Acordo de mais uma noite praticamente em claro. Minha mente se direcionava única e apenas a ela.
O beijo, aquele abraço… ela de novo em meus braços. Sonhei com isso por tanto tempo que eu ainda acho que tudo foi um sonho ou efeito do álcool.
Crio coragem para me levantar da cama, indo à cozinha, pego uma maçã e como enquanto me arrumo, tomo um copo de água e faço carinho na rosquinha colocando ração pra ela antes de pegar a chave do carro e sair.
Estaciono meu carro e saio o trancando. No caminho trombo com alguém: uma garotinha. Tem olhos azuis, cabelo loiro e… sardinhas no rosto, seus olhinhos estão cheios de lágrimas e a olho preocupado.
— Me desculpa, moço — ele diz com uma carinha de choro, vai na direção de um dos banquinhos do lado de fora do hospital e se senta ali, tento seguir meu caminho, mas algo ali não me deixa de modo algum ir a outra direção a não ser a da garotinha.
— Cadê a sua mãe? — questiono e ela cruza os bracinhos fazendo uma cara emburrada.
— Coloquei ela no modo “deixe seu recado” — diz convencida, fungando. — É errado, tio? Ficar com ciúme da mamãe com minha priminha nova? — Seu tom está injuriado, o que me faz segurar uma risada. — Eu não ganho mais atenção, não ganho mais suco, não ganho mais amor. — Percebo um certo excesso de drama e começo a rir.
— Não ria de mim não, tio! Mamãe só a pega no colo e quando eu peço, ela diz que eu já estou grandinha e que minha priminha não sabe andar! Você acredita nisso? — diz com os olhos azuis marejados novamente.
— Mas se é um bebezinho, ela realmente não sabe andar, pequena... na verdade, ela nem sabe o que é isso — digo me sentando ao lado dela no banco e ela seca as lágrimas com as mãos. — Você também foi assim, sabia? — digo e ela confirma com a cabeça ainda fungando. — E eu tenho certeza de que sua mamãe te ama muito! E nunca vai deixar de te dar atenção. — Concluo e a loirinha troca as lágrimas por um sorriso.
Por algum motivo me sinto aliviado de ver um sorriso no rostinho dela. Talvez por eu ser um pediatra.
— Aliás, ela deve estar te procurando — digo e ela se levanta do banquinho.
— Obrigada, tio, vou atrás dela e me preparar pra bronca de ter saído sozinha — ela diz fazendo uma expressão engraçada e eu começo a rir, saio na direção oposta e entro no hospital ainda rindo do ocorrido, por segundos achei ter visto Eleonor em um dos corredores.Acho que estou ficando maluco.
Entro na minha sala, me sentando na cadeira e enquanto a enfermeira não trazia os papéis da chamada dos pacientes, peguei meu celular vendo que havia acabado de chegar notificação de Melina.
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❥︎ Amor & Dois | Trilogia Amor Em Saint Othon Vol.1 | Degustação
RomanceDisponível físico e e-book. Adam Mallet se formou e se tornou um médico pediatra em Las Vegas, mas para ele a vida havia ficado difícil com vizinhos estranhos, chefes abusivos, a proibição de animais no prédio em que morava. Então tomou uma decisão...