02 | você não está no rio de janeiro

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NOSSA, NÃO MUDOU NADINHA, desde a última vez que cá estive. — A mãe de Anny falou assim que chegaram na casa que Anny supôs ser do Nakamoto. — A última vez que vi esses garotos eles eram meras criancinhas. Olha só como o tempo passa, eles já são adultos.

— Senhora Lee! Quanto tempo!

— Senhora Nakamoto, que saudades! — Se abraçaram e conversaram um pouco, até que Yuta tossiu fraco.

— Temos kimchi para fazer.

— A vossa ajuda vai ajudar muito, não estou habituada a fazer comidas coreanas, mas este Yuta sempre me vem com uma, um dia ainda me mata.

— Mãe! Que exagero. Eu nem pedi para fazer desta vez.

— Mentiroso. Andou pedindo a semanas porque ama Kimchi.

— Então, o que é bom é para comer.

— Vejo que tem aí duas jeitosas, são suas filhas? — Referiu-se às duas garotas, enquanto falava para a mãe de Anny.

— Só uma, a outra é a melhor amiga da minha filha, mas eu a considero como minha filhinha também.

— Elas são lindas! Está explicado porque meu filho sempre está fora de casa. Espero muito bem que não tenha saído das cascas!

— Mãe, elas só vieram hoje.

— Sério? Porque não me disse seu tolo? — Bateu na nuca dele, fazendo Anny e Wong quase rir, mas conseguiram se segurar. — Não tenho a casa arrumada para visitas!

— Ai, mãe! Como eu saberia?

— Como castigo, vá pegar ovos, seu pai irá me ajudar a trazer as coisas para o kimchi então não pode ir pegar os ovos das galinhas.

— G-galinhas? — Wong começou a recuar, se escondendo atrás da melhor amiga, segurando meus braços com um tanto de força.

— Sim, galinhas. Você tem medo?

— Eu tenho um pânico enorme. — Yuta acabou rindo. Anny conseguiu sentir um aperto mais leve no seu braço, no entanto, suas unhas cravaram-lhe.

— A Nara iria gostar de você, é muito tagarela.

— Eu prefiro uma relação onde eu esteja longe de todas as galinhas do mundo... e você acabou de me chamar tagarela?

— Você é. — Anny comentou, recebendo um pequeno tapinha de Wong.

— Vai mazé buscar os ovos, seu fedelho! Venham minhas queridas, vamos lhes apresentar a casa. Johnny, meu grandalhão, eu não esqueci de você, o meu marido precisa de ajuda, então, enquanto eu apresento a casa, pode ajudar?

— Claro, senhora Nakamoto.

— Senhora Suh e Senhora Lee, venham connosco, temos muito papo para tirar, nem sabem das novas. Viram a Senhora Han? Parece que ela está querendo se mudar para a cidade. Aquela velhota não sabe o que vai perder. — Wong acabou tossindo, mas não foi forçado. Pelo que Anny conhece, ela estava reagindo ao cheiro que a casa tinha. — Está tudo bem?

— Sim, apenas minha garganta está seca, posso tomar um pouco de água?

— A cozinha é aqui, esteja à vontade.

— Eu vou com você. — Entraram na cozinha e a sino-português procurou um copo, logo enchendo-o com água.

— Odeio cheiro de incenso.

— Calma.

— Eu estou calma.

— Está melhor? — Perguntou assim que Wong lavou o copo, colocando-o de volta onde estava.

Cowboy | johnny suhOnde histórias criam vida. Descubra agora