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Scarlett

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Scarlett


- Taehyung? – o chamo saindo do banho secando o cabelo e o vejo dedilhar sua guitarra enquanto ainda estava sem camisa. – Já arrumou suas coisas no dormitório? – pergunto.

- Ah, eu estou cansado da viagem. – ele se joga na cama e ri.

- Estou vendo que aquelas roupas ficaram dias na sua mochila. – me sento ao seu lado. – Vai acabar ficando sem roupa.

- Melhor ainda, não acha? – ele me olha com um sorriso ladino e faço uma cara pensativa.

- Talvez. – me belisca. – Ai!

- Talvez, sei... – coloca sua guitarra de lado e se aproxima de mim. – Mas foi bom passar o fim de semana juntos, uh?

- Sim, Taetae, foi bom.

- Uhum, agora teremos as férias inteira juntos. – me aproxima para me sentar em seu colo e começa a cheirar meu pescoço.

- Na verdade, só semana que vem. – o afasto um pouco. – Eu ainda tenho que trabalhar essa semana. – ele faz bico e revira os olhos.

- Ok... mas depois você não escapa. – dou risada.

- Ok, meu ursinho.

- My girl. – ele me beija.

{...}

- Volte sempre, senhor. – digo ao cliente que me sorri e depois vai embora.

  A lanchonete não estava tão corrida e já daria minha hora. Jungkook comia em uma mesa perto do caixa e Yoongi fumava do lado de fora. O sino toca indicando que alguém havia entrado, sorrio olhando em sua direção, mas meu sorriso some ao ver a mulher ali. Ela sorria como se estivesse aliviada ao me ver, fico em choque sem saber o que fazer.

- Filha... – vem em minha direção, percebo que no momento que ela falou Jungkook olhou em sua direção.

- O que faz aqui? – pergunto. – Como me achou?

- Faz anos que te procuro e eu finalmente... – me olha de cima a baixo. – Você está tão... crescida.

- Até porque eu tenho 24 anos. – digo sem paciência. – O que você quer?

- Podemos conversar? – pergunta. – Só por 10 minutos, eu imploro. – ela apertava suas mãos uma na outra. Percebo a aliança em seu dedo, parecia que a mesma custava rios de dinheiro.

- Parece que o casamento vai bem. – digo e ela segue meu olhar. – Tem até outro filho.

- Você ia gostar de conhecer o James e o Tomas. – sorri olhando para a aliança.

- Não estou interessada. – digo.

- Por favor... – me olha.

- Ela disse que não quer. – olho para trás dela vendo o garoto.

- Jungkook. – o chamo.

- Jungkook? – ela abre a boca ao vê-lo. – Meu Deus, você está tão diferente, mas ainda tem o mesmo rosto de menino.

- E você continua aqui. – retruca.

- Jungkook, tá tudo bem. – ele me olha. – Pode voltar, eu vou conversar com ela. – a mais velha me olha. – Pegue uma mesa. – ela confirma.

- Se precisar de algo...

- Tá tudo bem. – sorrio para ele.

  Vou para a mesma mesa onde ela estava, me sento de frente para ela. Vi seus dedos tremerem levemente indicando o quão nervosa estava.

- Pode começar. – digo.

- Ok...  – respira. – Seu pai deve ter te falado o motivo de eu ter ido embora, não? – confirmo. – Sei que ele pode ter tanta raiva que eu ele quiser de mim, mas... eu era uma jovem sem maturidade e responsabilidade. Enquanto eu só ligava para a carreira de modelo e estava grávida, seu pai me disse que se eu não quisesse o bebê... era para o dar e ir embora, e assim eu fiz. – vi seus olhos encherem de água. – Minha carreira foi bem, conheci um cara e, como você vê, me casei com ele. Mas antes de ter me casado, já estava á sua procura. Três anos depois que fui embora, me arrependi totalmente de minha decisão. – seus dedos tremiam. – Tentei te procurar, ligar para o seu pai, sua família...

- Mas eles não responderam. – a corto. – Desde que meu pai teve uma filha, eles o cortaram da família.

- Erámos jovens demais e me lembro do nojo que a mãe dele teve. Toda vez que ela me olhava... – seu olhar se tornou vago e se volta para mim. – Não consegui entrar em contato, mesmo tentando por anos, então parei por um tempo. Conheci James, meu ex fotografo. Me apaixonei por ele e em dois anos de namoro, me pediu em casamento. – ela dá um pequeno sorriso. – Quero que saiba que, seu pai e eu nunca tivemos algo sério. Nunca chegamos a amar um ao outro, era apenas um namoro de dois adolescentes que acabaram se tornando adultos rápido demais, mas um coisa que eu tenho por ele é respeito e carinho, pois ele sempre me tratou assim. – sinto minhas lágrimas me invadirem. – Tomas é um garotinho de 4 anos, ele é tímido, mas adora as pessoas de uma forma diferente. Eu assumo todo meu erro, fui uma irresponsável e me arrependo de ter te deixado, mas sei que teve uma boa vida com pai e que te educa de uma forma excelente.

- Eu não o trocaria por nada. – digo. – E sim, você se arrepende, mas não tivesse feito isso, não estaria casada e Tomas não estaria aqui. – digo de maneira dura. – Por mais que dói ouvir isso, é a verdade. Você fez seu caminho assim como meu pai fez o dele e eu faço o meu. – a olho. – Você veio aqui para abrir o jogo, certo?

- Só não quero que ficasse a vida tendo rancor de mim e pensar que sua mãe não tem um pingo de amor por você. Não quero te forçar a me tratar como uma, apenas... que não me odeie.

- Eu não te odeio. – ela pisca os olhos. – Por mais que me machucou, não te odeio. Meu pai me disse que odiar as pessoas não resolveria nada, apenas te faria guardar rancor e podia não ser fácil para mim.

- Seu pai é um ótimo homem. – ela sorri e fico confusa.

- Por que está se referindo a ele no presente? – ela me encara confusa.

- Como assim? – minha ficha caiu.

- Como conseguiu a informação que estudava aqui? – pergunto.

- Estava na cidade á trabalho, vi uma pessoa conhecida saindo de um bar à noite. – conta. – Estava indo pelo mesmo caminho que o dele, então quando o vi entrar na faculdade e assim que virou seu rosto... era o Yoongi. – arregalo os olhos. – Ele não havia mudado nada e pensei se você estivesse estudando lá também, por isso fui naquele dia.

- Como você sabia da existência deles? – pergunto me referindo ao Jk e o Yoon.

- Os pais de Yoongi era meus vizinhos e Jungkook sempre ficava lá, a Sra. Min cuidava dele. – desvio o olhar dela. – Por isso estranhei o fato dele estar tão crescido e diferente, já o Yoongi... eu o reconheci de longe, mesmo depois de anos.

- Você... – a olho. – Então você não sabe?

- Não sei do quê, Scar? – me pergunta, apreensiva.

- Meu pai... – ela gesticula para que eu continuasse. -... ele morreu.

- O... – nada saia mais de sua boca.

- Ele ficou doente e não resistiu. – ela olha para baixo. – O dia que você apareceu na faculdade fez três anos.

- Eu... não o que dizer. – ela começou a chorar. – Eu realmente não sabia de nada disso. Scar... – me olha. – me desculpa por tudo, seu pai... ele me ajudou tanto e... o deixei sozinho.

- Ele não tinha rancor de você, tenho certeza. É um choque, mas ele tá bem. Tenho certeza. – sorrio mínimo para ela. – Eu... te perdoo, mas não consigo ser tão próxima assim... pode me dar um tempo?

- O quanto você precisar. – ela sorri ainda com as lágrimas em seu rosto. – Pegue meu número, fique à vontade para me ligar. Estarei a sua disposição.

- Parece vendedora de loja de roupa “estarei a sua disposição”. – ri e ela ri junto parecendo mais feliz. – Mandarei mensagem assim que possível. – ela confirma com a cabeça.

  É... meu cabelo realmente se parece com o dela.

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The FuckboyOnde histórias criam vida. Descubra agora