I Miss You

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Eram oito horas da manhã quando ouvi um celular tocar, virei o rosto e vi que o celular de Lucas estava ao lado da cama, felizmente -pra mim- era o celular de Lucas que tocara, eu o acordei e lhe passei o celular.

- Alô? - Lucas atendeu o celular ainda sonolento.

...

- Cara, para de ligar pra cá!

...

- Não interessa, eu não quero mais nada, já disse.

...

- Se tu quer conversar, a gente conversa. Mas não aqui e não agora, eu quero dormir!

...

- O que eu fiz na noite passada não é da tua conta, agora eu vou voltar a dormir. Até mais.

Lucas desligou o celular, se ele não estivesse com tanto sono, poderia dizer que ele estava com raiva, ele se virou pra mim, me olhou com os olhos ainda meio fechados, sorriu com os lábios e me abraçou.

- Quer falar sobre esse telefonema? - Perguntei

- Não. Na verdade eu quero dormir... - Ele me olhou e fez biquinho, eu sorri e respondi

- Graças a Deus, muito obrigado. Vamos dormir.

Dei um selinho no Lucas e nós voltamos a dormir.



10:15

Acordei novamente com um celular tocando, mas desta vez era o meu, me levantei e segui o som, pois como se fosse novidade, eu não me lembrava onde tinha deixado. Logo achei meu celular no sofá, então peguei e atendi.

- Alô. - Atendi meio sonolento.

- Felipe, tu pode vir pra casa?

- Dherick?

- Não jegue, é o Marcelo.  - Eu me esqueci, que assim como eu, Marcelo também tinha o costume de dizer "casa" como se ele morasse em tal lugar quando estava lá ou quando ia muito pra casa de alguém.

- Não me chama de jegue, eu recém acordei desgraça. Tem que ser agora?

- De preferência.

- Por quê? Aconteceu alguma coisa Marcelo?

- Aconteceu que o teu ex-namorado, Gustavo ta aqui e ele não vai sair enquanto tu não chegar e sinceramente? Eu quero dormir!

- Acorda o Dherick.

- Ah, tá. Por que acordar ele é tão fácil quanto encostar na cabeça de uma girafa.

Eu ri e enquanto ia pro quarto de Lucas pegar minhas coisas, disse.

- Ta bem Marcelo, pode voltar a dormir, logo vou estar ai ta?

- Eu não vou dormir enquanto tu não chegar aqui.

- Por que não? - Perguntei enquanto vestia minha calça

- Porque ele está com uma faca, tu acha que eu sou louco de ir dormir e deixar ele aqui, sem ninguém acordado?

- QUÊ? MAS QUE... - Respirei fundo e disse. - Daqui a pouco estou ai.

Me vesti, peguei minhas coisas, deixei um bilhete na mesa avisando o Lucas que tinha ido pra casa, porque estavam precisando de mim e saí de casa dele. Na hora em que saí da casa de Lucas um taxi estava parado na frente da casa da vizinha, o filho da senhora que era vizinha do Lucas estava ajudando a tirar as coisas do porta malas, então eu esperei eles tirarem tudo e saíssem um pouco de perto do carro, pra poder entrar, dei o endereço pro taxista e nós fomos.

Quando chegamos, eu paguei o taxista e caminhei calmamente pra dentro de casa, mesmo estando bastante nervoso por dentro, abri a porta de casa e entrei.

- Pode ir dormir Marcelo. O que tu quer Gustavo?

Marcelo voltou para o quarto do Dherick e Gustavo ficou passando a lâmina da faca por baixo da unha, não olhou pra mim, não me dirigiu a palavra, ficou apenas passando a lâmina da faca por baixo da unha.

- Gustavo!

- Sim? - Respirei fundo pra me controlar e perguntei.

- O que aconteceu?

- Augusto terminou comigo.

- Ta bem... Ahm, o que eu realmente queria saber era... Por que você está na minha casa? E o mais importante... Por que está com uma faca? - Ele olhou pra faca e depois pra mim, parou de brincar com a faca e a deixou na mesa, se levantou e se aproximou de mim, continuava bastante afastado e então ele disse.

- Eu vim porque eu senti a sua falta... Ah, e a faca... Bom, eu encontrei ela na rua.

- Na rua?

- Sim... No pátio... Bom... Podemos conversar?

- Claro. Sente-se

Gustavo se sentou no sofá e eu me sentei em uma poltrona que ficava ao lado do sofá, ficamos nos olhando por um tempo em silêncio e então perguntei.

- E então?

- Pode me dar um copo d'água?

- Claro.

Me levantei, fui até a cozinha, peguei uma jarra de água na geladeira e servi água em um copo, guardei a jarra na geladeira, peguei o copo, fui até o Gustavo, lhe dei o copo e me sentei novamente.

Depois que ele bebeu um pouco de água, virou seu rosto pra mim e disse.

- Desculpa... Por tudo, por ter te traído com Augusto, por não ter te valorizado, por ter escondido de você por tanto tempo que eu te traí, por ter te chamado de puta... Por tudo.

- Tu não me chamou de puta...

- Bom. Eu perguntei se tu estava dando pro Dherick, então tecnicamente falando, eu te chamei sim, de puta.

- Ah, é... Bom, ta tudo bem, aquilo não foi nada...

- Me desculpa?

- Claro... Mais alguma coisa?

- Bom... Eu tava querendo voltar contigo, mas não acho que seja a hora certa pra falar sobre isso...

- Então por que falou agora?

- Eu não sei - Gustavo olhou pra baixo e soltou um suspiro.

- Bom... Gus, eu te desculpo por tudo que tu fez ta? E eu não estou brincando, mas sério... Não acredito que haja alguma possibilidade de a gente voltar, pelo menos não agora.

- Eu entendo. - Ele disse ainda olhando pra baixo.

- Gus... - Ele me olha, tinha um pouco de esperança em seus olhos.

- Sim?

- Eu quero dormir... - Ele suspira, sorri e se levanta.

- Está bem... Eu vou te deixar dormir, mas antes... Será que a gente pode voltar a se falar? Tentar ser ao menos amigos...

- É claro... - Digo e sorrio pra ele.

- Até mais Fê.

- Até...

Eu digo, nos dirigimos até a porta e antes dele sair, ele me beija, segurando minha nuca, eu retribuo o beijo, enquanto seguro sua cintura, pouco tempo depois, ele para o beijo, me olha e sorri, eu abaixo a cabeça por estar um pouco nervoso.

- Fecha o portão? - Pergunto, ele sorri feliz e acena com a cabeça, dizendo que sim. Eu fecho e tranco a porta, vou pro meu quarto e observo pela janela, ele sair com a moto, eu fecho a janela e sorrio ao me lembrar do beijo. Sentia falta daquilo... Dele, dos beijos, dos beijos surpresas, do modo que ele me fazia sorrir... Eu queria voltar com o namoro, mas por enquanto não conseguia confiar nele o suficiente pra voltarmos a namorar.

Fecho a porta do quarto, vou até a cama, me deito de lado, de frente para a parede, fecho os olhos e tento dormir novamente.

Just Give Me A ReasonWhere stories live. Discover now