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Depois de correr por vários corredores da Praia, finalmente cheguei no terraço. Consegui avistar Chishiya e Niragi discutindo.
— O suprimento de energia mudou desde que o jogo começou - Chishiya disse.
— E daí?
— A eletricidade que usamos dos geradores de energia foi desviada para o hotel. Quer dizer que os encarregados desse jogo estão infiltrados aqui na Praia - Chishiya explicou e eu sabia o que ele queria.
Fazer o Niragi perder a cabeça e matar ele.
— Onde quer chegar?
— É claro que estou falando de quem é a bruxa. De quem mais precisamos cuidar?
— Está insinuando que eu sou a bruxa?! - Niragi riu — Foi mal, mas é impossível.
— Só os executivos tem informações sobre o abastecimento de energia.
— E pelo que me lembro, você também faz parte dos membros executivos, Chishiya - eu me intrometi na conversa e os dois finalmente notaram minha presença — O que significa que você também pode ser a bruxa. Mas enfim, sei o que está tentando fazer, quer que Niragi perca a paciência com você para você matar ele, mas deixa eu te falar uma coisa, isso não vai rolar, então sugiro que saia daqui antes que eu perca minha paciência com você.
O loiro apenas me encarava com sua pitoca cara de deboche, mas logo tirou uma arma de plástico de seu casaco, pude ver que havia um isqueiro na ponta da arma e só vi o fogo vindo em minha direção.
Me abaixei e fui correndo rapidamente em sua direção, empurrando seu corpo fazendo nós dois rolarmos no chão. Subi em cima do loiro e joguei sua arma para longe, apontando a minha diretamente para sua testa.
— Se não quiser morrer, sugiro que saia daqui e nunca mais apareça na minha frente - eu disse com os dentes rangendo, aproveitei sua distração e peguei as cartas em seu bolso.
Sai de cima do mesmo e ele não tardou de sair do terraço, sumindo de nossas vistas.
— Por que insiste em ficar se aproximando de mim e me protegendo, já disse que quero distância de você - Niragi disse com a arma no ombro.
— Para com esse show todo, Niragi. Acha que eu não sei como você está ase sentindo? - eu rebati.
— Não, você não sabe de nada, então sugiro que faça igual aquele idiots e saia daqui antes que eu atire em você - ele disse se aproximando enquanto apontava a arma em minha direção.
— Cê' vai atirar em mim, é?
— Vou.
Puxei o cabo de sua arma e coloquei a ponta pressionada no local do meu coração.
— Então atira - eu disse firme.
Ele não fez nada, apenas me olhava sério, mas eu conseguia ver a tristeza e solidão no fundo do seu olhar.
— Você não consegue, não é? Não consegue porque no fundo você se sente sozinho porque eu não estou do seu lado, não consegue porque você sente minha falta e se importa comigo, não consegue porque você ainda me considera sua irmã - eu disse.
Nesse ponto, nós dois já não conseguíamos segurar as lágrimas, os lábios do moreno a minha frente tremiam e logo ele deixou que sua arma caísse com um beque no chão.
Ele caiu de joelhos e abraçou minha cintura, enterrando seu rosto em meu estômago. Funguei passando meus dedos por seu cabelo antes de ouvir seus soluços ficando mais altos e fiquei de joelhos o abraçando.
Niragi tinha seu rosto enterrado em meu pescoço enquanto murmurava milhares de desculpas para mim.
— Shh, ta' tudo gente, já passou, eu estou aqui - eu o confortava enquanto passava minhas mãos por seu cabelo e costas.
Ele só precisava de alguém ao seu lado.
E esse alguém seria eu.
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