Onde estás?

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O grupo ficou em silêncio, processando a informação. Claro que o grupo sabia que o irmão de Cat era estranho, todos estavam cientes disso, mas isto ultrapassava o limite da estranheza, classificando-se como ameaça e abuso.

Será que ele saberia a dor que isso cansava em Cat? Muito provavelmente sim. A verdadeira pergunta seria se ele teria algum motivo ou se o faria só por puro prazer. Ambas as hipóteses pareciam horríveis para os presentes naquela sala. Que motivo alguém teria para magoar Cat? E pior, que prazer um irmão teria em ver sofrer a irmã?

- Então...- André interrompeu o silêncio pesado que se instalara na sala- Vamos procurar a Little Red ou vamos ficar a olhar uns para os outros em silêncio? 

- Tens razão, Arménio ou lá como te chamas, nós deveríamos- começou Sam, sendo interrompida pela voz ligeiramente irritada de André e o riso estridente de Jade, que se ria do novo nome de André.

- É André- corrigiu, fazendo Sam revirar os olhos e encolher os ombros.

- É a mesma coisa- acrescentou com indiferença- Mas, voltando ao que é importante, a Cat deixou escapar algo sobre isso. Ela falou sobre facas e um apartamento qualquer onde ela vivia. De resto não sei nada porque ela começou a chorar compulsivamente.

Os amigos ficam pálidos, principalmente Jade. A adolescente de cabelos negros poderia parecer muito durona, mas afinal ela e Cat estavam juntas desde os 4 anos e, embora ás vezes a Cat a irritasse com a sua alegria extrema, elas continuavam melhores amigas e passaram por muito juntas. Foi aí que se lembrou do apartamento para onde as duas costumavam ir brincar quando eram pequenas: esse poderia ser o tal!

-Esperem! Eu sei qual pode ser o apartamento!-  informou Jade ao grupo, que olhou para ela esperançado.- Eu e ela costumávamos ir brincar para o apartamento dos pais dela, quando o irmão dela estava fora. Deve ser o tal...

-Ótimo... Vamos para lá agora! Jade, vem comigo na minha moto, não cabemos todos num carro e só tu sabes o caminho. Becas, leva os outros, vão atrás de nós. AGORA- Sam ordenou, tentando permanecer de cabeça fria. Afinal, desesperar não iria ajudar. O grupo cumpriu

Passados 10 minutos, os sete amigos estavam a caminho do tal apartamento, quase a chegar. Jade ia dando as informações a Sam, e esta ia dirigindo, com os cabelos a esvoaçar e os pensamentos passando livres pela sua cabeça.

Ela deveria ter ajudado Cat quando ela chorou, deveria ter investigado. Deveria ter feito mais perguntas, em vez de apenas afagar carinhosamente as lágrimas da ruiva e sussurrar-lhe que iria ficar tudo bem. Foi imprudente e estúpida, não cuidou bem de Cat. Mas como poderia ela adivinhar? Como poderia lhe ser exigido algo que nunca recebeu.

 Sam nunca sequer pensaria em magoar de alguma forma Cat. Porque, por mais dura e até violenta que pudesse ser para os outros, tinha um lado carinhoso para Cat. Porque, por mais difícil que o dia de Cat fosse, quando ela chegasse a casa iria ter Sam, que, á sua maneira, iria sempre fazer os possíveis para que a ruiva se sentisse melhor. E principalmente porque, embora nunca tivesse recebido este sentimento, Sam amava Cat. 

Uma lágrima escorreu silenciosamente pelo rosto de Sam, e um ténue sorriso formou-se. No entanto, uma lágrima nunca vem só. A seguir desta veio outra. E outra, e mais outra. E antes que pudesse sequer pensar que nunca chora, a loira lá estava a chorar compulsivamente o seu amor, e pensar no seu sofrimento, perante uma Jade chocada e até sentida.

Sam nunca chora. Mas talvez possa abrir uma exceção para Cat.

Porque Sam ama Cat. E isso nunca iria mudar.




Então... Quem é vivo sempre aparece neh? Peço desculpa por não ter havido grandes desenvolvimentos na história, achei interessante dar uma viagem pelos sentimentos e pensamentos de Sam. Eu admito, eu chorei quando escrevi.

Por favor, votem e principalmente COMENTEM! Como irei saber o que querem que eu escreva se não tenho essa informação? E se tiverem entediados, vão lá verificar a minha oneshot puckentine para tirar a tristeza deste capítulo!

Muito obrigada pela leitura!



Saving CatOnde histórias criam vida. Descubra agora