Veneza

capitulo cinco

Ao amanhecer tudo estava calmo e cada vez mais correndo bem, a cada hora imprimíamos oito milhões de euros por hora, de cada mil e quatrocentos folhas de papel-moeda, nós cortávamos 140 mil notas de 50 euros.

Fazíamos turnos para vigiar os reféns, as entradas, e é claro a produção, depois das primeiras 20 horas as rotativas já cuspiram 52 milhões de euros. Então naquele momento, nós pensamos que ia dar certo, mas todo essa paz era a calmaria que precede a tormenta.

Nesse momento Berlim iria levar as mulheres que precisavam fazer uso de remédios, para outro espaço.

— Vocês venham comigo! Vou, leva-las a sala do Sr. Romano, ficarão melhor lá.

— Desculpa, eu também tenho um pedido — disse Alisson

— Que foi? — perguntou o ladrão 

— Queria entrar na Internet, para apagar uma foto.

— Desculpe, mas não vai dar — negou 

— É que eu fui enganada, me levaram no banheiro e tiraram uma foto minha nua. Agora, meus pais, meus professores, a imprensa, todo mundo está vendo.

— Você pode gravar uma mensagem, um vídeo, para acalmá-los, nós enviaremos —diz Berlim — Veneza e Rio, já sabem!

        ≪━─━─━─◈─━─━─━≫

— Eu não consigo — falou Alisson, após parar a gravação 

— Olha não liga muito para essa foto — diz Rio

— É garota, você não tem culpa então não precisa ter vergonha — falei tocando no ombro dela

— É como fazer topless na praia, ninguém liga.

— Não sou dessas de fazer topless na praia e nem dessas que fica com menino em banheiro, o mais emocionante que aconteceu comigo esse ano foi quebrar o braço — falou olhando para ele

— Que emocionante — ironizei — vem cá Rio! — chamei o garoto

— Pera, você tava flertando com a ovelhinha? — sussurrei em seu ouvido

— O quê? É claro que não — negou balançando a cabeça 

— Aaa, por favor Rio, você sabe que relacionamento de refém é assaltante não dá certo, né?! Ainda mais por que já já a mamãe chega para dar fim nisso. 

— Veneza amor, o seu olhar não deveria estar sendo direcionado a refém? — perguntou Tóquio encostada na porta

— Eu te falei ou não? — sussurrei rapidamente para Rio — Estou me virando princesa, estou me virando — debochei erguendo os braços em rendição 

— Pensa no que vai dizer para seus pais ok?! Fica calma, que iremos te esperar —  disse Rio antes de se afastar

Ele andou em direção a Tóquio, se encostando em uma cadeira logo atrás

— Você está sério, o que foi?

— Por que quer saber? — devolveu irritado

— Cansei! — murmurei para mim mesma — Rio fica de olho que agora preciso ir ao banheiro.

Na real usar o banheiro mesmo, eu não queria, mas como não dormi na noite passada precisava jogar água no rosto para acordar. Se eu soubesse o que ia acontecer, eu nunca teria saído daquela sala, e não confiaria no Rio para ficar de olho na garota.

— Parabéns. Por que um de vocês conseguiu gravar uma imagem aqui de dentro e mandou à polícia. Então quero dar a oportunidade ao nosso herói para que todos possam agradecer e para poder me entregar o celular.