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— Yuna? Você está ai?
Logo ouvimos a voz de Ann, me afastei de Arisu e o empurrei para baixo, fazendo o mesmo ficar escondido atrás da bancada.
— Eu to' aqui - eu disse.
— Olha eu...sinto muito por toda aquela bagunça e por ter jogado todas aquelas informações em cima de você, mas eu não podia viver a vida inteira sem contar isso - ela disse abaixando a cabeça.
— Então é verdade? Eu realmente sou a sua filha?
— Sim, você é.
Abaixei minha cabeça pensativa, era muita coisa para entender naquele momento.
— Se não acreditar em mim, eu ainda tenho algo guardado comigo - vi a mesma virar algo do bolso e me aproximei mais para ver.
Ela desdobrou o papel e pude ver que era uma foto, na imagem tinha duas pessoas, era uma garotinha dentro de uma boia rindo e uma mulher sorrindo enquanto segurava as bordas da boia, elas estavam na piscina e pareciam muito felizes.
— Essa foto...? - eu murmurei.
— Somos nós duas nessa foto, você ficou meses pedindo uma boia de unicórnio até que eu finalmente comprei a boia que você queria, você estava tão feliz nesse dia - ela disse e eu pude ver uma lágrima caindo do seu olho, a mesma limpou rapidamente e sorriu para mim.
— Eu posso...ficar com essa foto? - eu perguntei receosa.
— C-Claro que pode - ela me entregou a foto e eu analisei melhor a mesma.
— Yuna...se precisar de algo ou alguém para conversar, saiba que pode me chamar - ela disse
— Certo...
Logo a mesma saiu da cozinha por que tinha sido chamada na enfermaria.
— Pode sair, ela já foi - eu disse voltando para perto de Arisu e me sentei na bancada.
— O que vai acontecer agora? - Arisu pergunta.
— Eu não sei, ainda não estou acreditando que ela é minha mãe - eu disse.
— N-Não...eu quis dizer sobre nós - ele gaguejou envergonhado.
— Nós? - eu perguntei confusa.
— Sim, q-quer dizer, nos beijamos a alguns minutos atrás, e eu pensei que talvez, não sei, você tivesse...gostado? - ele falou em um tom de duvida.
— Eu nunca falei que não gostei gatinho - eu disse.
— P-Por que sempre me chama de "gatinho"? - ele perguntou.
— Porque você é gato, gostoso eu diria - eu disse sorrindo maliciosa e vi o mesmo corar e virar o rosto para o lado — Você fica fofo quando ta' corado - eu disse rindo dele.
O moreno olhou para mim novamente e deu um sorriso tímido. Parei de rir quando lembrei de algo, ou alguém. Arisu percebeu minha cara séria e ficou confuso.
— Está tudo bem? - ele perguntou nervoso.
— Eu preciso falar com alguém agora - eu disse descendo da bancada e dando um rápido selinho no moreno — Nos vemos mais tarde.
Sai correndo da cozinha e fui em direção a sala da milícia, Niragi sempre passa seu tempo livre lá bebendo ou fazendo algo do tipo.
Abri a porta rapidamente assustando alguns milicianos que apontaram as armas para a minha direção. Logo todos perceberam que era eu e abaixaram suas armas pedindo desculpas.
— Saiam. - eu disse séria.
— O-O que? - um dos milicianos perguntou confuso.
— Estão surdos, mandei todos saírem - eu disse alto e todos levantaram rapidamente se dirigindo até a porta.
— Onde ta' todo mundo? - Niragi murmurou confuso enquanto saia do banheiro, logo o garoto me viu e fechou a cara — O que faz aqui e onde está todo mundo? - ele perguntou sentando em um dos sofás.
— Mandei todos saírem, eu e você precisamos conversar - eu disse enquanto me sentava no sofá a sua frente.
— Não temos nada para conversar - ele disse servindo bebida em um dos copos.
— Não vai me dar um copo também?
— E porque eu faria isso?
— Qual é Niragi, vai começar a me tratar assim por que? Eu sou a sua irmã!
— Você não é minha irmã! - ele gritou de volta me fazendo paralisar — Você não ouviu o que a Ann falou? Não somos irmãos, nem somos da mesma família!
— Mas temos o mesmo pai! - eu gritei de volta me levantando e ele fez o mesmo.
— To' pouco me fudendo se temos o mesmo pai, você não é minha irmã! Não é mais nada pra' mim! Você não existe mais na minha vida! Eu te odeio Yuna! Queria que você estivesse morta!
Eu não sabia o que falar, nunca em toda a minha vida vi Niragi tão fora de controle como agora. Já podia sentir meus olhos ardendo e minha visão ficou embasada.
— Você é só mais uma vagabunda daqui da Praia, não fale mais comigo ou eu juro que eu mesmo mato você - ele disse cara a cara comigo e saiu da sala batendo fortemente a porta.
Cai de joelhos no chão e finalmente me permiti chorar. Não sei quanto tempo fiquei no chão chorando, mas sei que estava com muito sono e a última coisa que me lembro foi alguém vindo até mim e me pegando no colo.
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— vocês depois que leram tudo que o Niragi falou:
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