Você era pra ser meu.
Eu sabia que estávamos destinados a alguma coisa. E céus eu queria ser sua também. Como queria.
Mas Deus, o destino, você ou eu, achou que as coisas não deveriam ser assim.
Você não me pertenceu, não me tomou com sua.
Embora meu coração acelerasse e pedisse casa toda vez que via seu rosto ou simplesmente escutava seu nome.
Quando você já não devia nem mais lembrar do meu ou que fui sequer um vislumbre em sua vida, eu continuava sonhando com você.
Por noites e noites acordava confusa ainda sem saber o que havia acontecido entre aquela primeira troca de olhares anos atrás e o agora solitário. Porque por um tempo tudo o que fazia sentindo era que no fim estaríamos juntos.
Então o fim chegou, e o fim dele também, e nós nem mesmo vivemos um desfecho consolador porque não tivemos um começo.
Mas eu me inquietava, seu nome continuava marcado em minha mente e seu rosto era como um fantasma em meus pensamentos. Eu deveria exorciza-lo, e admito até tentei. Mas eu ainda queria mais, e foi assim que lhe prendi em minhas palavras.
Em linhas e mais linhas eu o fiz me amar, o fiz dizer todas as palavras que tanto ansiei para escutar. E também o fiz sofrer, aquela mesma agonia e incerteza em que me colocou naqueles anos.
Eu queria que isso fosse suficiente, mas não é, e me sinto como uma tola por as vezes pensar se isso é porque ainda há algo guardado para nós dois.
Porque nunca fomos nada, mas eu ainda sinto que estávamos destinados a alguma coisa.
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Tudo aquilo que não foi dito
PoetryAlguns textos de dias em que meus sentimentos se tornam palavras.