficante, já que dava sorrisos bobos para a tela do celular e ainda ouvia áudios.

— Beatriz Wong, nós vamos sair entretanto e você ainda está assim?

— Estou ocupada, já que vou ter que ficar sem internet o verão inteiro porque tu vais me arrastar para a porra do campo, deixa-me aproveitar um pouco com o meu coreano.

— É só umas férias, meninas. — A sua mãe entrou no quarto, acabando, provavelmente, por ouvir a conversa. — Vá, eu ajudo você a arrumar, onde está a roupa?

— Nesses sacos, o meu irmão trouxe.

— Esses sacos são tudo roupa?

— E ela ainda reclama de mim, mãe! — A mais velha respirou fundo após a filha reclamar.

— Não temos muito tempo, vamos colocar o mais importante primeiro, depois nos preocupamos com a roupa.

— Ah, eu já enchi aquela com as coisas mais importantes, aquela mochila com toda minha maquilhagem, só falta a roupa mesmo, tem ali também uma mochila com sapatilhas. Eu não vou para o interior sem levar minhas vans. Sinceramente eu estou a ser arrastada. Vocês sabem que eu não vivo sem internet. Estão piores que o meu irmão, já me pôs de castigo uma semana sem poder sair com o Seoho.

— Devia ter ficado mais se era para embirrar assim só porque vamos de férias. — A mãe de Anny apenas segurou o braço da garota e a levantou. A mais nova se espreguiçou e andou até aos sacos, tirando a roupa e dobrando-a, colocando-a dentro da grande mala de viagem. Algumas peças não couberam pois já estava mesmo no limite, tanto que a garota teve que se sentar sem cima da mala enquanto as Lee fechavam.

— Senhora Lee, lá tem rede?

— Tem, mas é muito fraca para você conseguir dados móveis, só mesmo no centro da vila.

— Sério isso. — Revirou os olhos e se levantou, pegando sua mala e levando até a entrada. — Juro que na primeira tentativa eu esquivo-me para a casa do Seoho.

— Eu vou mandar a senhora Suh confirmar se você está dormindo depois do que acabei de ouvir. Estou falando sério, tá? Não me olhe assim.

— Vocês odeiam-me? Porque o Hendery não vai? Ele bem precisa de umas férias, cada vez está mais irritante, nem sei como a minha mãe não pensou em obrigá-lo a ir também. Tipo, ele precisa mesmo de umas férias. Já ninguém o atura.

— Eu não quero o Hendery nas minhas preciosas férias de verão. Vamos logo. — Anny falou, assim saindo do quarto e andando com as suas malas até fora de casa. Encaminharam-se, em seguida, até ao carro.

— Eu pensei melhor e não quero ir.

— Beatriz Wong não começa de novo. — Ela fez um bico, colocando seus fones e cruzando seus braços assim que enfiou-se dentro do carro, colocando suas pernas abertas para ocupar mais espaço. É, realmente, para Annt, ela tinha belos traços do irmão, pois eles emburravam igualzinho, mas preciso só aturar a ela. Já que ela convideia convidou — lê-se mais, ela e sua mãe a arrastámos porque gpstam tanto dela que colocámos seus tímpanos em risco dela gritar — e então, obviamente, ela viria com elas de qualquer forma.

— Acordem-me quando chegarmos. — Fechou os olhos e Anny apenas revirou os olhos, rindo fraco. A viagem começou, tendo assim os típicos momentos em que mãe e filha cantarolavam Bruno Mars e Michael Jackson. Já Wong — Anny chama ela assim porque ela própria lhe obriga quase apontando algo contra si —, dormia que nem um anjinho, nem parecendo que estava fazendo uma birra há minutos atras.

Ela não sabia o que vinha para aí, mas que precisavam de umas férias, elas precisavam mesmo, ainda mais, Anny sentia se mal depois do seu término com o meu ex-namorado e Wong tem levado consigo dias a fio, com certeza descarregando tudo com seu ficante, pois se nem ela se atura, ela muito menos. Mas vá, pelo menos, agora estão oficialmente de férias.

Cowboy | johnny suhOnde histórias criam vida. Descubra agora